Ventura, que de diplomata só terá o apelido, contradiz hoje tudo o que escreveu, tudo o que o levou a doutorar-se.
É um travesti do discurso, um agitador de punho erguido, um vazio de propostas e de esperança.
Para o Chega, todo o mal nacional resume-se a duas palavras: imigração e corrupção!
Nunca se ouve dali uma palavra sobre saúde, educação, habitação ou qualquer outro pilar estrutural do país.
Implora pelo poder, quase em lágrimas, alegando ser virgem na corrupção e mestre em defenestração da imigração.
Mas se é virgem na corrupção, é porque nunca esteve no poder.
É ferozmente anti-imigração porque ignora as reais necessidades demográficas e laborais do país.
Exigir-se-ia, no mínimo, de quem aspira liderar um governo, que compreendesse a fragilidade da legislação nacional em matéria de corrupção — e que analisasse com seriedade o envelhecimento da população nacional.
E no fim, como qualquer buffone, basta-lhe encantar os palermas que o escutam.
E isso... chega-lhe.