Mostrar mensagens com a etiqueta políticos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta políticos. Mostrar todas as mensagens

sábado, 3 de maio de 2025

"Cada português que se preza"

 

Este o título de um texto de Miguel Torga que, em poucas palavras, retrata a maioria de nós.

Uma maioria que vota pelo que parece e não pelo que precisa...

Recordo o caso Isaltino de Morais: Era presidente de uma câmara com uma percentagem considerável de quadros, como eleitores. 
Uma denúncia de corrupção colocou Isaltino na cadeia.
Pois bem: uma vez à solta, o ex-condenado recandidata-se e... ganha de novo...!

Um concelho que reelege um corrupto condenado, tem seguramente sintoma de masoquismo colectivo, corrupção colectiva ou ignorância ética.

Este resultado, talvez único em sistemas democráticos, é prova que, em Portugal, a ética coletiva promove e ajoelha perante a corrupção.

A maioria vai julgar agora, em eleições, um candidato a PM que, enquanto PM e com todo o descaramento, ocultou, mentiu e enriqueceu recebendo através de uma firma sua (que passou para familiares diretos) dinheiro de empresas privadas com contratos com o estado.

Viver em Democracia é ser ético!

Aplaudir a esperteza saloia é conivente com golpe de vigaristas.

Veremos quem consegue a maioria...

Embora não seja um poema no sentido tradicional, é um texto profundamente crítico e literário, onde Torga reflete sobre traços do caráter nacional português.

Eis o excerto completo:

"É escusado. 

Cada português que se preza é uma muralha de suficiência contra a qual se quebram todas as vagas da inquietação.

Conhece tudo, previu tudo, tem soluções para tudo. 

E quando alguém se apresenta carregado de dúvidas, tolhido de perplexidades, vira-lhe as costas ou tapa os ouvidos. Um mínimo de atenção ao interlocutor seria já uma prova de fraqueza, uma confissão de falibilidade. 


Quanto mais apertado o seu horizonte intelectual, mais porfia na vulgaridade das certezas que proclama. 

Não à maneira humilde e cabeçuda dos que se limitam a transmitir sem análise um saber ancestral, mas como um presumido doutor, impante de mediocridade."
— Miguel Torga (1909-1995) in Diário (1979)





sábado, 25 de janeiro de 2025

A escola da malandrice!


Durante anos ouvimos que os políticos eram corruptos!

Uma injustiça. Corruptos somos todos. Tal como o ditado afirma: "A ocasião faz o ladrão"!

A corrupção, tipicamente, é crime dos "nobres" da política a quem a simples assinatura, é "premiada" com chorudo depósito em offshore.
Agora temos o roubo. Recurso dos pobres políticos cuja assinatura nada vale e, com a impunidade possível, pensam que assaltar será uma "ajuda".

A política catalisa a malandrice!

Mas quem escolheu para deputado tão profícuo rapaz? 
O mesmo Alibábá que escolheu outros 49 "honestos" portugueses para limpar Portugal.



sábado, 30 de setembro de 2023

Homenagem a Almeida Santos.

Muito se fala: Debates, conferências, palestras...
Mas, de fundamental, pouco se diz.
Nunca cruzei a minha vida com a de Almeida Santos. 
Mas escuteio-o, uns anos depois da morte da sua filha devida à adição de drogas: 
"Só acabará o tráfico quando a droga não custar dinheiro". 
Este, o único motivo da produção, exportação e venda.
Esta, a razão mais provável de enriquecimento de polícias, agentes aduaneiros e, cada vez mais, políticos.
Se a droga não gerasse tanto valor, há muito teriam acabado as suas nefastas consequências.

Almeida Santos falou pouco.
Mas, em luto de pai, disse muito!
Obrigado.


sábado, 27 de maio de 2023

Todos somos, naturalmente, corruptos!


É fácil - e para alguns até estimulante do seu, auto-avaliado, honesto ego - ouvir os media falarem de corruptos.

Para a generalidade das pessoas é fácil apelidar ou dar a entender que outra, particularmente se político, é corrupta.
Porém, qualquer cidadão mesmo  jornalista, muito provavelmente, nunca terá sentido a força de um corruptor.

O "negócio" proposto em causa é de tal forma "interessante" que o corruptor - quase sempre um financeiro ou um "pato-bravo" - sem dificuldade, oferece ao decisor 10 a 20 anos do valor do salário mensal deste.
Ao político bastará apenas assinar!

Pergunto: 

   Quantos de nós, cidadãos comuns, resistiriam à oferta instantânea de 20 anos de salário ou seja, 240 meses de ordenado instantaneamente pagos?

   Quantos de nós tiveram formação moral para recusar tal oferta?

   Quantos de nós desconhecem, e muito menos os media que o repetem à exaustão, o crime de corrupção ser, em 98% dos casos julgados em tribunal, arquivado por "falta de provas" e, em consequência quer o corrupto quer o corruptor saírem ilesos, e ricos, do processo?

   Qual o peso no quadro penal - normalmente sob a forma de "pena suspensa" - para este tipo de crime?

É fácil a qualquer indivíduo afirmar-se honesto, porque em toda a sua vida nunca tais valores, muito provavelmente, lhe foram propostos.

Mas... aos políticos? Facílimo! Basta assinar...

Porque parece ser impossível travar este crime? 

Porque os menos interessados nisso são, claro, quem dele mais beneficia e quem detém o poder para tal, caso lhe interessasse.


Se o tema o atrai recomendo-lhe, vivamente: 
"CORRUPTÍVEIS" de Brian Klaas, Bertrand Editora, particularmente o capítulo V.
Em Defesa da Democracia, Reflexões, edição do autor. Livraria Barata, Av. Roma 11A, Lisboa. Págs 126 a 132.



domingo, 5 de março de 2023

Um Paraíso na Terra

 Aqui está um paradigma digno de um teórico activo: Um Paraíso na Terra!

Alguém com grandes possibilidades de entrar na política, atrair apoios, chegar ao Poder e, uma vez lá, converter o Paraíso prometido em Inferno vivido, onde ele, rapidamente se transforma em Diabo.

Rico, claro. Mas Diabo.

Quando os políticos portugueses são acusados de corruptos, tenho um pensamento reflexo: "Então, e os outros?" 

De facto, não existe nenhum governo nos cerca de duzentos países do mundo, que não possa ser acusado de corrupção parcial ou total. Claro que a banalização deste crime, não o torna normal ou, muito menos, inevitável ou sequer aceitável. 

Porém, compete-nos a todos EVITAR a corrupção entre nós, e claro, entre políticos.

Até hoje, só um instrumento será capaz de fazer temer potenciais corruptos: o polígrafo.

Para alcançar qualquer lugar de decisão, um candidato deve ser sujeito a teste por este equipamento. E, a partir da tomada de posse, fa-lo-á anualmente ou sempre que motivos fortes suspeitos surjam, como sejam documento(s), denúncia fundamentada ou outra igualmente preocupante.

Tal como a todos nós, no nosso dia-a-dia, são aplicados controladores - câmaras de vídeo, impressões digitais, leitores oculares, alcoolímetros, radares... - escapa-me a razão porque um detector electrónico não é ainda aplicado a cargos de decisão, especialmente os ocupados por políticos eleitos ou designados e financeiros - sem excepção - responsáveis pela gestão de valores superiores a 100 milhões de euros.

Certamente qualquer político ou financeiro poderá prejudicar, sozinho, a sociedade, mais seriamente do que a quase totalidade de nós, ainda que associado em grupo...



Descaramento...!

Desde que a internet nasceu a banca terá sido o principal beneficiário das facilidades que esta trouxe. Desde tranferências de ...