O mundo a voltar atrás...
Vivemos tempos inquietantes.
As recentes tendências eleitorais em países como os EUA, Brasil, Alemanha e Hungria revelam um padrão preocupante:
O crescimento de forças políticas extremas que colocam em risco os valores fundamentais das democracias modernas.
Este fenómeno não é um acidente, nem fruto apenas de crises económicas ou sociais.
É, acima de tudo, o reflexo de um fracasso sistémico: o fracasso educacional das democracias ao não formarem cidadãos conscientes, críticos e comprometidos com os princípios que sustentam a liberdade.
Durante décadas, o ensino secundário em Democracia tratou a política como um tema academicamente inferior ou polémico, negligenciando a sua dimensão formadora.
Os jovens são ensinados a decorar factos históricos, mas raramente a interpretar os mecanismos da democracia, a valorizar a transparência, a reconhecer a importância da solidariedade e a cultivar a honestidade como base da vida pública.
Assim, tornam-se presas fáceis para discursos simplistas, emocionalmente manipuladores e recheados de promessas de ordem e grandeza.
As omissões dos sistemas democráticos – sejam elas o silêncio sobre os riscos do autoritarismo ou a indiferença perante a exclusão social – são exploradas com habilidade pelas extremas, tanto à direita como à esquerda.
Estas forças oferecem "respostas" fáceis a problemas complexos, apelando a cérebros ainda imaturos, pouco preparados para o escrutínio crítico.
E assim, voltamos atrás...! Ressurgem as ideias de força, de exclusão, de confronto, de muros em vez de pontes.
Caminhamos para um recuo civilizacional que parecia ultrapassado, mas que agora ganha novo fôlego, alimentado pela ignorância institucionalizada.
Se queremos salvar a democracia, temos de começar por educar para ela.
Urgentemente!
👍✌️
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