Mostrar mensagens com a etiqueta extrema. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta extrema. Mostrar todas as mensagens

domingo, 11 de maio de 2025

O mundo a voltar atrás...

O mundo a voltar atrás...

Vivemos tempos inquietantes. 

As recentes tendências eleitorais em países como os EUA, Brasil, Alemanha e Hungria revelam um padrão preocupante: 

O crescimento de forças políticas extremas que colocam em risco os valores fundamentais das democracias modernas. 

Este fenómeno não é um acidente, nem fruto apenas de crises económicas ou sociais. 

É, acima de tudo, o reflexo de um fracasso sistémico: o fracasso educacional das democracias ao não formarem cidadãos conscientes, críticos e comprometidos com os princípios que sustentam a liberdade.

Durante décadas, o ensino secundário em Democracia tratou a política como um tema academicamente inferior ou polémico, negligenciando a sua dimensão formadora. 

Os jovens são ensinados a decorar factos históricos, mas raramente a interpretar os mecanismos da democracia, a valorizar a transparência, a reconhecer a importância da solidariedade e a cultivar a honestidade como base da vida pública. 

Assim, tornam-se presas fáceis para discursos simplistas, emocionalmente manipuladores e recheados de promessas de ordem e grandeza.

As omissões dos sistemas democráticos – sejam elas o silêncio sobre os riscos do autoritarismo ou a indiferença perante a exclusão social – são exploradas com habilidade pelas extremas, tanto à direita como à esquerda. 

Estas forças oferecem "respostas" fáceis a problemas complexos, apelando a cérebros ainda imaturos, pouco preparados para o escrutínio crítico.

E assim, voltamos atrás...! Ressurgem as ideias de força, de exclusão, de confronto, de muros em vez de pontes. 

Caminhamos para um recuo civilizacional que parecia ultrapassado, mas que agora ganha novo fôlego, alimentado pela ignorância institucionalizada. 

Se queremos salvar a democracia, temos de começar por educar para ela.

 Urgentemente!


terça-feira, 7 de janeiro de 2025

O que te faz mais medo?

Li, em uma revista espanhola, o seguinte título: "O que te faz mais medo?". Essa pergunta intrigou-me, e decidi fazê-la a mim mesmo: o que me causa mais medo?

Com um pensamento já moldado por uma visão politicamente crítica, a primeira resposta que me veio à mente foi: "o avanço eleitoral da extrema-direita em todo o mundo, particularmente em Portugal".

Como foi possível que tantos eleitores se deixassem seduzir por discursos vazios e promessas ilusórias de pessoas sem realizações significativas no passado nem projetos concretos para o presente? 
Como acreditar num futuro melhor nas mãos de quem não apresenta passado credível?

Pensemos no caso do Chega. Como alguém pode confiar em um líder cuja experiência de destaque resume-se a movimentações financeiras para paraísos fiscais — ao que chamam de "gestor de fortunas" — e forma um grupo de deputados onde cerca de metade possui cadastro criminal? 

E assim, recebe o apoio de um milhão de eleitores?

Essa reflexão levou-me a um ponto essencial: a falta de preparação política da população em geral.

Durante a Ditadura, qualquer conversa sobre política podia levar à prisão. Para os jovens, homens, isso podia significar mobilização para as frentes mais perigosas da guerra colonial.

Com o 25 de Abril de 1974, veio a liberdade de expressão e pensamento político. Contudo, essa liberdade foi vivida com paixão, mas sem conhecimento ou formação sólida. E, como todas as paixões efemeras, acabou por se dissipar rapidamente.

Nos currículos escolares do ensino secundário, ainda hoje, falta um estudo profundo sobre sistemas políticos, suas diferenças e suas implicações. Democracia e ditadura, para muitos, são tratadas como "iguais", sem distinção crítica ou contextual.

Talvez esteja aí a raiz da indiferença política, do absentismo eleitoral e da porta escancarada para o avanço da extrema-direita. 
O vazio deixado pela ausência de educação cívica cria um terreno fértil para o crescimento de discursos que exploram medos e inseguranças, sem oferecerem soluções reais.


Descaramento...!

Desde que a internet nasceu a banca terá sido o principal beneficiário das facilidades que esta trouxe. Desde tranferências de ...