sábado, 9 de agosto de 2025

Pensamentos 1 - As dinastias financeiras.

 




A História Universal encontra-se repleta de alterações políticas.

São estas modificações, marcos ditando diferentes épocas na evolução das sociedades humanas.

Invariavelmente, a uma revolução segue-se a total aniquilação física e/ou funcional de toda a classe, até aí, politicamente dominante.

Antes dos Descobrimentos, a anulação das famílias nobres implicava também alteração na detenção dos principais bens. O poder político estava reciprocamente associado ao poder financeiro, ou seja, personificado nas mesmas individualidades, pela posse do território.

Com a formação das burguesias mercantilistas, a detenção de significativas fortunas passou a estar também em mãos de origem popular, com capacidade para comprarem títulos nobiliárquicos.

O capital pertencia, agora também, a quem estava fora do círculo de poder tradicional.

Tal como os nobres, a burguesia endinheirada conseguia agora impor na lei a transmissão de bens por herança.

Constituía-se, assim, uma nova nobreza pelo sangue: a do dinheiro.

Com a importante vantagem de não apresentar os riscos da mais antiga. Os seus membros não eram alvos de eliminação pelo efeito das revoluções e, muitas vezes, bem ao contrário, eram protegidos e apoiados por revoltosos que ocultamente financiavam, com objetivo de os novos alicerces políticos projetados pelos revolucionários, não anularem ou reduzirem o seu poder.

Essas famílias tornaram-se, assim, as de maior resiliência social através dos tempos. 

Sobrevivendo a alterações de regimes, vão influenciando a elaboração das leis, apoiando na sombra movimentos contestatários, financiando governos e controlando – através da gula financeira de agentes do estado - decisões burocráticas passíveis de as incomodar.

Perguntaremos: Porquê o voto popular não impõe o fim deste domínio, corrosivo para a sociedade?

Porque existe um fantasma sempre clamado e agitado pelas monarquias financeiras sobre as populações, quando a questão se levanta: “Se a instituição herança for colocada em causa, nenhum filho poderá herdar.

Este alarme despropositado colhe profundamente em todos aqueles que, após uma vida de trabalho, pensando deixar aos seus filhos meios para um futuro mais confortável, receiam o desmoronar dos seus sonhos.

Seria fácil, justo e socialmente muito conveniente, se herdeiros de valores superiores - por exemplo - a cinco milhões de euros, vissem os direitos do estado serem exercidos com taxações depreciando uma parte significativa desse valor. 

E essa taxação, bem como, o valor a partir do qual seriam aplicadas, seriam sempre constitucionalmente revistos em referendo, por exemplo de 30 em 30 anos, devido aos surtos inflacionários.

Porém, qualquer herdeiro que individualmente recebesse valores inferiores a cinco milhões de euros continuaria, como hoje, a ter o direito a herança isenta de qualquer tributação.

Nenhum pensamento lógico poderá justificar que um bebé, logo no nascimento, seja potencial possuidor de valores de herança na casa dos vários milhões, em alguns casos milhares de milhão, de euros.

Como poderá ser aceitável que alguém, à nascença, sem qualquer prova dada, pensamento expresso ou atitude assumida, esteja imediatamente destinado a controlar o destino de milhares ou milhões de concidadãos e de influenciar, direta ou indiretamente, políticas e economias logo, a evolução do futuro de nações?

Que lógica pode suportar este facto?

Apenas uma: a da monarquia financeira.

A eterna subalternização das famílias pobres às mesmas famílias ricas.

Por razões exclusivamente genéticas, desprovidas de lógica, mérito ou de qualquer outro dom de interesse para a maioria dos cidadãos.

Modificar tudo o que tende a eternizar desigualdades - subalternizando à partida os que podem vir a evidenciar superiores capacidades individuais - é dever de dignidade social, impondo a asserção de, à nascença, todos sermos iguais.

No mínimo, sem ultrajantes desigualdades.


quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Genocídio em Gaza.

Acredito que Israel visa acabar com a população de Gaza. 

A presença aqui de um exército de terroristas sem farda, misturado com civis, que constrói túneis sob infraestruturas sociais como hospitais, escolas, mesquitas com fundos internacionais, sendo um facto, não justificará a aniquilação de toda uma população. 

O Hamas utiliza as tácticas terroristas de completo desprezo pelas leis da guerra e pelos valores da humanidade com a obsessiva retórica da total aniquilação de Israel, e exacerba o direito do inimigo o qual, sendo um exército regular de uma Democracia e, embora respeite regras, fá-lo violentamente temendo pela sobrevivência do seu povo. 


A invasão de Israel pelo Hamas em 07/10/2023 com o massacre e sequestro de mais de mil civis, incluindo bebés, é inaceitável, exige responsabilização e moraliza uma resposta dura pelo invadido.

A questão crucial será: como um país normal deve lidar com um vizinho terrorista?

Para que melhor possamos avaliar a situação, admitamos:

Se Portugal tivesse um vizinho que nos odiasse e que tivesse o comportamento do Hamas, qual seria a nossa - a sua - resposta? 

Apelar à consciência de terroristas? 

Contratar mercenários? 

Ou agir como Israel, resgatando os cidadãos sequestrados, mesmo após meses de cativeiro e assassinatos entre estes?


A solução para o conflito israelo-palestino exige uma visão além das fronteiras atuais. 

Israel possui recursos para adquirir um território equivalente ou superior ao de Gaza, numa região mais produtiva, próspera e afastada do deserto. 

A recolocação da população palestina nesse novo território, com o devido suporte financeiro e logístico, poderia ser uma solução viável, mesmo que a questão da aceitação pelos novos vizinhos permanecesse um desafio. 

Israel e palestinianos para viverem em paz e evitarem acusações recíprocas de interferências armadas, não podem ter fronteiras comuns!

O não considerar sequer esta possibilidade será eternizar o conflito!


Falando agora em crianças:

Desde 2014, invasão da Crimeia, Putin tem raptado a famílias ucranianas filhos menores, que são incorporados no exército russo para combaterem os seus compatriotas na guerra que ele provocou na Ucrânia.

Estima-se em 35.000 o número de crianças/jovens nesta situação.

Enquanto diária e repetidamente os media, ad nauseum, tentam orientar o pensamento ocidental para Gaza, OCULTAM - como convém a Putin - esta selvática realidade.

Para que o mundo e o futuro não esqueçam, conto com a força da vossa divulgação desta realidade!












domingo, 3 de agosto de 2025

Vida fácil...

Ah, a ironia! 

Que névoa deliciosa que paira sobre nós, não é?

Então, sobre essa expressão "Mulheres de vida fácil"... 

Que coisa, não? Tão antiquada, tão... desactualizada

Se fosse para actualizar, com certeza o género mudaria.

Vejamos:

  • Os 9.000.000.000€ do BPN... um "presentinho", não?
  • Os 7.000.000.000€ do BES... outro "mimo".
  • Os 36.000.000€ do Sócrates... uma "pechincha".
  • Os 314.000€ do Mnegro... quase troco de pão.

E as mulheres? Ah, elas... Trabalhando, ralando, dividindo o pão com estranhos... E ainda por cima... condenadas por juízes! Enquanto isso, eles... Com a ajuda da família, dos "padrinhos", dos "furões"... e da benevolência judicial, são os "maiores".

"Homens de vida fácil"? 

Essa, sim, é a expressão que funciona! Especialmente para quem está pagando a conta... Nós!

Que maravilha!







sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Zelensky e a corrupção na Ucrânia


Tem a sua graça. 
Dá que pensar.

Ucranianos descem à rua porque as duas agências de combate à corrupção ucranianas teriam sido - por suspeita de envio de informações para os russos a partir delas - colocadas sob o controle do procurador-geral ucraniano, nomeado pelo presidente.

Aparentemente, o homem que diariamente dá a cara, a paz familiar e ânimo a uma guerra desigual há três anos e meio, pode ser corrupto...

Porém tal como surpreendeu Putin, Zelensky surpreendeu os ucranianos e, especialmente os media ocidentais. Como?

Zelensky afirma que irá colocar sob o escrutínio do polígrafo os funcionários familiares de russos que ocupam postos nessas duas instituições...

À parte de ser apenas familiares de russos os visados,  TODOS entenderam que a dificuldade iria ser bem resolvida!

A multidão regressou a casa e os media calaram-se.

Até quando a instalação desses sistemas em países repletos de dúvidas e ditos corruptos?

O FBI e a CIA fazem-no desde 1939...


quinta-feira, 31 de julho de 2025

A dissuação da força.


Acordo, febril, com o estrondo das labaredas na tv, mais um incêndio florestal. 

Ontem, ouvi alguém lamentar outro fogo, iniciado às 21h30, quando o sol já se punha e o calor diminuía. 

Li que cerca de 85% dos incêndios são propositadamente provocados. 

Os media focam-se nos fogos na UE e nos EUA, mas onde estão as reportagens sobre incêndios de grande magnitude na África, Rússia, China ou Índia?

A memória falha. As labaredas parecem serem exclusivas de regimes democráticos...

Outro barulho me incomoda, além da febre: o trânsito incessante na 2ª circular. 

E então, um pensamento: por que incendiários, loucos, assassinos, com todas as suas paranóias, nunca arriscam atravessá-la?

Parece que planeiam e encobrem seus atos tresloucados, e nunca cruzam a 2ª circular. 

Talvez entendam que no fogo-posto o risco é mínimo; as penas são brandas, reduzidas a metade, e como não têm recursos, não arriscam prejuízos. 

Mas atravessar a 2ª circular significa arriscar a vida; se não morrem, provavelmente ficarão num hospital, com ossos quebrados.

A loucura tem limites, e esse limite é o castigo previsível

As leis e sua aplicação são um convite à impunidade. 

Castigo mínimo para terror máximo!

Como Edmond Burke disse: 

"Para que o mal triunfe, basta que o bem nada faça." 

E o "bem", em Portugal, parece trabalhar para que o mal triunfe.

Aparenta ser útil, mas parece consegui-lo apenas  pela repetida generalização do mal.

Será mais "necessário" e quem representa o "bem" ganhará ainda melhor.

A inação diante da tragédia ecoa mais alto que o barulho das chamas.





quarta-feira, 30 de julho de 2025

Crime colarinho branco (CCB)

Ah, o crime de colarinho branco… essa modalidade olímpica onde se compete não pela medalha, mas pela morosidade dos tribunais e pela arte de desaparecer com milhões sem deixar rasto — ou melhor, deixando rastos suficientes para garantir entrevistas e cargos de consultoria mais tarde.

Tudo começa com o sagrado “princípio da inocência”, essa almofada de penas finas que envolve ternamente os suspeitos — perdão, os injustamente perseguidos — durante décadas.

Enquanto isso, os processos dormitam em estantes ministeriais, como bons vinhos à espera de envelhecer… até prescreverem, claro.

E depois há o maravilhoso mundo dos offshores. 

Ah, que delícia! 

Enviamos cartas, pedidos de colaboração internacional, rogativas com todos os selos e fitas douradas. 

E o que recebemos de volta? Silêncio!

Um silêncio tão profundo que chega a ser poético: "Desculpe, não temos informação sobre o beneficiário final da empresa XYZ Holdings Unlimited...". 

Que surpresa...! 

Nunca ninguém pensou que uma firma chamada “XYZ Holdings” sediada numa ilha de 3 km² não tivesse um dono verdadeiro!

Afinal, quem somos nós para perturbar a liberdade empresarial global? 

Investigar é um abuso, uma castração da liberdade, uma limitação ao enriquecimento visível, fácil, insolente.

Reduzam o IRC que ele precisa aumentar a conta offshore...

E exigir transparência - quando é exigida - é quase um insulto à criatividade dos que conseguem esconder milhões em três tempos com recurso a seis intermediários, uma caixa postal e um advogado com escritório num bungalow.

No fim, o colarinho continua branco, impecavelmente engomado, a desfilar tranquila e desafiante pelos corredores do poder exemplificando com enriquecer sem consequências sensíveis, à custa dos patetas que nele votaram ou do amigo (e cúmplice?) nomeado que ele motivou...

A justiça, essa, fica ali no canto… à espera que um dia também ela possa abrir conta num offshore.



segunda-feira, 28 de julho de 2025

O país do Dunning-Kruger

Os US parecem merecer o epitáfio de DK land (Terra de Dunning-Kruger).
Mas porquê Dunning-Kruger (DK)?
O efeito de DK é uma deriva de percepção comum a pessoas com poucos conhecimentos numa área específica, garantem certezas, enquanto os verdadeiros especialistas nessa matéria mostram dificuldades em as afirmarem como tal.

Basicamente, pessoas que sabem pouco sobre um assunto tendem a afirmar que sabem muito, e pessoas que sabem muito sobre esse mesmo tema tendem a achar saberem menos do que realmente sabem. 

As certezas dos 70 milhões eleitores de Trump serão vítimas de ignorância política inflamada porém, capazes de matar - como já o fizeram - por ele.

Já aqueles que votaram Kamala, percebem bem que política é mais do que ditos jocosos, acusações inconsequentes ou negócios pessoais no poder...

Infelizmente, os atingidos pelo Dunning-Kruger estão espalhados pelo mundo e são cada vez mais...







Descaramento...!

Desde que a internet nasceu a banca terá sido o principal beneficiário das facilidades que esta trouxe. Desde tranferências de ...