segunda-feira, 15 de janeiro de 2024
Mudam os tempos, mas o amor à liberdade mantém-se!
domingo, 8 de maio de 2022
Os 30 anos de ouro.
É assim que são conhecidos na história da economia os 30 anos pós II Guerra Mundial.
Entre 1945 e 1975 as economias da Europa e dos EUA conhecerem desenvolvimentos únicos em toda a sua História. Mas não só! Foram também anos especialmente marcantes para o Japão que, conjuntamente com a Alemanha, assumiram lugares cimeiros passando de potências física e psicologicamente arrasadas, a terceira e segunda posição na economia global.
Este período dourado vincou, na mente de quem o viveu, a imagem de um mundo melhor que crescia a olhos vistos. A pujança do crescimento era tal, que parecia não ter fim. Sociedades saídas de duas guerras mundiais, uma pandemia, uma banca rôta e ideologias políticas nascentes, encontravam agora na segunda metade do século XX, uma prosperidade nunca antes vista na História da humanidade.
E foram também 30 anos de Paz, tão valiosa quanto rara.
As gerações nascidas após 1975 - note-se, depois de 1974 - começam a sentir as primeiras dificuldades em continuar a sentir ritmo do desenvolvimento, semelhante até ao então conseguido.
E, como sempre, em política surgem oportunistas, analistas cirúrgicos do que foi mal feito porém, convenientemente alheios ao muito conseguido, geralmente, profetizando mudanças "para melhor" sem explicarem como, quantificaram valores e sacrifícios ou apontarem para quando...
Na circunstância, destacou-se um economista que - espantosamente - seria em 1976, laureado com o prémio Nobel. Milton Friedman assegurou que o mal do crescimento das economias se encontrava nas despesas sociais dos estados.
Despesa dos mesmos estados que tinham transformado um passado limitado, com guerras, recessão e ignorância massiva, num presente repleto de expectativas e futuros risonhos, hoje ainda usufruídos.
Quando numa entrevista, questionam Friedman sobre quais as regiões com modelos de governação semelhantes aos que advogava como não despesistas, o economista não tem qualquer pejo em apontar Macau e Hong Kong, à época colónias europeias, com regulamentação estatal mínima, sem qualquer despesa social - educação, saúde, habitação, aposentação, defesa - vivendo como economias offshore e colhendo receitas significativas do jogo.
(Para dar uma ideia da dimensão destas receitas em Macau, cerca de 32,43mM€. Em Hong Kong, cerca de 34mM€, 2019).
Apesar do ataque frontal ao que, historicamente, de melhor tinha sido conseguido pelas economias europeia e americana e sem apontar qualquer solução alternativa credível Friedman, desde então, é tido como guru económico para a extrema-direita e de todos os que vêem no desenvolvimento da humanidade, um incómodo às suas ambições feudalistas empresariais.
A John Maynard Keynes* e George Marshall**, respectivamente estratega e executante do Plano Marshall, o meu reconhecimento pelos 30 anos de ouro!
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