quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Falando de desleixo democrático...


 
A Fragilidade da Democracia Centralizada

Este é o paradoxo da "democracia" do voto único, onde a soberania popular parece esgotar-se na escolha de um só indivíduo: o Primeiro-Ministro

O voto do cidadão, celebrado como o pilar do sistema, torna-se um mero cheque em branco, uma licença para uma monarquia administrativa de quatro anos. 

Em cada ciclo eleitoral, a esperança de representatividade é traída pelo muro da opacidade.

O sufrágio direto limita-se ao topo, porém a máquina do Estado, que de facto executa as políticas, opera numa câmara de ecos e fidelidades ao ÚNICO ELEITO: o PM.

Ministros, Secretários de Estado, e todos os altos cargos — desde Diretores-Gerais a Conselhos de Administração de empresas públicas cruciais — são meras peças num tabuleiro desenhado pelo líder. 

Onde está o mérito? 
Onde está o escrutínio público? 

A resposta jaz na penumbra de um "parecer" nunca formalizado: Uma palavra, um telefonema, informal do Primeiro-Ministro que vale mais do que qualquer concurso ou competência demonstrada.

Este sistema alimenta uma cadeia de dependência vertical. 
A lealdade ao chefe substitui a responsabilidade perante o eleitorado. 

As nomeações não são vistas como uma seleção dos mais aptos para servir o público, mas sim como recompensas por financiamento partidário e vantagens familiares.

O aparelho de Estado transforma-se num vasto feudo de afilhados, onde a competência técnica é secundária à obediência política.

A falta de transparência é gritante. A ausência de critérios claros e escritos para estas nomeações mina a confiança e abre a porta a práticas clientelistas. 
O Governo, autoproclamado democrático, nega o princípio basilar da separação de poderes e da fiscalização mútua. 

O Primeiro-Ministro não só define a política, como também escolhe quem a executa, quem gere o erário público, e quem fiscaliza as suas próprias decisões. (Quem nomeia os PGRs?)

Isto não é apenas ineficiência; é uma profunda falha democrática. O cidadão sente-se despojado de influência nos escalões que realmente impactam o seu quotidiano. 
A voz do eleitor é silenciada logo após o dia da eleição, sendo substituída pelo murmúrio do gabinete. 

A democracia, neste modelo, é apenas uma fachada eleitoral que esconde uma estrutura de poder centralizada, opaca e profundamente não democrática na sua essência.


O Caso dos Conselhos de Administração:

Focando nos Conselhos de Administração de empresas públicas, o problema da nomeação por "parecer" informal do Primeiro-Ministro atinge o ponto nevrálgico da gestão dos recursos e serviços essenciais.

Estas empresas (transportes, energia, água, saúde) detêm um monopólio ou um domínio estratégico vital, gerindo orçamentos avultados e prestando serviços a milhões de cidadãos.
A nomeação direta e opaca dos seus gestores pelo poder central resulta em três consequências concretas e nefastas para a governação e para o cidadão:

 1 - A Captura Política e o Desvio de Missão: 
Os administradores nomeados, devendo o seu cargo não ao mérito técnico-económico, mas sim à lealdade política, tendem a priorizar os interesses do partido ou do Governo em detrimento da missão de serviço público da empresa. 
Isto pode traduzir-se em decisões que visam ganhos eleitorais imediatos (como um congelamento de tarifas insustentável) ou adjudicação de contratos a favor de players com ligações políticas, mesmo que existam soluções mais eficientes ou baratas. 

A empresa pública deixa de ser um instrumento do Estado para se tornar um prolongamento da máquina partidária.

2 - A Incompetência e a Má Gestão: 
Sem um processo de seleção transparente e baseado em critérios de competência verificável (como headhunting externo ou escrutínio parlamentar rigoroso), o risco de nomear indivíduos sem a expertise técnica necessária para gerir complexas operações aumenta exponencialmente. 
A gestão torna-se amadora, levando a prejuízos financeiros que terão de ser cobertos pelo erário público – ou seja, pelo bolso do contribuinte. 
Falhas operacionais graves, desperdício de recursos e endividamento crónico são os subprodutos diretos desta ausência de escrutínio.

3 - O Conflito de Interesses e a Impunidade: 
A nomeação por via informal e pessoal facilita a colocação de indivíduos com um historial de conflito de interesses, seja por laços com fornecedores, ou por terem ocupado cargos de regulamentação do mesmo setor. Além disso, a forte proteção política que advém da nomeação direta confere uma sensação de impunidade. 
Estes administradores sabem que a sua permanência depende da vontade do Primeiro-Ministro, e não da sua performance objetiva. 
A fiscalização (interna e externa) torna-se fraca, pois todos os intervenientes chave da gestão e controlo acabam por emanar da mesma fonte de poder.

Em suma, neste modelo, o Conselho de Administração de uma empresa pública opera num vácuo de responsabilidade perante o cidadão, respondendo apenas à figura política que o nomeou. 

A ausência de democraticidade na nomeação nestes escalões condena a gestão pública à ineficiência, ao clientelismo e, frequentemente, ao colapso financeiro!

Há forma democrática de contornar estas monarquias quadrienais, ditas "democráticas".
Pelo que aguardam os actuais "democratas"?

HÁ SOLUÇÕES MUITO MAIS DEMOCRÁTICAS QUE A ATUAL, ONDE OS PARTIDOS NÃO MEXEM, PORQUE ASSIM A TOMADA DO PODER LHES ASSEGURA O "POTE" COMPLETO!

English

The Fragility of Centralized Democracy

This is the paradox of the "democracy" of the single vote, where popular sovereignty seems to be exhausted in the choice of a single individual: the Prime Minister.

The citizen's vote, celebrated as the pillar of the system, becomes a mere blank check, a license for a four-year administrative monarchy.

In each electoral cycle, the hope of representativeness is betrayed by the wall of opacity.

Direct suffrage is limited to the top, but the state machine, which actually executes policies, operates in a chamber of echoes and loyalties.

Ministers, Secretaries of State, and all high-ranking positions—from Directors-General to Boards of Directors of crucial public companies—are mere pieces on a chessboard designed by the leader.

Where is the merit?

Where is the public scrutiny?

The answer lies in the shadows of a never-formalized "opinion": A word, a phone call, informal from the Prime Minister that is worth more than any competition or demonstrated competence.

This system fuels a chain of vertical dependency.

Loyalty to the boss replaces responsibility to the electorate.

Appointments are not seen as a selection of the most suitable to serve the public, but rather as rewards for family loyalty, party and personal funding.

The state apparatus transforms into a vast fiefdom of cronies, where technical competence is secondary to political obedience.

The lack of transparency is glaring. The absence of clear and written criteria for these appointments undermines trust and opens the door to clientelistic practices.

The government, self-proclaimed democratic, denies the basic principle of separation of powers and mutual oversight.

The Prime Minister not only defines policy, but also chooses who executes it, who manages public funds, and who oversees their own decisions. (Who appoints the Attorneys General?)

This is not just inefficiency; it is a profound democratic failure. Citizens feel deprived of influence in the levels that truly impact their daily lives.

The voter's voice is silenced after election day, replaced by the murmur of the cabinet.

In this model, democracy is merely an electoral façade that hides a centralized, opaque, and fundamentally undemocratic power structure.


There are far more democratic solutions than the current one, where the parties don't interfere, because that way, seizing power ensures them the complete "pot"!


sábado, 1 de novembro de 2025

O Cavalo de Tróia do séc XXI.

                         


O "Cavalo de Tróia" 

​A liberdade de imprensa é, sem dúvida, um pilar fundamental da democracia, a voz vigilante que fiscaliza o poder e informa o cidadão. 

No entanto, o seu exercício, quando desviado, pode metamorfosear-se num autêntico "Cavalo de Tróia", uma ameaça interna que corrói as fundações do sistema que a alberga e protege.

​Em vez de se focar nos grandes escândalos globais ou nas violações evidentes dos direitos humanos em regimes fechados, parte da imprensa nas democracias tende a hipertrofiar as falhas, os erros e os deslizes dos seus próprios governos. Criam-se narrativas de crise perpétua e instabilidade, castigando as lideranças democraticamente eleitas com um escrutínio obsessivo e muitas vezes desproporcional.

​A liberdade, usada como arma, pode levar a um ciclo vicioso de desconfiança generalizada. 

Cada passo em falso, cada desvio ético, é amplificado ao máximo, descredibilizando as instituições e fomentando o cinismo político.

Este foco quase exclusivo nas imperfeições internas transforma a vigilância em flagelação diária, minando a confiança na própria capacidade da democracia de resolver os seus problemas.

​Simultaneamente, o paradoxo atinge o seu auge na forma como esta mesma imprensa, tão implacável com as suas democracias, demonstra uma notável complacência ou, pior, um silêncio ensurdecedor perante as atrocidades cometidas em ditaduras

Os crimes de regimes autoritários, que reprimem brutalmente a oposição, censuram e prendem jornalistas e violam direitos humanos, são frequentemente minimamente cobertos ou relegados a notas de rodapé.

​O medo, as dificuldades de acesso e as pressões geopolíticas contribuem para este duplo padrão, mas o resultado é catastrófico: as democracias são enfraquecidas pela autocrítica excessiva, enquanto os ditadores prosperam sob o manto de uma aparente normalidade ou irrelevância noticiosa.

​Assim, o "Cavalo de Tróia" revela-se: sob o pretexto da liberdade, a imprensa arrisca-se a ser o agente involuntário da sua própria destruição, exaurindo a legitimidade democrática e, por contraste, legitimando o silêncio e a opacidade dos regimes mais repressivos. 

É um perigo que exige uma profunda reflexão sobre a responsabilidade e o equilíbrio na prática do jornalismo livre.


English

The "Trojan Horse"

Freedom of the press is undoubtedly a fundamental pillar of democracy, the watchful voice that monitors power and informs citizens. However, its exercise, when misused, can metamorphose into a veritable "Trojan Horse," an internal threat that corrodes the foundations of the system that shelters and protects it.

Instead of focusing on major global scandals or obvious human rights violations in closed regimes, parts of the press in democracies tend to exaggerate the failures, errors, and lapses of their own governments. Narratives of perpetual crisis and instability are created, punishing democratically elected leaders with obsessive and often disproportionate scrutiny.

Freedom, used as a weapon, can lead to a vicious cycle of widespread distrust. Every misstep, every ethical lapse, is magnified to the maximum, discrediting institutions and fostering political cynicism. This almost exclusive focus on internal imperfections transforms surveillance into daily punishment, undermining confidence in democracy's own ability to solve its problems.

At the same time, the paradox reaches its peak in the way this same press, so ruthless with its democracies, demonstrates remarkable complacency or, worse, a deafening silence in the face of atrocities committed by dictatorships. The crimes of authoritarian regimes, which brutally repress the opposition, censor and imprison journalists, and violate human rights, are often barely covered or relegated to footnotes.

Fear, limited access, and geopolitical pressures contribute to this double standard, but the result is catastrophic: democracies are weakened by excessive self-criticism, while dictators thrive under the cloak of apparent normality or newsworthiness.

Thus, the "Trojan Horse" reveals itself: under the pretext of freedom, the press risks becoming the unwitting agent of its own destruction, undermining democratic legitimacy and, by contrast, legitimizing the silence and opacity of the most repressive regimes. 

It is a danger that demands profound reflection on responsibility and balance in the practice of free journalism.

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Critérios, claros e escritos, por favor!


Passei a achar antidemocrática a lógica 1homem-1 voto, desde que verifiquei a falta de conhecimento, debate e empenho político da esmagadora maioria dos eleitores.

Pensar que um jovem de 18 anos, tem o mesmo poder de voto de um homem de 68 anos, é uma FRAUDE que só pode interessar a quem pretenda manipular politicamente inocentes emotivos, crentes e inexperientes com convenientes mentiras, a que chamará promessas.

Pensar em um eleitor que troca, publicamente, o nome do PR com o do PM com a maior naturalidade e o banaliza, este comete uma violência política passiva para quem quer viver em Democracia.
Quem se surpreende assim, que Trump tenha sido eleito?
(Sobre este tema aconselho "Cada português que se preza", Miguel Torga)

Admito hoje que ter conhecimento, consciência, participação e comprometimento político é, sem dúvida, muito mais democrático do que ouvir, por exemplo, na televisão o regular eco da frase: "Os políticos são todos uns corruptos." Além de falso, é tremendamente injusto para quem tenta introduzir honestidade e transparência nas decisões políticas.

Como seja o acesso a qualquer lugar de destaque nas sociedades democráticas, serem necessários conhecimentos base e bastante experiência profissional. 

Porquê os lugares políticos serão para qualquer um, sem formação específica ou experiência profissional reconhecida?

Proponho para estes casos:

Pontuação para concorrer e/ou ocupar lugares de destaque incluindo cargos políticos:

Serão considerados:

Idade, habilitações académicas gerais, habilitações académicas afins, experiência profissional geral, experiência profissional afim

Idade:

Após os 20 anos de idade, cada ano, 1 ponto, máximo 5 pontos.

Habilitações Gerais (HG):

Por cada 3 anos, 5 pontos, máximo 15 pontos.

Habilitações Afins ao Lugar (HAL):

Por cada 3 anos, 6 pontos, máximo 18 pontos.

Experiência Profissional Geral em cargos superiores (EPG):

Por cada 6 anos, 3 pontos, máximo 12 pontos.

Experiência Profissional Afim em cargos superiores (EPA):

Por cada 6 anos, 6 pontos, máximo 24 pontos.

 

Exemplos:

Concurso para lugar em gestão de empresa dedicada a Inteligência Artificial:

Escolha:      

Exemplo 1: Mulher 30 anos, licenciada em arquitetura, tempo em cargos superiores 12 anos na área de arquitetura:           

         5 + 5 + 6 = 16 pontos

Exemplo 2: Homem 25 anos, licenciado em informática,  6 anos em cargos superiores na área de informática:

         5 + 6 + 6 = 17 pontos

 

Serão previamente definidas as habilitações afins ao lugar (HAL) e as áreas com interesse profissional afim (EPA)

 

English

I've always found the 1-man, 1-vote logic undemocratic, ever since I witnessed the overwhelming majority of voters' lack of knowledge, debate, and political commitment.

To think that an 18-year-old has the same voting power as a 68-year-old is a FRAUD that can only benefit those seeking to politically manipulate the emotional, credulous, and inexperienced innocents with convenient lies, which they call promises.

To think of a voter who, in public, interchanges the name of the President of the Republic with that of the Prime Minister, quite naturally, commits a political violence for anyone living in a democracy. Who's surprised Trump was elected?

(On this topic, I recommend "Every Self-Respecting Portuguese," by Miguel Torga)

I now admit that having knowledge, awareness, participation, and political commitment is undoubtedly much more democratic than hearing the regular echo of the phrase "Politicians are all corrupt" on television. Besides being false, it is tremendously unfair to those who try to introduce honesty and transparency into political decisions.

To access any prominent position in democratic societies, basic knowledge and a significant amount of professional experience are required.

Why should political positions be open to anyone, without specific training or recognized professional experience?

I propose:

Scores to run for and/or occupy prominent positions, including political offices:

The following will be considered:

Age, general academic qualifications, related academic qualifications,

general professional experience, related professional experience


Age:

After 20 years of age, each year, 1 point, maximum 5 points.

General Qualifications (HG):

Every 3 years, 5 points, maximum 15 points.

Qualifications Related to the Position (HAL):

Every 3 years, 6 points, maximum 18 points.

General Professional Experience in Senior Positions (GPE):

Every 6 years, 3 points, maximum 12 points.

Related Professional Experience in Senior Positions (GPE):

Every 6 years, 6 points, maximum 24 points.

Examples:

Competition for a management position in a company dedicated to Artificial Intelligence:

Choice:

Example 1: Female, 30 years old, architecture graduate, 12 years of senior management experience in the architecture field:            

5 + 5 + 6 = 16 points

Example 2: Male, 25 years old, computer science graduate, 6 years of senior management experience in the IT field:

5 + 6 + 6 = 17 points

Qualifications related to the position (HAL) and areas of related professional interest (EPA) will be defined in advance.





segunda-feira, 27 de outubro de 2025

O offshore belga!

Os oligarcas - (aqueles que roubam o povo com a cumplicidade do ditador) - russos depositaram 140.000 milhões num banco belga!

Porquê num banco belga e não num banco alemão, francês ou espanhol?

Simples: Porque esse banco belga lhes garantiu, e garante, mais segurança ao saque que fazem ao povo russo do que qualquer outro lugar.

Mais do que qualquer offshore.
Mais do que um banco luxemburguês, suisso ou o banco do Vaticano (IOR).

Mesmo desafiando frontalmente a lei - parece ser moda que está a pegar... - esse banco, de um país democrático, ajuda um ditador assassino a salvar o seu esbulho e manter uma guerra que mata 1.000 pessoas por dia...

A imensa fragilidade da UE está aqui: cada país faz o que quer em sectores salvaguardados, como a fiscalidade, o território ou a defesa.

A federação europeia seria inconveniente para os golpes dos estados. 
Por isso não há federação.

Apesar de na UE ser "livre" a circulação de pessoas e bens...
Para isso, Portugal tem impostos sobre venda de carros novos os quais, noutros países da UE não existem.

Carro vendido na Alemanha a um português, só circula em Portugal, após pagar o ISV...


English

The Russian oligarchs—those who rob the people with the complicity of the dictator—deposited 140 billion in a Belgian bank!

Why in a Belgian bank and not in a German, French, or Spanish bank?

Simple: Because this Belgian bank guaranteed, and still guarantees, more security for the plunder they make from the Russian people than anywhere else.

More than any offshore bank. More than a Luxembourg, Swiss, or Vatican bank (IOR).

Even in direct defiance of the law—it seems to be a trend that is catching on—this bank, from a democratic country, helps a murderous dictator save his plunder and maintain a war that kills 1,000 people a day...

The EU's immense weakness lies here: each country does what it wants in safeguarded sectors, such as taxation, territory, or defense.

A European federation would be inconvenient for coups.

That's why there is no federation.

Although the movement of people and goods is "free" in the EU...

Therefore, Portugal has sales taxes on new cars that don't exist in other EU countries.

A car sold in Germany to a Portuguese person can only be driven in Portugal after paying the vehicle tax...









sábado, 25 de outubro de 2025

Onde isto vai parar?


​"Recordo a década de 1970, o tempo do meu casamento, uma época em que a compra de um apartamento se configurava como um esforço hercúleo para a maioria das famílias.


​A entrada inicial exigida era significativa: os nossos agregados familiares - movimentando poupanças de 30 anos - juntaram 40% do valor total, sendo que o mínimo legal se fixava nos 30%. O prazo máximo de amortização e juros era de apenas 15 anos, resultando, inevitavelmente, numa mensalidade extremamente pesada.

​Qualquer adaptação à nova vida de casados, todo o tipo de sacrifícios financeiros e sonhos adiados, era visto como "a ajuda" necessária, muitas vezes após anos de serviço militar obrigatório...

​Para se ter uma noção do esforço, o custo mensal da dívida, correspondente aos restantes 60% do valor do imóvel, consumiria 66,7% da soma dos nossos vencimentos, durante 15 anos.

​Anos mais tarde, o panorama mudou drasticamente: a entrada inicial permitida chegou a ser de 0%. Este relaxamento nas condições de crédito – em todo mundo ocidental, que facilitou a concessão de empréstimos de alto risco (subprime) – é amplamente reconhecido como um dos fatores que desencadearam a crise financeira global de 2007/2008.

​Hoje, assistimos a manifestações de rua que reivindicam o acesso a habitações gratuitas ou fortemente subsidiadas pelos contribuintes.

​Isto levanta questões fundamentais: Até que ponto é justa esta exigência? E qual é o limite para que os impostos possam suportar encargos que, tradicionalmente e por definição, eram considerados pessoais e privados?"



English

"I remember the 1970s, the time of my marriage, a time when buying an apartment was a Herculean effort for most families.


The required down payment was significant: our families—drawing on 30 years of savings—put together 40% of the total value, while the legal minimum was 30%. The maximum amortization and interest term was only 15 years, inevitably resulting in an extremely heavy monthly payment.


Any adjustment to the new married life, all kinds of financial sacrifices and postponed dreams, was seen as necessary "help," often after years of mandatory military service...


To give you an idea of ​​the effort, the monthly cost of the debt, corresponding to the remaining 60% of the property's value, would consume 66.7% of our total income for 15 years.


Years later, The landscape has changed dramatically: the initial down payment allowed has reached 0%. This relaxation of credit conditions—which facilitated subprime lending throughout the Western world—is widely recognized as one of the factors that triggered the 2007-2008 global financial crisis.


Today, we are seeing street demonstrations demanding access to free or heavily state subsidized housing.


This raises fundamental questions: To what extent is this demand fair? And what is the limit to how much taxes can support burdens that, traditionally and by definition, were considered personal and private?










quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Um exemplo!



Um exemplo!

É como merece ser apreciada a decisão de André Vilas-Boas, presidente do FCPorto, ao publicar um portal onde estão transparentes os valores das compras de jogadores e as respectivas comissões dos seus agentes.

Eu, simpatizante benfiquista,  gostaria bastante ver o mesmo no SLB.

O SLB, clube com duas taças de campeão europeu, deve recordar que, nesse tempo, o onze titular era exclusivamente composto por jogadores nacionais portugueses jogando em equipas habituadas a, pelo menos, cinco anos de trabalho comum.

Desde que se iniciou o negócio da sistemática compra e venda de jogadores nunca mais conseguiu equipa capaz de tais proezas embora, todos os anos se compre uma equipa nova...

Entretanto para agentes e presidentes, tal será óptimo visando rápido enriquecimento.

Vilas-Boas, sozinho, poderá não travar este esbulho ao património, sócios e admiradores dos clubes envolvidos.

Porém, exibe o descaramento que o suporta. É um princípio!
Parabéns!

👍


English

An example!

This is how the decision of André Vilas-Boas, president of FCPorto, to publish a portal where the values ​​of player purchases and their agents' commissions are transparent, deserves to be appreciated.

As a Benfica supporter, I would very much like to see the same at SLB.

SLB, a club with two European Championship trophies, should remember that, at that time, the starting lineup was exclusively composed of Portuguese national players playing in teams accustomed to at least five years of regular work.

Since the systematic buying and selling of players began, they have never again managed to field a team capable of such feats, even though a new team is purchased every year...

Meanwhile, for agents and presidents, this will be great for getting rich quickly.

Vilas-Boas, alone, may not stop this plundering of the assets, members, and fans of the clubs involved.

However, he displays the audacity that supports it. It's a principle!
Congratulations!

👍





quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Banir todas as redes sociais que propaguem violência e morte!



Filho de 14 anos suspeito de matar a vereadora da Câmara de Vagos - CNN Portugal

Duplo click👇


O meu voto será sempre a favor de um governo que atue com a  máxima celeridade no combate aos graves problemas sociais.

A visão de que todos os problemas sociais se resumem a questões financeiras é redutora e perigosa.

Na verdade, a lentidão e as limitações financeiras de leis e sentenças judiciais fracas e inadequadas apenas servem os criminosos, culminando em mortes violentas e injustificadas.

Se antes o foco era predominantemente o tráfico de droga, hoje enfrentamos também as redes sociais, plataformas de conteúdo violento, amoral e socialmente destrutivo.

É urgente questionar: quando é que a governação irá, de facto, preocupar-se com esta escalada?

A resposta exige a criação imediata de órgãos de reação rápida, equipas multidisciplinares capacitadas para estabelecer procedimentos urgentes. Estes procedimentos devem ter força equiparada à de lei — provisoriamente, até à sua aprovação, melhoria ou rejeição pelo Parlamento — preenchendo o vazio legal que os criminosos, tanto nacionais como internacionais, exploram com avidez e enriquecem.


English


My vote will always be in favor of a government that acts with maximum speed in combating serious social problems.


The view that all social problems can be reduced to financial issues is reductionist and dangerous.


In fact, the slow pace and financial limitations of weak and inadequate laws and court rulings only serve criminals, culminating in violent and unjustified deaths.


​If previously the focus was predominantly on drug trafficking, today we also face social media, platforms for violent, amoral, and socially destructive content.


​It is urgent to ask: when will governance truly address this escalation?


The response requires the immediate creation of rapid response agencies, multidisciplinary teams trained to establish urgent procedures. These procedures must have the force of law—provisionally, pending their approval, improvement, or rejection by Parliament—filling the legal vacuum that criminals, both national and international, eagerly exploit and enrich themselves.






UE: O último reduto!

Quando os valores mais altos de humanismo, compreensão e igualdade de uma civilização estão em causa, há sempre um último reduto...