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sábado, 20 de setembro de 2025

Pouca democracia...

É pertinente a influência crescente do capital no processo eleitoral das democracias modernas. 

O financiamento de campanhas e partidos políticos, especialmente por grandes corporações e indivíduos de alto património, levanta sérias questões sobre a integridade e a verdadeira representatividade do sistema democrático.

​Quando um partido aceita doações avultadas de altos interesses, estabelece-se uma relação de dependência. 

Embora o dinheiro possa ajudar a financiar campanhas, publicidade e eventos, criando uma vantagem competitiva significativa, a contrapartida implícita é que o partido, uma vez no poder, se sente obrigado a retribuir esses favores. 

Isso pode manifestar-se na criação de leis favoráveis a esses doadores, na desregulamentação de setores, na concessão de contratos públicos vantajosos ou em políticas fiscais que beneficiem os mais ricos. 

Em última análise, o governo pode acabar por servir mais os interesses de uma minoria poderosa do que os da população em geral.

​Falhas na representação e no sistema de nomeação

​A questão da dependência do capital entrelaça-se com outras falhas no sistema democrático, tornando a representação popular ainda mais frágil. 

A nomeação de governantes pelo Primeiro-Ministro, sem uma eleição popular direta para esses cargos ministeriais, é um exemplo notável. 

O PM, após ser eleito ou indicado, escolhe livremente os membros do seu gabinete, que irão gerir pastas cruciais como a saúde, educação ou finanças. 

Esta prática, embora comum em muitos sistemas parlamentares, concentra o poder nas mãos do chefe do executivo e pode levar à nomeação de indivíduos com pouca experiência ou conexão direta com as necessidades dos cidadãos, mas com lealdade política inquestionável.

​Da mesma forma, a não eleição popular de judiciários é um ponto de debate. 

Em muitos países, os juízes são nomeados por órgãos governamentais ou comissões, e não eleitos pelo povo. 

O argumento a favor desta abordagem é que a justiça deve ser imparcial e técnica, e que a eleição popular poderia politizar as decisões judiciais, tornando os juízes reféns da opinião pública ou de agendas populistas. 

No entanto, a crítica é que este sistema pode levar à falta de responsabilização e a um poder judicial que, mesmo que não seja influenciado pelo dinheiro diretamente, pode ser percebido como distante dos cidadãos e mais alinhado com as elites que o nomearam.

​Em suma, a dependência do capital, aliada a mecanismos como a nomeação de ministros e juízes, levanta a questão de saber se as nossas democracias servem realmente o povo ou se se tornaram sistemas em que o poder e a influência são definidos por quem tem mais dinheiro e por quem controla as nomeações.



English

The growing influence of capital on the electoral process of modern democracies is a pertinent observation. 

The financing of campaigns and political parties, especially by large corporations and high-net-worth individuals, raises serious questions about the integrity and true representation of the democratic system.

When a party accepts large donations from high-interest parties, a relationship of dependence is established. While the money can help fund campaigns, advertising, and events, creating a significant competitive advantage, the implicit trade-off is that the party, once in power, feels obligated to reciprocate these favors. 

This can manifest itself in the creation of laws favorable to these donors, the deregulation of sectors, the awarding of advantageous public contracts, or tax policies that benefit the wealthy. 

Ultimately, the government may end up serving the interests of a powerful minority more than those of the general population.
Flaws in Representation and the Appointment System
The issue of capital dependence intertwines with other flaws in the democratic system, making popular representation even more fragile. The appointment of government officials by the prime minister, without direct popular election for these ministerial positions, is a notable example. The prime minister, after being elected or appointed, freely chooses the members of his or her cabinet, who will manage crucial portfolios such as health, education, or finance. This practice, while common in many parliamentary systems, concentrates power in the hands of the chief executive and can lead to the appointment of individuals with little experience or direct connection to the needs of the citizens, but with unquestionable political loyalty.
Similarly, the lack of popular election of the judiciary is a point of debate. In many countries, judges are appointed by government agencies or commissions, rather than elected by the people. The argument in favor of this approach is that justice should be impartial and technical, and that popular election could politicize judicial decisions, making judges hostage to public opinion or populist agendas. 

However, the criticism is that this system can lead to a lack of accountability and a judiciary that, even if not directly influenced by money, can be perceived as distant from the citizenry and more aligned with the elites who appointed it.


In short, dependence on capital, combined with mechanisms such as the appointment of ministers and judges, raises the question of whether our democracies truly serve the people or whether they have become systems in which power and influence are defined by those with the most money and who control appointments.


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