quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Critérios, claros e escritos, por favor!


Passei a achar antidemocrática a lógica 1homem-1 voto, desde que verifiquei a falta de conhecimento, debate e empenho político da esmagadora maioria dos eleitores.

Pensar que um jovem de 18 anos, tem o mesmo poder de voto de um homem de 68 anos, é uma FRAUDE que só pode interessar a quem pretenda manipular politicamente inocentes emotivos, crentes e inexperientes com convenientes mentiras, a que chamará promessas.

Pensar em um eleitor que troca, publicamente, o nome do PR com o do PM com a maior naturalidade e o banaliza, este comete uma violência política passiva para quem quer viver em Democracia.
Quem se surpreende assim, que Trump tenha sido eleito?
(Sobre este tema aconselho "Cada português que se preza", Miguel Torga)

Admito hoje que ter conhecimento, consciência, participação e comprometimento político é, sem dúvida, muito mais democrático do que ouvir, por exemplo, na televisão o regular eco da frase: "Os políticos são todos uns corruptos." Além de falso, é tremendamente injusto para quem tenta introduzir honestidade e transparência nas decisões políticas.

Como seja o acesso a qualquer lugar de destaque nas sociedades democráticas, serem necessários conhecimentos base e bastante experiência profissional. 

Porquê os lugares políticos serão para qualquer um, sem formação específica ou experiência profissional reconhecida?

Proponho para estes casos:

Pontuação para concorrer e/ou ocupar lugares de destaque incluindo cargos políticos:

Serão considerados:

Idade, habilitações académicas gerais, habilitações académicas afins, experiência profissional geral, experiência profissional afim

Idade:

Após os 20 anos de idade, cada ano, 1 ponto, máximo 5 pontos.

Habilitações Gerais (HG):

Por cada 3 anos, 5 pontos, máximo 15 pontos.

Habilitações Afins ao Lugar (HAL):

Por cada 3 anos, 6 pontos, máximo 18 pontos.

Experiência Profissional Geral em cargos superiores (EPG):

Por cada 6 anos, 3 pontos, máximo 12 pontos.

Experiência Profissional Afim em cargos superiores (EPA):

Por cada 6 anos, 6 pontos, máximo 24 pontos.

 

Exemplos:

Concurso para lugar em gestão de empresa dedicada a Inteligência Artificial:

Escolha:      

Exemplo 1: Mulher 30 anos, licenciada em arquitetura, tempo em cargos superiores 12 anos na área de arquitetura:           

         5 + 5 + 6 = 16 pontos

Exemplo 2: Homem 25 anos, licenciado em informática,  6 anos em cargos superiores na área de informática:

         5 + 6 + 6 = 17 pontos

 

Serão previamente definidas as habilitações afins ao lugar (HAL) e as áreas com interesse profissional afim (EPA)

 

English

I've always found the 1-man, 1-vote logic undemocratic, ever since I witnessed the overwhelming majority of voters' lack of knowledge, debate, and political commitment.

To think that an 18-year-old has the same voting power as a 68-year-old is a FRAUD that can only benefit those seeking to politically manipulate the emotional, credulous, and inexperienced innocents with convenient lies, which they call promises.

To think of a voter who, in public, interchanges the name of the President of the Republic with that of the Prime Minister, quite naturally, commits a political violence for anyone living in a democracy. Who's surprised Trump was elected?

(On this topic, I recommend "Every Self-Respecting Portuguese," by Miguel Torga)

I now admit that having knowledge, awareness, participation, and political commitment is undoubtedly much more democratic than hearing the regular echo of the phrase "Politicians are all corrupt" on television. Besides being false, it is tremendously unfair to those who try to introduce honesty and transparency into political decisions.

To access any prominent position in democratic societies, basic knowledge and a significant amount of professional experience are required.

Why should political positions be open to anyone, without specific training or recognized professional experience?

I propose:

Scores to run for and/or occupy prominent positions, including political offices:

The following will be considered:

Age, general academic qualifications, related academic qualifications,

general professional experience, related professional experience


Age:

After 20 years of age, each year, 1 point, maximum 5 points.

General Qualifications (HG):

Every 3 years, 5 points, maximum 15 points.

Qualifications Related to the Position (HAL):

Every 3 years, 6 points, maximum 18 points.

General Professional Experience in Senior Positions (GPE):

Every 6 years, 3 points, maximum 12 points.

Related Professional Experience in Senior Positions (GPE):

Every 6 years, 6 points, maximum 24 points.

Examples:

Competition for a management position in a company dedicated to Artificial Intelligence:

Choice:

Example 1: Female, 30 years old, architecture graduate, 12 years of senior management experience in the architecture field:            

5 + 5 + 6 = 16 points

Example 2: Male, 25 years old, computer science graduate, 6 years of senior management experience in the IT field:

5 + 6 + 6 = 17 points

Qualifications related to the position (HAL) and areas of related professional interest (EPA) will be defined in advance.





segunda-feira, 27 de outubro de 2025

O offshore belga!

Os oligarcas - (aqueles que roubam o povo com a cumplicidade do ditador) - russos depositaram 140.000 milhões num banco belga!

Porquê num banco belga e não num banco alemão, francês ou espanhol?

Simples: Porque esse banco belga lhes garantiu, e garante, mais segurança ao saque que fazem ao povo russo do que qualquer outro lugar.

Mais do que qualquer offshore.
Mais do que um banco luxemburguês, suisso ou o banco do Vaticano (IOR).

Mesmo desafiando frontalmente a lei - parece ser moda que está a pegar... - esse banco, de um país democrático, ajuda um ditador assassino a salvar o seu esbulho e manter uma guerra que mata 1.000 pessoas por dia...

A imensa fragilidade da UE está aqui: cada país faz o que quer em sectores salvaguardados, como a fiscalidade, o território ou a defesa.

A federação europeia seria inconveniente para os golpes dos estados. 
Por isso não há federação.

Apesar de na UE ser "livre" a circulação de pessoas e bens...
Para isso, Portugal tem impostos sobre venda de carros novos os quais, noutros países da UE não existem.

Carro vendido na Alemanha a um português, só circula em Portugal, após pagar o ISV...


English

The Russian oligarchs—those who rob the people with the complicity of the dictator—deposited 140 billion in a Belgian bank!

Why in a Belgian bank and not in a German, French, or Spanish bank?

Simple: Because this Belgian bank guaranteed, and still guarantees, more security for the plunder they make from the Russian people than anywhere else.

More than any offshore bank. More than a Luxembourg, Swiss, or Vatican bank (IOR).

Even in direct defiance of the law—it seems to be a trend that is catching on—this bank, from a democratic country, helps a murderous dictator save his plunder and maintain a war that kills 1,000 people a day...

The EU's immense weakness lies here: each country does what it wants in safeguarded sectors, such as taxation, territory, or defense.

A European federation would be inconvenient for coups.

That's why there is no federation.

Although the movement of people and goods is "free" in the EU...

Therefore, Portugal has sales taxes on new cars that don't exist in other EU countries.

A car sold in Germany to a Portuguese person can only be driven in Portugal after paying the vehicle tax...









sábado, 25 de outubro de 2025

Onde isto vai parar?


​"Recordo a década de 1970, o tempo do meu casamento, uma época em que a compra de um apartamento se configurava como um esforço hercúleo para a maioria das famílias.


​A entrada inicial exigida era significativa: os nossos agregados familiares - movimentando poupanças de 30 anos - juntaram 40% do valor total, sendo que o mínimo legal se fixava nos 30%. O prazo máximo de amortização e juros era de apenas 15 anos, resultando, inevitavelmente, numa mensalidade extremamente pesada.

​Qualquer adaptação à nova vida de casados, todo o tipo de sacrifícios financeiros e sonhos adiados, era visto como "a ajuda" necessária, muitas vezes após anos de serviço militar obrigatório...

​Para se ter uma noção do esforço, o custo mensal da dívida, correspondente aos restantes 60% do valor do imóvel, consumiria 66,7% da soma dos nossos vencimentos, durante 15 anos.

​Anos mais tarde, o panorama mudou drasticamente: a entrada inicial permitida chegou a ser de 0%. Este relaxamento nas condições de crédito – em todo mundo ocidental, que facilitou a concessão de empréstimos de alto risco (subprime) – é amplamente reconhecido como um dos fatores que desencadearam a crise financeira global de 2007/2008.

​Hoje, assistimos a manifestações de rua que reivindicam o acesso a habitações gratuitas ou fortemente subsidiadas pelos contribuintes.

​Isto levanta questões fundamentais: Até que ponto é justa esta exigência? E qual é o limite para que os impostos possam suportar encargos que, tradicionalmente e por definição, eram considerados pessoais e privados?"



English

"I remember the 1970s, the time of my marriage, a time when buying an apartment was a Herculean effort for most families.


The required down payment was significant: our families—drawing on 30 years of savings—put together 40% of the total value, while the legal minimum was 30%. The maximum amortization and interest term was only 15 years, inevitably resulting in an extremely heavy monthly payment.


Any adjustment to the new married life, all kinds of financial sacrifices and postponed dreams, was seen as necessary "help," often after years of mandatory military service...


To give you an idea of ​​the effort, the monthly cost of the debt, corresponding to the remaining 60% of the property's value, would consume 66.7% of our total income for 15 years.


Years later, The landscape has changed dramatically: the initial down payment allowed has reached 0%. This relaxation of credit conditions—which facilitated subprime lending throughout the Western world—is widely recognized as one of the factors that triggered the 2007-2008 global financial crisis.


Today, we are seeing street demonstrations demanding access to free or heavily state subsidized housing.


This raises fundamental questions: To what extent is this demand fair? And what is the limit to how much taxes can support burdens that, traditionally and by definition, were considered personal and private?










quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Um exemplo!



Um exemplo!

É como merece ser apreciada a decisão de André Vilas-Boas, presidente do FCPorto, ao publicar um portal onde estão transparentes os valores das compras de jogadores e as respectivas comissões dos seus agentes.

Eu, simpatizante benfiquista,  gostaria bastante ver o mesmo no SLB.

O SLB, clube com duas taças de campeão europeu, deve recordar que, nesse tempo, o onze titular era exclusivamente composto por jogadores nacionais portugueses jogando em equipas habituadas a, pelo menos, cinco anos de trabalho comum.

Desde que se iniciou o negócio da sistemática compra e venda de jogadores nunca mais conseguiu equipa capaz de tais proezas embora, todos os anos se compre uma equipa nova...

Entretanto para agentes e presidentes, tal será óptimo visando rápido enriquecimento.

Vilas-Boas, sozinho, poderá não travar este esbulho ao património, sócios e admiradores dos clubes envolvidos.

Porém, exibe o descaramento que o suporta. É um princípio!
Parabéns!

👍


English

An example!

This is how the decision of André Vilas-Boas, president of FCPorto, to publish a portal where the values ​​of player purchases and their agents' commissions are transparent, deserves to be appreciated.

As a Benfica supporter, I would very much like to see the same at SLB.

SLB, a club with two European Championship trophies, should remember that, at that time, the starting lineup was exclusively composed of Portuguese national players playing in teams accustomed to at least five years of regular work.

Since the systematic buying and selling of players began, they have never again managed to field a team capable of such feats, even though a new team is purchased every year...

Meanwhile, for agents and presidents, this will be great for getting rich quickly.

Vilas-Boas, alone, may not stop this plundering of the assets, members, and fans of the clubs involved.

However, he displays the audacity that supports it. It's a principle!
Congratulations!

👍





quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Banir todas as redes sociais que propaguem violência e morte!



Filho de 14 anos suspeito de matar a vereadora da Câmara de Vagos - CNN Portugal

Duplo click👇


O meu voto será sempre a favor de um governo que atue com a  máxima celeridade no combate aos graves problemas sociais.

A visão de que todos os problemas sociais se resumem a questões financeiras é redutora e perigosa.

Na verdade, a lentidão e as limitações financeiras de leis e sentenças judiciais fracas e inadequadas apenas servem os criminosos, culminando em mortes violentas e injustificadas.

Se antes o foco era predominantemente o tráfico de droga, hoje enfrentamos também as redes sociais, plataformas de conteúdo violento, amoral e socialmente destrutivo.

É urgente questionar: quando é que a governação irá, de facto, preocupar-se com esta escalada?

A resposta exige a criação imediata de órgãos de reação rápida, equipas multidisciplinares capacitadas para estabelecer procedimentos urgentes. Estes procedimentos devem ter força equiparada à de lei — provisoriamente, até à sua aprovação, melhoria ou rejeição pelo Parlamento — preenchendo o vazio legal que os criminosos, tanto nacionais como internacionais, exploram com avidez e enriquecem.


English


My vote will always be in favor of a government that acts with maximum speed in combating serious social problems.


The view that all social problems can be reduced to financial issues is reductionist and dangerous.


In fact, the slow pace and financial limitations of weak and inadequate laws and court rulings only serve criminals, culminating in violent and unjustified deaths.


​If previously the focus was predominantly on drug trafficking, today we also face social media, platforms for violent, amoral, and socially destructive content.


​It is urgent to ask: when will governance truly address this escalation?


The response requires the immediate creation of rapid response agencies, multidisciplinary teams trained to establish urgent procedures. These procedures must have the force of law—provisionally, pending their approval, improvement, or rejection by Parliament—filling the legal vacuum that criminals, both national and international, eagerly exploit and enrich themselves.






terça-feira, 21 de outubro de 2025

Um, entre demasiados.


Acabo de saber do estado grave em que José Manuel Anes se encontra.
De acordo com as suspeitas, terá sido a sua filha, a autora deste brutal ataque. 

Talvez nada disesse aqui se, já hoje, uma referência televisiva não informasse que no últimos três anos, cerca de 2800 pais não se dirigissem à APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) a pedirem apoio por terem sido vítimas de violência por parte dos filhos. 

Média: de 2,6/dia!

Estes pais, os que têm coragem para fazê-lo.
Acredito que muitos mais o não farão, por vergonha ou por medo de represálias.

Pergunto: 

Qual a fatia do Orçamento de Estado que é destinada a apoiar vítimas e, particularmente, estas vítimas?

Qual a prioridade que estas situações merecem na distribuição do dinheiro dos impostos?

A distribuição de apoios, em dinheiro dos impostos, a situações de interesse discutível, sobrepor-se-á às de interesse socialmente indiscutível?

English:

I just learned of the serious condition José Manuel Anes is in.

According to suspicions, his daughter was the perpetrator of this brutal attack.

Perhaps I wouldn't say anything here if, today, a television report hadn't reported that in the last three years, approximately 2,800 parents haven't contacted APAV (Portuguese Association for Victim Support) for support after being victims of violence by their children.

Average: 2.6 per day!

These parents, the ones who have the courage to do so.

I believe many more won't, out of shame or fear of reprisals.

I ask:

What portion of the State Budget is allocated to supporting victims, and particularly these victims?

What priority do these situations deserve in the distribution of tax euros?

Will the distribution of support, in tax money, to situations of questionable interest override those of socially indisputable interest?




domingo, 19 de outubro de 2025

Além da espuma!



Disse-o e redigo: Trump é um óbvio doente mental.

Esta característica parece poder aproximar um homem do século XXI aos dos séculos XII e XVII: ao Hamas e a Putin. 

Trump fala em sintonia com cabeças formatadas para conquistas, superpotências militares, ameaças bélicas, guerra psicológica.

Ameaça e ajoelha os adversários...!
Tal imperador medieval, ataca e...logo se vê...

Porém, a fonte que denunciou Krasnov é demasiado forte para ser minorada.

As cautelas e caldos de galinha, as evasivas retóricas, o repetir de reuniões inúteis em que Trump refere e protege Putin dão razão a Alnur Mussayev, um ex-chefe sénior do KGB, em uma publicação no Facebook: 
Trump é, também, Krasnov um "asset" do FSB / KGB de Putin.

Não há que ter grandes expectativas para a Ucrânia. 
O presidente dos EUA tem trela e esta tem um só dono: 

O homem de Moscovo que já mandou para a morte - numa guerra que desencadeou - cerca de 1.000.000 (um milhão) de homens.
                                                                              

English

I said it and I say it again: Trump is clearly mentally ill.

This characteristic can bring a man from the 21st century closer to the 12th and 17th centuries: to Hamas and Putin.

Trump speaks in tune with minds shaped by conquests, military superpowers, war threats, psychological warfare.

He threatens and brings his adversaries to their knees...!

Like a medieval emperor, he attacks and... we'll see...

However, the source who exposed Krasnov is too strong to be softened.

The cautions and chicken soup, the evasive rhetoric, the repetition of useless meetings in which Trump mentions and protects Putin, prove Alnur Mussayev, a former senior KGB chief, right in a Facebook post: Trump is, like Krasnov, an "asset" of Putin's FSB/KGB.

There's no need to have high expectations for Ukraine.

The US president has a leash, and it has only one owner:

The litle man in Moscow who has already sent nearly 1,000,000 (one million) men to their deaths.

                                                               





sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Este, já não é o meu mundo...!


"Este, já não é o meu mundo!"

​Esta frase ecoa em mim hoje, tal como a ouvi ao meu avô por volta de 1980. Naquela época, as realidades que nos envolviam — o surgimento dos computadores pessoais, o crescimento dos voos comerciais turísticos ou a criação dos primeiros fundos comunitários — eram um mundo novo e irreconhecível para ele.

​Hoje, 45 anos depois, sinto o mesmo profundo estranhamento.

​Tenho um completo descrédito nas minhas projeções de um futuro melhor, onde a honra, a transparência e a solidariedade dominariam a humanidade. 

Em vez disso, assisto à mais impensável inversão desses valores:

  • Filhos que abandonam pais doentes em hospitais.
  • Políticos que enfrentam ostensivamente a lei e são, de forma revoltante, reeleitos.
  • Manifestantes que exigem direitos sociais, mas pouco ou nada contribuíram para a sociedade que os sustenta.

​A Paz que sempre vivi na Europa está, como nunca, ameaçada. Esta ameaça não vem apenas de tiranos agressivos, mas também da cumplicidade clara de certos governantes europeus e do outro lado do Atlântico bem como, da cobardia daqueles que não sendo cúmplices, se calam por estratégia eleitoral interna.

​Hoje, compreendo as palavras do meu avô como nunca antes. 

E, como nunca antes, temo pelo futuro do Ocidente.



English

"This is no longer my world!"

This phrase resonates with me today, as I heard it from my grandfather around 1980. At that time, the realities surrounding us—the emergence of personal computers, the growth of commercial tourist flights, and the creation of the first community funds—were a new and unrecognizable world for him.

Today, 45 years later, I feel the same profound estrangement.

I completely disbelieve my projections of a better future, where honor, transparency, and solidarity would dominate humanity.

Instead, I witness the most unthinkable inversion of these values:

Children who abandon sick parents in hospitals.

Politicians who openly defy the law and are, disgustingly, reelected.

Protesters who demand social rights but contribute little or nothing to the society that sustains them.

The peace I have always experienced in Europe is, as never before, under threat. This threat comes not only from aggressive tyrants, but also from the clear complicity of certain European and international leaders, and from the cowardice of those who, not being complicit, remain silent as a domestic electoral strategy.


Today, I understand my grandfather's words, as never before.

And, as never before, I fear for the future of Europe.



terça-feira, 14 de outubro de 2025

90 anos: Israel - Árabes

O conflito israel-árabe é uma série complexa de guerras, confrontos e eventos que remontam à primeira metade do século XX.

Abaixo está uma lista dos principais conflitos armados entre Israel e os Estados Árabes - entidades palestinas desde 1947, incluindo as datas de início e os acordos ou datas de cessar-fogo que marcaram o seu fim.

Conflito Principal - Data de Início - Principais Entidades Envolvidas - Data do Cessar - Fogo - Paz 

Guerra de Independência de Israel 
Primeira Guerra Árabe-Israel 
15 de Maio de 1948.

Israel vs. Liga Árabe (Egito, Transjordânia, Iraque, Síria, Líbano, Arábia Saudita).

Acordos de Armistício

---------

Fevereiro–Julho de 1949
Crise/Guerra do Suez 
29 de Outubro de 1956 
Israel, Reino Unido, França vs. Egito.  
Cessar-fogo, 7 de Novembro de 1956.

----------

Guerra dos Seis Dias  
Terceira Guerra Árabe-Israel
5 de Junho de 1967 
Israel vs. Egito, Síria, Jordânia (apoiados por outros países árabes). 

Cessar-fogo mediado pela ONU 10 de Junho de 1967.

-----------

Guerra de Desgaste 
Março de 1969 (Intensificação) | 
Israel vs. Egito (principalmente ao longo do Canal de Suez). 
Cessar-fogo 7 de Agosto de 1970

----------

Guerra do Yom Kippur 
6 de Outubro de 1973 
Israel vs. Egito e Síria. 
Cessar-fogo sob Resolução 338 do CSNU 25 de Outubro de 1973.
Desembocou no Tratado de Paz Israel-Egito (1979). 

-------

Primeira Guerra do Líbano (Operação Paz para a Galileia) 
6 de Junho de 1982 - Israel vs. OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e Síria. 
Retirada da OLP de Beirute em Setembro de 1982. 
Retirada principal de Israel para a "zona de segurança" (1985).

------------

Primeira Intifada 
(Revolta Palestina) Dezembro de 1987 
Israel vs. Organizações Palestinas (OLP, Fatah, Hamas) e civis. 
Acordos de Oslo, Setembro de 1993.

-------

Segunda Intifada (Al-Aqsa) | Setembro de 2000 
Israel vs. Organizações militantes palestinas (Hamas, Jihad Islâmica, Fatah). 

Declínio do Conflito (2005). 
Fim formal após a retirada unilateral de Israel de Gaza e a morte de Arafat. 

--------

Guerra do Líbano de 2006 
12 de Julho de 2006 
Israel vs. Hezbollah (Líbano). 
Cessar-fogo sob Resolução 1701 do CSNU, 14 de Agosto de 2006. 

----------

Guerra de Gaza (2023–2025) 
7 de Outubro de 2023 
Israel vs. Hamas e outros grupos palestinianos. 
Em curso.  Desenvolvimentos em 2025.
Nota sobre a Guerra de Gaza (2023–2025):
O conflito iniciado pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 estava em curso até hoje.
Embora cessar-fogos temporários e anúncios de propostas de paz tenham ocorrido, uma data de paz ou cessar-fogo permanente oficial e universalmente reconhecida até o final de 2025 não foi estabelecida na data limite desta informação.

Após 10 conflitos armados em cerca de 90 anos, alguém acredita que virá agora a paz definitiva?

Eu, não!


English
The Arab-Israeli conflict is a complex series of wars, confrontations, and events dating back to the first half of the 20th century.

Below is a list of the major armed conflicts between Israel and the Arab States—Palestinian entities—since 1947, including their start dates and the ceasefire agreements or dates that marked their end.

Major Conflict - Start Date - Main Entities Involved - Ceasefire Date - Peace

Israeli War of Independence

First Arab-Israeli War

May 15, 1948.

Israel vs. Arab League (Egypt, Transjordan, Iraq, Syria, Lebanon, Saudi Arabia).

Armistice Agreements

---------

February–July 1949

Suez Crisis/War

October 29, 1956

Israel, United Kingdom, France vs. Egypt.

Ceasefire, November 7, 1956.

----------

Six-Day War

Third Arab-Israeli War

June 5, 1967

Israel vs. Egypt, Syria, Jordan (supported by other Arab countries).

UN-brokered ceasefire, June 10, 1967.

-----------

War of Attrition

March 1969 (Intensification) |

Israel vs. Egypt (primarily along the Suez Canal).

Ceasefire, August 7, 1970

----------

Yom Kippur War

Fourth Arab-Israeli War,

October 6, 1973

Israel vs. Egypt and Syria.

Ceasefire under UNSC Resolution 338, October 25, 1973.

Resulted in the Israel-Egypt Peace Treaty (1979).

-------

First Lebanon War (Operation Peace in Galilee)

June 6, 1982 - Israel vs. the PLO (Palestine Liberation Organization) and Syria.

PLO withdrawal from Beirut in September 1982.

Main Israeli withdrawal to the "security zone" (1985).

------------

First Intifada

(Palestinian Uprising) December 1987

Israel vs. Palestinian militant organizations (PLO, Fatah, Hamas) and civilians.

Oslo Accords, September 1993.

-------

Second Intifada (Al-Aqsa) | September 2000

Israel vs. Palestinian militant organizations (Hamas, Islamic Jihad, Fatah).

Decline of the conflict (2005).

Formal end after Israel's unilateral withdrawal from Gaza and the death of Arafat.

--------

2006 Lebanon War

July 12, 2006

Israel vs. Hezbollah (Lebanon).

Ceasefire under UNSC Resolution 1701, August 14, 2006.

----------

Gaza War (2023–2025)

October 7, 2023

Israel vs. Hamas and other Palestinian groups.

Ongoing. Developments in 2025.

Note on the Gaza War (2023–2025):

The conflict initiated by the Hamas attack on October 7, 2023, was ongoing to this day.

Although temporary ceasefires and announcements of peace proposals have occurred, an official and universally recognized date for peace or a permanent ceasefire by the end of 2025 has not been established as of the deadline for this information.

After 10 armed conflicts in nearly 90 years, does anyone believe that definitive peace will come now?

Not me!


sábado, 11 de outubro de 2025

Imigrantes: Cultura, idioma, sectores necessitados


Austrália, Canadá, Itália, Reino Unido entre outros, são países que praticam este tipo de critério: 

A nacionalidade não é um direito do imigrante, é algo que o imigrante conquista e merece.

O imigrante que prova melhor conhecer a cultura, a língua e trabalha há mais tempo em sectores determinados, consegue evoluir num sistema de pontos onde estas características são as mais pontuadas.

Há um mínimo de pontos a atingir em determinado espaço de tempo o que lhe assegurará a prazo - nunca inferior a dez anos - a autorização permanente de residência.

Em minha opinião este, é um princípio. 
Seguramente deverá ser melhorado porém é um critério que coloca lógica no caos retórico de que nacionalidade é um direito, após se entrar num espaço para onde não se foi convidado. 

Ser cidadão tem de implicar, para todos nós, um comportamento exemplar normalizado:

- Ter registo criminal limpo.

- Educar filhos em escola laica padronizada pelo sistema nacional de educação.

- Trabalhar, com remuneração adequada, efectuando descontos para saúde, educação e aposentação.

- Praticar um respeito absoluto - especialmente autolimitando gestos e expressões sonoras - para com todas as religiões.

- Não exibir qualquer manifestação pública, incluindo peças de vestuário, indiciadoras da religião ou etnia do utilizador.

Qualquer falta a estas regras, implicarão pontos negativos para qualquer cidadão imigrante, mais negativos consoante a gravidade demonstrada.

Atingido o limite mínimo de pontos dentro de prazos sucessivos inferiores a dois anos, o imigrante será compelido a abandonar território nacional.



English

Australia, Canada, Italy, the United Kingdom, and others are countries that already practice this type of criterion:

A clean criminal record.

Nationality is not an immigrant's right; it is something earned and deserved.

The immigrant who best understands the culture and language and has worked longer in specific sectors can advance in a points system where these characteristics are the most highly rated.

There is a minimum number of points to be achieved within a given period of time that will guarantee permanent residence authorization over time—never less than ten years.

In my opinion, this is a principle.

It certainly needs to be improved, but it is a criterion that brings logic to the rhetorical chaos that nationality is a right, after entering a space uninvited.

Being a citizen should imply, for all of us, standardized exemplary behavior:

- Having a clean criminal record.

- Raising children in a secular school standardized by the national education system.

- Working, with adequate pay, with deductions for healthcare, education, and retirement.

- Practice absolute respect—especially by limiting gestures and vocal expressions—for all religions.

- No public displays, including clothing, that indicate the wearer's religion or ethnicity.

Any violation of these rules will result in negative points for any immigrant citizen, with more negative points depending on the severity of the violation.

If you reach the minimum points threshold within a successive period of less than two years, you will be forced to leave the country.






quinta-feira, 9 de outubro de 2025

O Grande Cinismo Ocidental

Ao longo dos últimos anos, particularmente dos 2 últimos, com a intensa "comunicação social" focada nas crianças de Gaza, fiquei preocupado com a minha falta de sensibilidade para um tão agudo problema que terá morto e ferido 61.000 crianças.

Depois, percebi porquê:
Só em situações de crise de fome aguda, em 2023, na Somália, Etiópia e Quénia 1.900.000 (um milhão e novecentas mil crianças) - com menos de 5 anos - estavam em risco de morte.

Se compararmos os números, verificamos que algo mais que a "humanidade" relativa a Gaza e a indiferença para com a Àfrica subsariana, terá motivado o intenso clamor mediático.

Será que o tema Gaza foi pago em sigilo, claro, para intoxicar a opinião pública ocidental e ninguém pagou o tema África subsariana, que raríssimas referências mediáticas mereceu?

Ou será apenas que morrer, entre gritos, com o ruído de bombas é mais espectacular que morrer em silêncio?


English

Over the past few years, particularly the last two, with the intense "media" focus on the children of Gaza, I became concerned about my lack of sensitivity to a problem so acute that it had killed and injured 61,000 children.

Then I understood why:

In situations of acute famine alone, in 2023 alone, in Somalia, Ethiopia, and Kenya, 1,900,000 (one million nine hundred thousand children)—under the age of 5—were at risk of death.

If we compare the numbers, we see that something more than the "humanity" toward Gaza and the indifference toward sub-Saharan Africa motivated the intense media outcry.

Could it be that the Gaza issue was secretly paid for, of course, to intoxicate Western public opinion, while no one paid for the sub-Saharan Africa issue, which received very little media attention?

Or is it just that dying, screaming, with the sound of bombs is more spectacular than dying in silence?



quarta-feira, 8 de outubro de 2025

A vitória do mais energúmeno terror !

Queiramos ou não, a lógica terrorista venceu.

Compensa - de facto - ter comportamentos desumanos, repugnantes e selvagens em política.

O século XII raptando e chantageando cidadãos do século XXI, venceu...!

Muitos mais actos terroristas em nome de Allah, subsidiados e perpetrados por teocracias e monarquias medievais irão acontecer, porque vencem...

Lapidação, misogenia e homofobia continuarão a ser  causas próximas para hostilizarem os sistemas onde vivemos e que agora se curvam, em nome de crianças de hoje mas indubitáveis terroristas no futuro, em nome de Allah, claro.

Esperemos que as mentes sensíveis de hoje, tenham corpos mais robustos para suportar sevícias em nome de uma lei que hoje dizem desconhecer porém, os condenará e mutilará amanhã, talvez aplicada pelas mesmas crianças que tanta pena hoje lhes motivou...



English:

Like it or not, terrorist logic has won.

It pays to have inhumane, repugnant, and savage behavior in politics.

The 12th-century kidnapping and blackmailing of 20th-century citizens has won...!

Many more terrorist acts in the name of Allah, subsidized and perpetrated by medieval theocracies and monarchies, will occur. It pays...

Stoning, misogyny, and homophobia will continue to be the proximate causes of the distant, bloodthirsty systems to which the West has bowed.

In the name of children today, undoubtedly terrorists of tomorrow, in the name of Allah, of course.

Let us hope that today's sensitive minds have more robust bodies to endure abuse in the name of the law they claim to know nothing about, but which will condemn and mutilate them tomorrow, who knows, applied by children who deserves so much sorrow for them now...





segunda-feira, 6 de outubro de 2025

O tempo e a lei.

​Embora os fundamentos venham da Antiguidade, a estrutura e os princípios orientadores da maioria dos quadros penais ocidentais vigentes, surgiram principalmente a partir da segunda metade do Século XVIII, consolidando-se no Século XIX.


Face aos castigos medievais - ainda comuns em demasiados países - as lógicas iluministas moderaram alguns e eliminaram outros castigos então e hoje ainda, considerados repugnantes como a pena de morte.

Esta é uma área com dados estatísticos importantes e, frequentemente, com debates intensos nos EUA.

​As principais diferenças estatísticas observadas entre os estados dos EUA que têm a pena de morte e os que a aboliram estão relacionadas às taxas de homicídio e à aplicação real da pena.

​A principal diferença estatística observada é a seguinte:

Estados sem Pena de Morte: 

De acordo com dados do FBI (Bureau Federal de Investigação) e análises estatísticas, os estados que não têm a pena capital geralmente apresentam taxas de homicídio mais baixas do que os estados que a aplicam.

Estados com Pena de Morte: 

O índice de homicídio nesses estados tem sido, em média, significativamente maior (em algumas análises, de 48% a 101% maior) do que nos estados que aboliram a pena de morte.

​Essa estatística sugere, para muitos especialistas, que a pena de morte não serve como um fator de dissuasão (desencorajamento) único ou mais forte do que a prisão perpétua.

As taxas de homicídio aumentam e diminuem de forma semelhante em ambos os grupos de estados, o que leva à conclusão de que outros fatores – como demografia, desemprego, investimento em policiamento, promotores e prisões – tendem a influenciar mais a criminalidade violenta do que a existência ou não da pena capital.

​Embora a pena de morte seja legal em muitos estados, a sua aplicação real é limitada e desigual.

Concentração de Execuções: 

A grande maioria das execuções nos EUA ocorre em um pequeno número de estados, sendo o Texas historicamente o líder, seguido por outros estados da antiga Confederação (Sul dos EUA).

Abolição e Raridade: 

Alguns que mantêm a pena capital, raramente a aplicam ou sentenciam alguém à morte. 

No total, cerca de 15 estados e o Distrito de Colúmbia a aboliram, e mesmo entre os que a mantêm, muitos raramente a executam.

Sentenças Alternativas: 

O aumento da opção de prisão perpétua sem direito à liberdade condicional tem levado a uma redução no número de sentenças de morte nos últimos anos, pois oferece às famílias das vítimas uma condenação definitiva sem os longos anos de apelação judicial típicos dos casos de pena capital.

​Em resumo, as estatísticas mais notáveis são: os estados sem a pena de morte tendem a ter taxas de homicídio mais baixas e que, nos estados que a mantêm, a aplicação da penalidade é muito concentrada e desigual.


English:

Although the foundations date back to antiquity, the structure and guiding principles of most current Western penal frameworks emerged primarily from the second half of the 18th century, consolidating in the 19th century.

In light of medieval punishments, enlightenment thinking moderated some and eliminated others then and still today considered repugnant, such as the death penalty.

This is an area with important statistical data and often heated debate in the US.

The main statistical differences observed between US states that have the death penalty and those that have abolished it, are related to homicide rates and the actual application of the penalty.

The main statistical difference observed is as follows:

States without the Death Penalty:

According to FBI data and statistical analyses, states that do not have the death penalty generally have lower homicide rates than states that do.

States with the Death Penalty:

The homicide rate in these states has been, on average, significantly higher (in some analyses, 48% to 101% higher) than in states that have abolished the death penalty.

This statistic suggests, to many experts, that the death penalty does not serve as a unique or stronger deterrent than life imprisonment.

Homicide rates rise and fall similarly in both groups of states, leading to the conclusion that other factors—such as demographics, unemployment, investment in policing, prosecutors, and prisons—tend to influence violent crime more than the existence or absence of the death penalty.

In summary, the most notable statistics are that states without the death penalty tend to have lower homicide rates, and that in states that retain it, application of the penalty is highly concentrated and uneven.





sábado, 4 de outubro de 2025

308 municípios.

O número de 308 concelhos (ou municípios) em Portugal é, acima de tudo, o resultado de um longo processo histórico, consolidado no século XIX após as reformas liberais, e que se manteve relativamente estável desde então.

Não existe um único "racional" matemático ou geográfico moderno que justifique este número exato, mas sim uma combinação de fatores históricos, políticos e culturais que o mantiveram ao longo do tempo.

Fatores que Justificam o Número Atual de Concelhos:

Herança Histórica e Estabilidade Pós-Liberal
O número atual (308) é um resquício da grande reforma administrativa levada a cabo pelo Liberalismo no século XIX.

Reforma de Passos Manuel (1836): 
Esta reforma, que se seguiu à de Mouzinho da Silveira, reduziu drasticamente o número de concelhos (que eram mais de 800) para cerca de 351, com o objetivo de criar circunscrições municipais maiores e mais viáveis.

Consolidação: Após esta redução inicial, o mapa municipal sofreu poucas alterações significativas. O número oscilou entre o mínimo de 268 (em 1853) e o máximo de 351, fixando-se progressivamente num patamar próximo ao atual, por força da estabilidade política e da resistência local a novas extinções.

A Importância da Autarquia Local:
Os concelhos (municípios) são a principal autarquia local em Portugal, consagrada na Constituição (art. 235º), e representam o nível de administração mais próximo do cidadão.

Proximidade e Identidade: 
A manutenção de 308 municípios reflete a forte identidade local e o enraizamento histórico da população. A extinção de um concelho é frequentemente vista como a perda de autonomia e de identidade da comunidade.

Descentralização: 
O município é o instrumento primário da descentralização do Estado, com órgãos próprios (Câmara e Assembleia Municipal) que visam a promoção dos interesses próprios das populações respetivas.

Dimensão Geográfica e Populacional (Contexto Europeu):
Embora 308 possa parecer muito para a dimensão de Portugal, na comparação europeia, os municípios portugueses são, em média, relativamente grandes.

População: 
O município português médio tem cerca de 34 mil habitantes, muito acima da média da União Europeia (cerca de 5 mil habitantes por município). Portugal ocupa a 7.ª posição na UE em termos de número de habitantes por município.
 
Território: A área média de um município português (cerca de 300\km²) é seis vezes maior do que a média territorial na UE (cerca de 52\km²).
Isto sugere que, ao contrário de outros países europeus que fizeram grandes fusões municipais nas últimas décadas para ganhar escala, Portugal já possui municípios com uma dimensão considerável, o que diminuiu a pressão para reformas mais radicais.

O Debate sobre a Racionalização do Mapa:
Apesar da estabilidade, o número de concelhos é frequentemente alvo de debate. 
O argumento a favor da sua redução baseia-se na grande disparidade entre municípios.

Disparidade Extrema: 
Alguns municípios como Lisboa, Sintra e Vila Nova de Gaia têm mais de 300 mil habitantes, enquanto 15% do total (cerca de 49) têm menos de 5 mil habitantes.

Viabilidade Financeira e de Gestão: 
Os concelhos muito pequenos e com pouca população enfrentam, por vezes, maiores dificuldades na gestão dos serviços públicos e no aproveitamento de economias de escala.
Contudo, qualquer tentativa de alterar este número esbarra na resistência política e social, mantendo-se 308 concelhos como o mapa administrativo oficial de Portugal.

Será difícil entender com os transportes, telecomunicações, auto-estradas actuais, continue o OE a alimentar 308 estruturas administrativas, na sua esmagadora maioria, impossíveis de suportar pelo valor colectado aos impostos locais...

Qual a lógica de manter inalterável uma decisão do século XIX?


O número de vereadores numa Câmara Municipal em Portugal não tem um valor fixo, mas sim um intervalo que depende do número de eleitores do respetivo município.
O número mínimo e máximo, excluindo as situações especiais de Lisboa e Porto (que têm 16 e 12 vereadores, respetivamente), seguem a seguinte regra:
 - Mínimo: 4 vereadores nos municípios com 10.000 ou menos eleitores.
  - Máximo: 10 vereadores nos municípios com 100.000 ou mais eleitores.

Estrutura por Número de Eleitores
A constituição da Câmara Municipal (que inclui o Presidente e os restantes Vereadores) é definida pela seguinte tabela:

Número de Eleitores, Número de Vereadores 
10.000 ou menos eleitores, 4
Mais de 10.000 e até 50.000
eleitores 6
Mais de 50.000 e menos de 100.000 eleitores 8.
100.000 ou mais eleitores 10.

Nota: Em Lisboa e Porto, o número de vereadores é de 16 e 12, respetivamente.

O Presidente da Câmara é sempre o primeiro candidato da lista mais votada, e os restantes membros do executivo são os vereadores.
Ou seja, no mínimo, 308 x 5 (Pr+Verd.) = 1.540 cargos locais...



English

The number of 308 municipalities in Portugal is, above all, the result of a long historical process, consolidated in the 19th century after the liberal reforms, and which has remained relatively stable since then.

There is no single modern mathematical or geographical "rationale" that justifies this exact number, but rather a combination of historical, political, and cultural factors that have maintained it over time.

Factors that Justify the Current Number of Municipalities:

Historical Heritage and Post-Liberal Stability

The current number (308) is a remnant of the major administrative reform carried out by Liberalism in the 19th century.

Passos Manuel Reform (1836):

This reform, which followed that of Mouzinho da Silveira, drastically reduced the number of municipalities (which were over 800) to approximately 351, with the aim of creating larger and more viable municipal districts.

Consolidation: After this initial reduction, the municipal map underwent few significant changes. The number fluctuated between a minimum of 268 (in 1853) and a maximum of 351, gradually settling at a level close to the current one, due to political stability and local resistance to further abolitions.

The Importance of Local Government:

Municipalities are the main local government in Portugal, enshrined in the Constitution (art. 235), and represent the level of administration closest to the citizen.

Proximity and Identity:

The maintenance of 308 municipalities reflects the strong local identity and the historical roots of the population. The abolition of a municipality is often seen as a loss of autonomy and community identity.

Decentralization:

The municipality is the primary instrument of state decentralization, with its own bodies (Council and City Council) that aim to promote the interests of their respective populations.

Geographic and Population Size (European Context):

Although 308 may seem large for Portugal's size, in a European comparison, Portuguese municipalities are, on average, relatively large:

Population:

The average Portuguese municipality has around 34.000 inhabitants, well above the European Union average (around 5.000 inhabitants per municipality). Portugal ranks 7th in the EU in terms of population per municipality.

Territory: The average area of ​​a Portuguese municipality (around 300 km²) is six times larger than the EU average (around 52 km²).

This suggests that, unlike other European countries that have undergone large municipal mergers in recent decades to gain scale, Portugal already has municipalities of considerable size, which has reduced the pressure for more radical reforms.

The Debate on Rationalizing the Map:

Despite stability, the number of councils is often the subject of debate.

The argument in favor of reducing it is based on the significant disparity between municipalities.

Extreme Disparity:

Some municipalities, such as Lisbon, Sintra, and Vila Nova de Gaia, have over 300,000 inhabitants, while 15% of the total (approximately 49) have less than 5,000 inhabitants.

Financial and Managerial Viability:

Very small municipalities with small populations sometimes face greater difficulties in managing public services and taking advantage of economies of scale.

However, any attempt to change this number encounters political and social resistance, maintaining the 308 municipalities.

It will be difficult to understand how, with current transportation, telecommunications systems and highways, the State Budget continues to support 308 administrative structures, the overwhelming majority of which are impossible to support due to the amount collected in local taxes...

What is the logic behind maintaining a 19th-century decision unchanged?

The number of councilors on a city council in Portugal is not fixed, but rather a range that depends on the number of voters in the respective municipality.

The minimum and maximum numbers, excluding the special situations of Lisbon and Porto (which have 16 and 12 councilors, respectively), follow the following rule:

* Minimum: 4 councilors in municipalities with 10,000 or fewer voters.

* Maximum: 10 councilors in municipalities with 100,000 or more voters.

Structure by Number of Voters

The composition of the City Council (which includes the Mayor and other Councilors) is defined by the following table:

Number of Voters, Number of Councilors

10,000 or fewer voters, 4.

More than 10,000 and up to 50,000 voters, 6

More than 50,000 and less than 100,000 voters, 8.

100,000 or more voters, 10.

Note: In Lisbon and Porto, the number of councilors is 16 and 12, respectively.

The Mayor is always the first candidate of the most voted slate, and the remaining members of the executive committee are councilors.

In other words, at least 308 x 5 (Pr+Verd.) = 1.540 local positions...







UE: O último reduto!

Quando os valores mais altos de humanismo, compreensão e igualdade de uma civilização estão em causa, há sempre um último reduto...