Resta-me o consolo de ter dito e escrito, já após 7/Nov último, que o meu candidato favorito no PS era, é, JL Carneiro.
De facto, além de ter acompanhado o seu tranquilo percurso pelo ministério tradicionalmente mais complicado - fogos, imigração, segurança... - pouco mais sabia sobre ele.
Há no entanto características de personalidade num político que valorizo e creio, valorizarei: Discurso fácil, tranquilo, diplomático, pensamento estruturado, aberto ao diálogo alargado, priorizando a positividade macroeconómica...
Pedro N. Santos é o aparente contrário de tudo isto.
Expressa-se em solavancos ao sabor do tema conjuntural, mal disfarçada inquietude, tendência política definida, discurso muito pouco diplomático, indiferente - se não contrário - à positividade macroeconómica.
JLCarneiro é senhor de um passado de ministro com bom desempenho em áreas complicadas.
PNSantos nem por isso...
Posso considerar esta diferença de estilos, como pouco importante. Porém, a tendência política exibida por Pedro Nuno Santos é limitadora da necessária atração do eleitorado do centro, oscilando entre PS e PSD, que define resultados eleitorais.
Não bastará recrutar personalidades afastadas do olhar do público, tidas pelos media como "mais á direita", para tranquilizar eleitores sempre preocupados com a influência do PCP ou Bloco numa governação.
Há que garantir que o chefe do governo tem pensamento livre e, embora baseando-se numa racionalidade ideológica, seja capaz de ouvir todos, elaborando pontes estratégicas largamente aceites.
Num sistema político onde o Governo não é eleito mas, discricionariamente nomeado pelo PM, este terá de garantir que o perfil dos nomeados é conhecido, forte e com opiniões vincadas para os seus sectores de governação e, fundamental, estar sempre afastado - física, telefónica e moralmente - dos interesses de lobbies.
A maior transparência possível será determinante, especialmente na actual conjuntura, para a sobrevivência do partido e, sobre tudo, da Democracia.