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segunda-feira, 17 de outubro de 2022

A desculpa verde de Merkle.

    

    Ontem assisti a Angela Merkel, na sua passagem por Lisboa, respondendo a um jornalista, afirmar que não estava arrependida por ter colocado a Alemanha na dependência dos gás russo da Gazprom em 43%, durante os 16 anos que foi Chanceler.

    Justificou a sua posição por esta opção ser a que melhor combateria as alterações climáticas (ACs) previstas, penso, pelo IPCC (Intergovernamental panel on climate change). 

    (Talvez um dia perca tempo e continuando a abusar da paciência dos meus leitores, consiga explicar o porquê, de os relatórios do IPCC/ONU, com contribuições de 230 cientistas de 66 países (2014), não são assinados por ninguém... Ainda assim, vão controlando nos nossos dias a actividade política global...)

    Esquecendo que Merkel, apanhou em andamento o combóio que Gerhard Schröder, anterior chanceler (1998-2005) em coligação com os Verdes, tinha posto em andamento - provavelmente, visando o lugar de presidente da Gazprom que Putin lhe havia oferecido - ela evidenciou sempre clarividência e bom-senso na generalidade das decisões que, pela Europa e pela Alemanha, teve de tomar entre 2005 e 2021.

    Estranho é, como qualquer gestor entenderia, ser a dependência de uma empresa de um único fornecedor em 43%, um risco demasiado alto uma vez qualquer falha deste, ser praticamente irreparável a curto prazo comprometendo o desempenho. Tal é muito mais grave, tratando-se de um país. Mais grave ainda, de um país tido como força motriz para um continente.

    O argumento de combate às alterações climáticas não pode servir a qualquer político eleito. Nenhum é eleito para defender as ACs à custa do sacrifício da economia ou da protecção social.

    Mas Merkel sempre se inclinou politicamente aos aplausos do histerismo verde que justificavam a sua governação. Que condenaram paulatinamente o uso do nuclear, do carvão, do petróleo, restando o gás russo contra o qual, poucos ou nenhum inconveniente manifestaram. 

    Até parece que os Verdes alemães eram, são, grandes amigos de Putin...



quarta-feira, 23 de março de 2022

A Europa e a energia II.

 

Do último post, ressalta uma diferença significativa:

Embora com menos 20 milhões de habitantes e um PIB (2021) de 36.520€ per capita, a França dá hoje à Europa uma muito superior perspectiva de desenvolvimento do que a Alemanha com seus 83 milhões de habitantes e um PIB (2021) de 49.920€ per capita, 37% acima do francês. 

A razão residirá no erro estratégico alemão de, ao invés de apostar decisivamente na sua autonomia energética, optou pelo imediatismo fácil da compra de hidrocarbonetos ao exterior, tornando dependente dessa aquisição quase 50% da sua economia. 

Porque a Alemanha o terá feito? 

Pela corrupção dos dirigentes alemães que beneficiaram com esse negócio. Pela passividade dessa mesma clique dirigente em desenvolver alternativas que, protegendo o ambiente, assegurassem também a independência energética alemã. Pela exigência eleitoral dos partidos verdes em terminar rapidamente com centrais a carvão, gasóleo e nucleares, sem planeamento alternativo sustentado.

Fácil será concluir que tudo correu da melhor forma para Putin. 

Financiou a sua economia anémica, preparando e consumando diversas agressões militares a vizinhos.

Uma vez mais a ambição, corrupção e megalomania de aventureiros no poder, provocaram a morte a muitos e condenaram o futuro a todos.

A Democracia não pode continuar a permiti-lo !!!