Quando é tida como patriótica a espionagem, a infiltração, mesmo o assassínio de alguém por um elemento dos chamados serviços secretos (intelligence) do país interessado em tal serviço, estamos a tornar positivas algumas das mais perturbadoras situações para uma evolução positiva entre estados.
Claro que os agentes - a CIA, Agência de espionagem dos USA, apelida de "assets" - de tais "contributos" nacionalistas estão dogmatizados para o elevado valor dos seus actos em prol da causa que os motivou, treinou e submeteu.
Nestes processos, os estados também estão a possibilitar o desvio de actuação desses "assets" - ao fornecer-lhes as técnicas mais avançadas conhecidas - para objectivos pessoais ou de grupo.
Putin era um espião do KGB soviético.
Treinado para a "arte" em defesa de uma causa, lógica e objectivo, há muito, ultrapassados, condenados pela prática, desprezados por quase todos a eles submetidos durante setenta anos.
Em Putin, o KGB soviético terá injectado conceitos, tácticas e métodos para proteger e ampliar esse sistema abjecto bem como, se necessário, morrer em defesa dele.
Todos recordamos as exibições públicas de alcoolismo de Boris Yeltsin, primeiro presidente da Rússia após a queda da União Soviética. Fácil será admitir, por parte dele, outros comportamentos indevidos em privado.
Putin foi chefe do KGB, agora, FSB nova sigla dada ao antigo KGB (única alteração conhecida nessa agência até 2006). É interessante ver o que acontece ao FSB após essa data*. Parece uma inevitabilidade que Putin tenha mandado filmar Yeltsin em situações comprometedoras.
Em 1999, Yeltsin "escolhe" Putin para primeiro-ministro da Rússia.
Resumindo: A Rússia é, há 23 anos, governada por um ex-espião, formatado pela URSS para defesa dos seus - tenebrosos - interesses.
*https://www.publict/2006/