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sábado, 30 de agosto de 2025

O veneno - teorizado - do populismo




O Paradoxo da Riqueza e a Invenção de Culpados.

Ah, que tempos dourados aqueles do pós-guerra! 

Os "Trinta Gloriosos", onde a riqueza parecia brotar das árvores ao ritmo das fábricas a cuspir televisões, carros e frigoríficos.

Um verdadeiro paraíso materialista que, por mera coincidência, floresceu a par com a democracia, uma invenção aparentemente útil para garantir que todos pudessem sonhar em ter a sua máquina de lavar.

Depois, veio o inevitável. 

Quando a casa de cada um já estava atulhada de bens, a economia, em vez de continuar a subir como um foguete, estagnou. 
E eis que, num golpe de génio, o mercado resolveu fazer uma pausa. 

Mas a culpa, claro, não podia ser do mercado, essa entidade perfeita e infalível. 
Não, a culpa era dos governos!

Apareceu então um visionário chamado M. Friedman, que, com uma perspicácia notável, apontou o dedo aos "governos despesistas". 

Um "génio" que quando perguntado onde a sua teoria tinha sido aplicada, responde: "Os únicos territórios onde se pratica, aproximadamente, a minha teoria são Macau e Hong-Kong".
"Esqueceu" dizer que se tratavam de offshore, que viviam também do jogo.

"Governos despesistas", esses irresponsáveis que ousaram criar um sistema de apoio social, com coisas tão supérfluas como educação, saúde e aposentação, para uma população que, egoisticamente, se habituou a ter esses benefícios. 

Como é que os governos esperavam manter os serviços sem que as receitas fiscais subissem ao mesmo ritmo? 
Que audácia!

Com a "crise" instalada, e a necessidade de culpar alguém, os movimentos populistas surgiram em grande estilo. 

Promessas vazias, como sempre, mas com um repertório de bodes expiatórios que se foi atualizando: a culpa era da corrupção, depois da imigração, e até dos incêndios no verão. 

Tudo movimentos liderados por gente tão pura e altruísta, que nem um único interesse oculto se lhes vislumbra.

E por falar em teorias, a de Friedman é tão bem-sucedida que não existe um único exemplo prático que a sustente. 

Mesmo assim, a fé cega nela persiste. A "solução" para os problemas que essas teorias criaram foi, curiosamente, mais ditadura. 

Um regime que, ao contrário da democracia, que se permite falhar e corrigir, prefere simplesmente anular o debate e a dissidência.
 
Afinal, por que é que a democracia se permite ter falhas? 
É tão mais simples quando um ditador resolve tudo por si só, não é?










terça-feira, 26 de agosto de 2025

Milton Friedman, um sniper contra a Democracia.

A aplicação das teorias de Milton Friedman, tal como a implementada por Donald Trump e Javier Milei, é frequentemente criticada por causar dificuldades imediatas à população, com benefícios a longo prazo que são amplamente debatidos, sem caso de sucesso conhecido.

A abordagem de Friedman, centrada na supremacia do mercado e na redução do papel do Estado, parte do princípio de que a liberdade económica é o caminho para a prosperidade.
No entanto, a implementação desta filosofia gera choques imediatos. 
O corte abrupto nas despesas públicas, a privatização de serviços essenciais e a desregulamentação do mercado de trabalho levam a um aumento do desemprego e a uma diminuição dos rendimentos. 

As classes mais vulneráveis são as primeiras a sentir o impacto, com a perda de apoios sociais, o aumento do custo de vida e o acesso mais difícil à saúde e educação. 

A crença de que o mercado vai compensar estas perdas de forma rápida e eficiente nunca foi, até hoje confirmada.

Política de terra queimada, onde, um dia, alguma coisa, talvez germine.

Donald Trump, embora não seja um "friedmaniano" puro, partilha algumas ideias com esta escola de pensamento, como a redução de impostos para as empresas e a desregulamentação de setores como o financeiro e o ambiental. A sua política protecionista e as "guerras comerciais" que iniciou, embora tenham como objetivo proteger a indústria nacional, causaram instabilidade nos mercados globais e penalizaram diariamente os consumidores através do aumento dos preços dos produtos importados.

Já Javier Milei, um assumido seguidor de Friedman, tem levado a cabo uma política de "terapia de choque". 
A sua agenda inclui a eliminação de subsídios estatais, a liberalização dos preços e a dolarização da economia, o que tem resultado num aumento brutal da pobreza e da inflação. 

A sua aposta na privatização de empresas públicas e na desregulamentação do mercado de trabalho tem gerado incerteza e descontentamento social, com o futuro dos empregos e a estabilidade financeira de milhões de pessoas em risco.

Os resultados a longo prazo destas políticas são controversos. 

Os defensores da teoria de Friedman argumentam que a disciplina fiscal e a liberdade de mercado criam um ambiente propício ao investimento e ao crescimento sustentável.
Acredita-se que (?), uma vez superado o período de ajuste, as economias se tornam mais competitivas e geram mais riqueza para todos. 

Contudo, os críticos afirmam que o desmantelamento do Estado social cria desigualdades irremediáveis e que o mercado, por si só, não é capaz de resolver problemas como a pobreza, a degradação ambiental ou a saúde pública, o que questiona a eficácia destas políticas a longo prazo e a sua capacidade de criar sociedades mais justas e equitativas.


domingo, 9 de outubro de 2022

Iniciativa Libertária

     O aparecimento da IL no parlamento é, talvez, o maior perigo  no horizonte político nacional.

    Os membros da IL são, convictamente, "Chicago Boys". Gente que acredita que o mundo deveria não ter estados... 

    Para o seu "guru", Milton Friedman - Nobel, imerecido, de 1976, creio - olhava as sociedades como vítimas da voracidade estatal. Para este senhor, os "estados" mais aproximados da sua teoria seriam as, então colónias, Hong Kong e Macau, onde a governação era praticamente inexistente. 

    Do género: Queres saúde? Paga-a totalmente. Queres educação? Paga-a totalmente. Queres habitação? Nem sonhes com apoio do estado...

    Macau e Hong Kong eram então, e são-no hoje, regiões vivendo da banca offshore e do jogo que garante os valores que as minimalistas autoridades legais necessitam.

    Friedman foi assessor do ministro da economia de Pinochet - golpista que derrubou Allende em 1973 - propondo medidas radicais que em pouco tempo conduziram à dificuldade do Chile em exportar e à rebelião nas ruas.

    Ser liberal é, politicamente, ter um espírito aberto a todas as opções.

    Ser "liberal" economicamente é ser adepto, apenas, da anarquia social.

    Como Friedman disse: "O único objectivo de uma empresa é dar lucro." Não será ter de pagar impostos, ter qualquer tipo de inserção social ou responsabilidade para com os seus trabalhadores.

    Dar lucro, é o mantra deste teórico nobelizado, ainda que tal destrua tudo à sua volta : Pessoas, ambiente, estruturas...

    Liz Truss é a actual cara do liberalismo económico na europa. Conquista o poder no UK até Janeiro de 2025, se o Partido Conservador britânico assim o entender. 

    Truss, nomeou um dito génio das finanças, Kwassi Kwarteng (KK), para seu ministro. Que decidiu KK no plano de recuperação apresentado ao parlamento britânico? Descida dos impostos aos grandes vencimentos, superiores a 150.000 libras (171.000 €) anuais e apenas a estes. 

    Consequência: afundou a libra em mínimo histórico, nos "esquerdistas" mercados, obrigando o Banco de Inglaterra a intervir...

    Este o procedimento social da liberalidade económica. 

    Lobos sanguinários disfarçados de cordeiros...


    

    

    

Descaramento...!

Desde que a internet nasceu a banca terá sido o principal beneficiário das facilidades que esta trouxe. Desde tranferências de ...