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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Gestores a la portugaise.

Tinha-me comprometido à contenção escrita durante esta época mas... não me deixaram.

O "affaire" Tap-Nav-Tesouro quebrou, violentamente, a minha abstinência temporária ortográfica.

António Vitorino, aquele que hoje está na ONU, que foi juiz, ministro, comissário europeu e presidente de várias dezenas de conselhos fiscais de outras tantas empresas, disse um dia e eu ouvi: "O que é bom não é ser ministro. É ser ex-ministro."

Para quem pensou, na altura, que ser ministro constituí uma honra quase máxima para qualquer cidadão, tal frase intriga-me e, durante uns tempos, tentei perceber o porquê do dito. Inquirindo aqui e além, este e aquele, concluí que o sistema promovia os seus ex-dirigentes políticos a dirigentes empresariais com um tremendo upgrade financeiro.

Para tal, havia sido permitido (por quem?) ter o céu como limite salarial às administrações das empresas públicas. Assim, o ministro quando saía do seu posto - e sempre sairia - ingressava num saboroso lugar onde, além de um fausto ordenado, prémios de gestão - quer a empresa estivesse a caminhar bem ou mal - teria também mordomias (tenho gravado na memória, com um sorriso, o dito por um administrador de empresa que me confessou pelo Natal receber 31- trinta e um - meses de ordenado) e satisfatórias compensações "se fosse obrigado a" abandonar o cargo.

Situação esta, pecando por pouco, foi adocicada com a queda da expressão "se fosse obrigado a", substituída por "ao"... Permitindo assim receber, em qualquer circunstância, a massaroca.

Toda esta vigarice, outro nome não terá, iniciou-se com a "necessidade" de ter "os melhores" à frente das empresas. Privadas ou públicas. Assim falava Cavaco. E que haverá de melhor que oferecer prebendas "aos melhores" - amigos, compadres e familiares - para produzir um BPN, BES, BPI, Banif...

Jardim Gonçalves, com o BCP, terá sido o mais hábil manipulador destas habilidades: Despedaçou o capital do BCP - que fundou - em máximo de 8% (creio) e, claro, nas Assembleias Gerais de tão grandiosa como litúrgica empresa, quem mandava era ele. 

Os accionistas não conseguiam maiorias e o Jardim navegava essa impossibilidade sustentando tudo o que queria para si e, logo a seguir, para os correligionários administradores do BCP. 

Jardim reformou-se com 150.000 euros mensais- a pagar pelos impostos - mais avião e segurança privada a cargo do BCP.

O caso desta desconhecida gordinha oportunista que durante 26 dias foi Secretária de Estado, parece-me ter sido muito mais uma granada defensiva do que o míssil Cruiser com que alguém contaria no futuro, para conquistar a Secretaria-Geral do PS, face ao conhecido armamento de outros crónicos - mas improváveis ​​​​- candidatos.

Trazer gente de fora, desconhecida, alcunhada de competente já terão sido os casos Manuel Pinho, Paulo Núncio e de outros que "por obras asquerosas" das primeiras páginas dos media, se foram escapando. 

Para pagar o quê e a quem, desta vez? Seria importante a opinião pública saber mas, a opinião publicada não efectua investigação. Só assédio e provocação. E vão sobrevivendo...