sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Inflação e oportunismo!

Ao longo de muitos anos, nunca ouvi nenhum comerciante ou agricultor dizer para as televisões: "Agora é que o negócio vai bem...".

Vai sempre mal...! 
Porque chove, porque faz sol, porque não se vende, porque os fornecedores aumentam os preços... e, claro, a rábula acaba sempre culpando ou pedindo ajuda ao governo, substituto actual do "Deus nos ajude" do passado. 

A última culpa atirada ao governo, foi a da inflação. 
Que se vê pressionado a descer ou anular o iva, o ispp, a dar apoios vários e, quando a situação tende a normalizar, fica com o ónus do aumento de alguns preços, com destaque para o dos combustíveis.

É claro que estes profissionais, já estiveram melhor. Recordo uma viagem turística que fiz a Itália, no início do século, onde dos 40 participantes, 4 eram licenciados.

Os restantes... eram empresários do pequeno comércio e famílias.

Esta amostra, evidenciou-me onde então residiam as maiores disponibilidades para gozar férias caras em família e percebi o peso da lógica infantil: 
"Quem não chora, não mama"!

A banalização dos centros comerciais veio, agora, dificultar-lhes a vida porém, temos de considerar uma realidade:
Os cidadãos têm o direito de adquirir bens ao preço mais conveniente.
Não a obrigação de comprar caro pelo argumento de o produto ser, supostamente, português. 

Um negócio, qualquer que ele seja, deve ser uma fórmula para viver, não para enriquecer e menos para "fintar" impostos, única palavra que me surge perante lucros oportunistas, sem limite os quais, se bem que possam ser legais, são IMORAIS. 
Aqui, já não importará a nacionalidade dos consumidores prejudicados ser a portuguesa...

E, por favor, não me digam que há comerciantes honestos. Há apenas comerciantes...




Creches gratuitas...!

António Costa anunciou recentemente uma medida de apoio aos jovens, com grande alcance social:

Mais 6.000 lugares em creches gratuitas. 

Não só economiza custos assinaláveis aos jovens casais como possibilita emprego às jovens mães, milhares de empregos para habilitações de educadores, cozinheiras e auxiliares de cozinha e, também, o aumento de facturação a empresas com objecto social de encargos de operação e manutenção de instalações ou de fornecimento de alimentos.

É uma despesa de grande dimensão social e orçamental, certa e permanente que só será possível encarar em economias crescentes, com governos preocupados prioritariamente com quem dispõe parcos recursos, mas também e principalmente, com o futuro dos seus filhos.

O XXIII governo ao limitar reivindicações corporativas, fundamentalmente, de efeito corporativo e de sobrevivência sindical, fá-lo com sentido social em defesa do sistema democrático e do futuro de todos os portugueses.

Quando o ministro Medina afirma, e bem, que 50% dos portugueses não pagam impostos por o seu nível de rendimentos não atingir o mínimo colectável, está a informar os restantes 50%, que os seus impostos suportam as necessidades básicas da outra metade da população.

Para um governo de Direita isto é um "ultraje" a quem mais aufere.
Para um governo de Esquerda, este é o caminho.
Para mim, também. 

Prefiro um país onde todos tem acesso a mínimos a outro, onde apenas alguns têm acesso a máximos, a maioria pague impostos mas demasiados não tenham acesso a educação e saúde gratuitas.

De notar, uma vez mais, a indiferença com que os media encaram e divulgam este enorme  esforço do governo nas creches.

Se "caísse" outro membro do governo, não se calavam dias, semanas e meses a fio...

Depois surpreendem-se com os resultados eleitorais...!







quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Imigração sem integração?


Acolher a imigração é, hoje, uma necessidade europeia.
Uma Europa reconhecidamente envelhecida por uma redução assinalável dos nascimentos por casal, desde a década de 50 do século XX, conduziu à incapacidade da, até então numericamente crescente, substituição de gerações. 

Todos recordaremos a quantidade enorme de irmãos que os nossos avós tinham, quando comparada com o número actual de irmãos numa família média.

A forma mais eficaz de retroceder esta tendência será acolher imigrantes. 

Mas há algum critério conhecido, ainda que genérico, para esse acolhimento?
Que eu saiba não...

Que conhecimentos de inglês/português?
Que exigência de formação académica?
Quais as idades aceites?
Que perspectivas de emprego?
Que apoios de habitação? 
Que apoios de transporte?
Que diferenciação na educação dos filhos (filhos de imigrantes carecem de formação mais intensa de português, por exemplo) de acordo com as necessidades locais da etnia, nacionais e objectivos da UE?

Na minha opinião, tornando obrigatória a aceitação de uma regra nacional - que tarda... - mencionando o cumprimento da exigência da não utilização em espaços públicos, de gesticulação e ornamentação pessoal facilmente identificável com política ou religião.

O estado português deveria também, ao proporcionar habitação condigna, evitar a formação de guetos pela mesma origem étnica, mantendo proporcionalidades semelhantes nas freguesias de acolhimento.

Os portugueses são padrão de uma imigração exemplar. 
É justo que exijam a quem vem, comportamento semelhante!










La Fontaine: O lobo e o cordeiro...

Certas realidades correntes levam-me a recordar a fábula de La Fontaine "O lobo e o cordeiro".*
No caso, e salvo a diferença numérica, o lobo será a minoria activa e o cordeiro a maioria indiferente.

A indiferença do cordeiro misturada com desprezo e medo, permitem ao lobo argumentos patéticos, sem realidade e sem um mínimo suporte lógico, úteis apenas à voracidade do seu objectivo.

Tentar condenar uma população hoje, por erros dos seus antepassados cometidos há 400 ou 500 anos, é de uma irrealidade e injustiça provocatórias, dignas dos mais temíveis sistemas políticos que existiram através dos tempos.

Acordar hoje, fantasmas do passado só poderá conduzir ao surgimento de caça-fantasmas, com prováveis consequências preocupantes.


domingo, 6 de agosto de 2023

Corrupção e corrupção.

Seja por ser um dos maiores  interesses mediáticos, seja por se tratar de um dos crimes mais vergonhosos, a corrupção ocupa hoje grande parte do trabalho e das despesas da justiça.
Aparentemente o trabalho da justiça não evidencia grandes resultados porém, a despesa efectuada para o combate à corrupção tem subido acentuadamente.

Do conhecimento generalizado, recordamos os nove mil milhões (9.000.000.000)€ perdidos pelo BPN (Banco Português de Negócios), administrado por ex-governantes do PSD, os cinco mil milhões (5.000.000.000)€ esfumados pelo BES (Banco Espírito Santo). 
Só estes dois bancos totalizam 14.000 milhões, dos cerca de 28.000 milhões, queimados pela banca nacional.

Tanto quanto sei, nunca os dirigentes, quer do BES quer do BPN, foram individualidades minimamente de esquerda, nem alvos de imagens de captura em directo transmitidas pelos media...

Porém, para a Direita nacional estes rombos financeiros são tabú. Ninguém fala deles.
Para este sector político, conta apenas o affaire Sócrates estimado em 36 milhões de €.

Porém, o peso da Esquerda é  0,0026 do da Direita (36/14000) na utilização indevida de dinheiro do Povo português.

Mas tal, nunca ouvi um só media referir. Porque será?

Para os media, a corrupção mínima à Esquerda, é equivalente a corrupção máxima na Direita.
Claro que, moralmente, corrupção é um conceito elástico e, tanto é corrupção a de 1 tostão como a de 1 milhão. 

Só que os bolsos dos portugueses queixam-se mais do milhão...

Mais palavras para quê?

(Faça duplo click sobre os links abaixo.)















sexta-feira, 4 de agosto de 2023

As dívidas externas dos países

O mundo conta com 205 países  dos quais 191 têm dívida pública externa.
O Liechtenstein, o Brunei e o Niuê comunicaram dívida zero recentemente, e os restantes nada comunicaram.

A questão que ressalta é: 
Se, praticamente  todos devem, devem a quem?

Se a dívida fosse mútua - entre países - a soma algébrica dos valores das dívidas, estaria próximo de zero. Porém... longe disso!

Se a dívida fosse a bancos centrais como o BCE ou a FED (Federal Reserve Board, EUA) e estes fossem maioritariamente públicos, então as dependências provocadas pelas dívidas externas dos países poderiam considerar-se pouco preocupantes. 

Porém, a pesquisa sobre quem detém indirectamente, através da banca comercial, uma parte substancial da massa monetária dos bancos centrais mostra-se muito difícil.

A transparência aqui, também, é um conceito esquecido e, aparentemente, incómodo. O relatório e contas do banco central alemão, 2022, por exemplo, com 580 páginas em lado nenhum discrimina a que entidades, valor e condições em que são facultados, os empréstimos a quem fornece capital em "tier" 1...

Em resumo: A finança aparenta não puxar pela economia, a dívida dos países parece ser consumida em investimentos não virtuosos - os economicamente úteis estarão concentrados em algumas economias asiáticas - enquanto a Oeste, a estagnação económica parece continuar a ser regra.

O mundo está refém do pagamento de juros à finança e a economia de cada país parece incapaz de pagar a actual dívida, que vai  aumentando, principalmente por efeito sistemático cumulativo desses mesmos juros.


(É necessário duplo click, para abrir os sites abaixo.)







segunda-feira, 31 de julho de 2023

As sondagens políticas.

Acreditando embora na lei dos grandes números, tenho de reconhecer a demasiada falibilidade das sondagens políticas.

Recentemente,  falharam estrondosamente quer nas eleições legislativas portuguesas quer nas espanholas.

Os erros são de tal modo avassaladores que apenas me é permitida uma conclusão: os sondados mentem às empresas de sondagens.
Porque será?

O interrogado sentirá uma intrusão no seu domínio decisório, que é sigiloso, de alguém que pretende facturar com isso ou pior: influenciar toda a sociedade com as suas conclusões sem ser obrigado a discriminar as "fontes" que alimentaram tais conclusões.

Descaramento...!

Desde que a internet nasceu a banca terá sido o principal beneficiário das facilidades que esta trouxe. Desde tranferências de ...