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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Guterres.

Entre as muitas pessoas que conheci, António Guterres deixou-me um acentuado sentimento de admiração.

Cultura enorme, particularmente em temas históricos, assistente no Instituto Superior Técnico, evidenciava fala fácil de volume elevado, útil à época, a um político que acumulava uma memória fotográfica dos textos teóricos.

Um defeito: Faltava a demasiadas aulas.

É por tudo isto que me surpreendem a sua "emergência climática" um tema que na década de 1970 lhe era distante e, mais ainda, a sua aparente incompreensão pela nova forma de guerra, criada pelo Hamas e consequente pesada resposta israelita.

Se bem me lembro, a sensação de emergência climática acentuou-se em Guterres, após o corte da comparticipação de Trump nas finanças do ONU. Coincidência ou não, o protagonismo da ONU - criada para manter a Paz e não o clima universal - na matéria, tornou-se liderante até Fevereiro de 2022.

De então para cá é o que se vê: A ONU evidencia, uma vez mais, a sua incapacidade para manter a Paz.

Se na guerra da Ucrânia, Guterres toma, logicamente, partido pelos agredidos, no ataque do Hamas a Israel, toma o partido dos... palestinianos.

Como se o Hamas tivesse atirado de novo umas pedras aos soldados judeus, e pouco mais...

Caro Guterres: 

O Hamas e os palestinianos - crianças, mulheres e idosos à parte - são uma e a mesma coisa. Como se pode entender a colocação de milhares de mísseis, centenas de km de túneis, rampas de lançamento... num território com 45km2 sem conhecimento e aceitação dos cidadãos onde, um desemprego da ordem dos 30% favorece o recrutamento militar, principalmente de jovens que são alvo de dogmatização religiosa desde criança, para aniquilarem inimigos que, os seus lideres designam como infiéis apesar de partilharem, como sabes, o mesmo texto religioso, até ao nascimento de Cristo.

O Hamas criou uma nova forma de guerra, que tira partido das regras bélicas tradicionais assumidas entre estados mas, ao contrário destes, recruta e refugia em caso de guerra os seu soldados, o seu material bélico, a sua logística, os seus comandos militares entre população civil, porque aí se pensa protegido pelas leis aceites entre estados.

Porém, Gaza é, apenas, um território rebelde. Gaza não obedece às leis e lógica da Autoridade Palestiniana na Cisjordânia, onde a Paz com Israel parece estar cimentada. 

Gaza, do Hamas, tenta ser um santuário de criminosos que tomam a iniciativa de ataque e se escondem entre mulheres, crianças e idosos colocando-os em óbvio risco particularmente quando a luta é pela sobrevivência, como é o caso de Israel.

Que faz então o SG da ONU defender a população palestiniana, logo o Hamas, confrontando e justificando esta evidência, com o facto de Netanyahu ser um extremista?

Muito provavelmente, a opinião dos 10.000 funcionários palestinianos da ONU trabalhando em Gaza e seus chefes!

Esquece, Guterres, que Israel é a única Democracia no Médio Oriente. 

Esquece que Israel nada fez e sofreu um ataque hediondo com 250 indivíduos reféns e mais de mil mortes civis. 

Esquece que Israel é um estado reconhecido pela ONU.

Esquece que o Hamas é uma organização terrorista, reconhecida internacionalmente como tal, fazendo da população palestiniana sua cúmplice e vítima. 

Esquece que Israel muito antes de atacar Gaza avisou, e muito bem, para a população palestiniana se desviar para sul e espantosamente ou não, nenhum dos países circundantes, seus irmãos de fé, se prestou a recebê-la.

Ou seja, aparentemente, Guterres amplia apoiando a estratégia do Hamas apelando a pausas humanitárias que só serviriam para facilitar ao Hamas o acentuar da sua acção evasiva, provavelmente com mais sacrifícios - não mediatizados - para o povo palestiniano.

Espantosamente Guterres parece incapaz de apresentar à Assembleia Geral da ONU um plano, discutível embora, para conseguir Paz na região e evitar um conflito global. (Sugiro a minha perspectiva no post "Crescente Fértil" neste blog.)


Concluindo: Ser inteligente, ter boa memória e aptidão política mostra-se insuficiente face à pressão das vozes circundantes.



sábado, 7 de outubro de 2023

Alteraçōes climáticas ?


Se em 1991, exprimi reservas sobre as chamadas alterações climáticas (ACs), fi-lo com base em dados climáticos dos dois trinténios anteriores, 1931-61-91, que nada indiciavam de anormal no clima.

Fiz então, pessoalmente, silêncio sobre o tema até hoje, por entender que tudo o que viesse a ser feito a partir daí em prol do clima, seria importante para a União Europeia contribuindo para a oportunidade de, lentamente, esta se livrar da dependência de petróleo oriundo de países instáveis, a maioria na mão de dirigentes árabes, com regulares e pesados impulsos financeiros, esgotamento previsto e combustão altamente poluidora.

O novo presidente do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), em entrevista a 06/10/1923 ao Público,

 


refere, em título, que " A série de dados dos últimos 20 anos já mostra alterações..." ou seja, em 1991 não existia qualquer indicador estatístico que apontasse para alterações no clima.  No entanto, já alguém as havia "decretado", talvez para dar corpo à Convenção Quadro da ONU de 1992 sobre as ACs...


Sinto que devo terminar este post, lembrando que os 80 anos, que em média cada um de nós está na Terra, são uma gota na água de um mar de 4.500.000.000 de anos, actualmente, atribuídos à existência do planeta.

Por isto, tudo o que seja inferir de um comportamento instantâneo da atmosfera, uma tendência, uma inevitabilidade ou uma catástrofe a prazo será erradíssimo, perigoso, alarmante e indigno de qualquer dirigente.

Lamento que António Guterres, uma das melhores cabeças que conheci, o esteja a fazer.

Certamente o fará mais por circunstancial conveniência da ONU - com razão básica existencial bem diferente - do que pelo interesse, a prazo, do planeta.






quinta-feira, 18 de agosto de 2022

O controlo financeiro dos países, que julgamos independentes.

    Tanto faz o SG da ONU e o Papa apelarem, o controlo dos pornográficos lucros das petrolíferas parece improvável.

    O apelo do SG da ONU é espantoso: Nunca A. Guterres levantou a  voz - como tem feito sistemática e regularmente para as "alterações climáticas" - para tentar terminar com os paraísos fiscais, verdadeiros coios da pirataria financeira internacional, que só a ilegalização através de um acordo-quadro da ONU poderá travar.

    O Papa, igualmente ténue nos seus apelos ao fim dos paraísos fiscais, é um dos interessados nestes locais deploráveis: O IOR (Instituto de Obras Religiosas) é um offshore que funciona no Vaticano, com um historial triste.

    E, espantosamente, estas entidades apelam agora ao entendimento uníssono de cerca de 200 países, ditos independentes, com os seus interesses diversos e por vezes conflituantes, para que convirjam na necessidade de taxação extra, sobre o lucro das refinarias petróleo durante o conflito na Ucrânia...

    Porque nunca terão feito o mesmo pedido sobre os offshore?

    Acaso não terão consciência que são cúmplices no poder financeiro dos trusts, por este se encontrar em paraísos fiscais, condicionando os governos com populações a servir, perante o vosso silêncio de décadas?

    Acaso não entenderão, que os offshore são santuários para o crime financeiro, como a fuga ao fisco, os ganhos da venda de armas, da droga, da escravatura humana, do financiamento do terrorismo, do produto do roubo de ditadores e oligarquias aos seus povos?

    O que provocará o vosso silêncio sobre esta matéria?

    Guterres não entenderá que os offshore matam mais população anualmente que o trigo que vai agora tentar trazer da Ucrânia?

    O Papa não entenderá que a sua palavra sobre esta matéria será muito mais importante do que qualquer visita a um qualquer estado?

    O que será que vos inibe?