Os partidos, a Maçonaria, a Opus Dei, o loby lbgt+, os membros dos governos, os autarcas, os sindicatos, as famílias... praticam ou não, a famosa "cunha" com a pesada negatividade que os media lhes atribuem?
Tentemos reduzir a questão ao ponto de vista individual:
Suponhamos que o leitor é nomeado ministro.
Quem iria escolher para trabalhar consigo?
Amigos que considerasse capazes ou optaria por desconhecidos, eventualmente adversários encapotados, que lhe fossem apresentados como competentes?
E, o que é competência?
A intensidade política individual, a experiência profissional, o título académico, o passado útil à sociedade ou outra característica?
E qual o critério, ou critérios, de competência para se assessorar um ministro?
Pensemos agora que o leitor é "apenas" um pai de família.
Será que não fará tudo o que estiver ao seu alcance para a sua filha ou filho conseguir o melhor trabalho possível? Mesmo recorrendo a uma "cunha" caso ela esteja ao alcance?
Pela minha experiência passada, é-me possível concluir que qualquer pessoa dotada de capacidade de trabalho, conhecimentos gerais acima da média, bom-senso e socialmente adaptada, pode ocupar quase todos os cargos. Para os mais especializados será sempre possível recorrer a consultores pois não se espera de ninguém, ser simultaneamente financeiro e médico...
Seja oriunda do partido, da maçonaria, da opus dei, lgbt+, sindicato ou familiar, o que se espera da pessoa é o desempenho capaz das funções que lhe são entregues e a avalição do seu desempenho, boa ou má, será problema de quem a nomeou.
Os media devem acabar com as campanhas "a priori", de uma nomeação para abortarem e - tentarem - assassinar politicamente os nomeadores e nomeados, caso estes não lhes agradem...
Não é crime ser familiar ou pertencer a qualquer organização da sociedade, para exercer um cargo público ou privado.
Só a manutenção da incapacidade para desempenho de funções é condenável!
Outra coisa, será o puritanismo ético anti-"cunha".
Uma sociedade evoluída deve, obviamente, combater a desigualdade no acesso a qualquer função!
Mas não será mediaticamente prioritária a sistemática preocupação no combate a paraísos fiscais, onde tranquilamente repousam capitais oriundos da fuga aos impostos, do tráfico humano, órgãos, droga, armamento...?
Dinheiro esse, que já soma 1/3 do pib mundial e que faz falta aos estados para evitar o recurso sistemático à dívida externa, condicionando, principalmente, a educação e a saúde públicas?
Os media veem o mundo com lentes ampliadoras, sobre tudo, para as mínimas controvérsias do dia-a-dia.
Mas são cegos à podridão que, silenciosamente, vai aniquilando o Sistema Democrático e com ele, a liberdade de imprensa.
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