Esta questão antiga, cara a muitos professores, merece uma análise cuidadosa.
A ideia tradicional de que o professor ensina e a família educa é simplista e problemática.
O Papel do Professor: Os professores, que dedicam suas vidas às crianças, devem, sem dúvida, ensinar as matérias para as quais se prepararam.
No entanto, ignorar o papel da educação na formação integral do aluno é um erro.
A educação abrange valores, comportamentos e a formação do caráter, aspectos que transcendem a mera transmissão de conhecimento.
O Papel da Família:
A responsabilidade da família na educação dos filhos é inegável.
Famílias com competências e recursos podem contribuir significativamente para o desenvolvimento integral da criança.
Mas, e as famílias que não possuem tais recursos ou competências?
O Desafio da Disciplina:
O clima libertário instalado em muitas escolas após 1974, aliado às dificuldades emocionais inerentes à adolescência, contribuiu para uma crise crónica de disciplina.
Cinquenta anos depois, é imperativo que se encontre um equilíbrio entre a liberdade e a disciplina necessária ao aprendizado.
Soluções Propostas:
A indisciplina escolar não é um problema homogéneo; possui focos específicos.
Uma solução possível seria implementar um sistema de pontuação que contemple tanto o comportamento quanto o desempenho académico.
Uma caderneta social, além da caderneta académica, registrará comportamentos perturbadores, mas também ações cívicas positivas que possam compensar os comportamentos negativos.
Estas ações seriam definidas pelo conselho de disciplina, levando em conta as necessidades funcionais da escola e a dificuldade presumida da ação cívica.
Conclusão: A dicotomia entre ensinar e educar é artificial.
Professores e famílias devem trabalhar em conjunto, criando um ambiente propício à aprendizagem e ao desenvolvimento integral da criança.
Um sistema de avaliação que contemple e premeie a dimensão social do comportamento contribui para uma educação mais completa e eficaz.