Mais um pensamento, inspirado no ministro da saúde, me ocorreu:
Quem leu o meu post de 5 de Dezembro passado, certamente recordará que o sr. ministro Pizarro considera "não resolver qualquer problema" os estudantes de medicina que decidam ir exercer a sua actividade no estrangeiro após a graduação, serem obrigados a pagar a diferença entre o que individualmente já pagaram em propinas e o custo per capita, do valor total do respectico curso.
Ou seja, um médico recém licenciado pelo esforço em impostos dos portugueses, fica imediatamente livre para ir exercer actividade na Alemanha ou em qualquer outro estado o qual, não dispendeu nem dispenderá, um só cêntimo na formação desse técnico...
Mais grave ainda, o mesmo se passará com qualquer outro curso superior obtido em Portugal! Mas o silêncio do ministro da educação também parece admitir semelhante falta de preocupação com o assunto.
Ou seja, assistimos por um lado a greves para aumentos salariais, às quais o Orçamento não contempla mas, por outro, a um completo laxismo sobre formas óbvias de poupar dinheiro e até, de uma certa atitude sobranceira de novo riquismo sobre o tema.
Quantas mais situações de "não resolver qualquer problema", haverá por aí?
A que será devido o silêncio sindical e mediático conducente a de um debate público, sobre o assunto?
Se pensarmos que o valor médio de um curso de medicina rondará 400.000€*, porque só se fará barulho com o caso da Tap?
* https://www.publico.pt/2015/08/12/opiniao/opiniao/o-custo-de-formar-um-medico-1704673