Recordo aquando o então presidente da CMLisboa, Jorge Sampaio, inundou a cidade de parques de estacionamento subterrâneos, alguns dos quais adjudicados à Bragaparques do inefável Domingos Névoa, posteriormente famoso por outras "obras valerosas", que foram verdadeiros mananciais de notícias nos media.
Já por esses tempos em Londres, hoje com 9 milhões de habitantes, se tentava resolver o problema do estacionamento, muito mais premente do que em Lisboa porém, a enfrentar de modo diferente: Todo o veículo motorizado não pertencendo a um residente nessa capital, teria de adquirir um título específico para estacionamento temporário na cidade. A multa por não o possuir, quando aí parqueado, seria assinalável.
E, deste modo, os cidadãos de Londres não foram incomodados, o estacionamento e a circulação normalizados e a "municipality", apenas carimbando títulos, iria enriquecer uns largos milhões de libras.
Este respeito pelo munícipe contribuinte, nunca se verificou em Portugal.
Por exemplo, a imposição constitucional do ónus da prova pertencer ao estado, também para crimes financeiros, é a mais dolorosa prova do desrespeito institucional pelo cidadão. Os nossos impostos pagam meses de investigação inútil por funcionários públicos em 95% dos casos, enquanto ao arguido (suspeito) bastaria apresentar um documento comprovando a legalidade da origem dos seus bens.
Os portugueses podem se orgulhar de "comer e calar" tudo o que todos os espertalhões de curto mandato mas com longa ambição, lhes põem no prato.
Um deles inventou a Emel. Um sorvedouro de dinheiro a lisboetas e não lisboetas, com uma carga de 753 efectivos (2020), número que aumentou 165% de 2016 a 2020, verdadeiros caçadores de multas a cidadãos vivendo, trabalhando ou visitando a cidade a qual, pouco ou nada lucra com, mais um, elefante branco.
O disparate do espertalhão ainda poderia ser tolerável, se existisse gota de moralidade na sua essência.
Mas há muito que moralidade e legalidade se divorciaram!
E vá de passar à Emel um papel a que chamaram lei, outorgando-lhe vários direitos: Tomar posse de bens que nunca produziu, adquiriu, ou sequer manteve como ruas, avenidas ou praças multando, bloqueando, rebocando, "fiscalizando"... propriedade alheia, esta sim, conseguida com o trabalho de quem a adquiriu.
Ou seja, a CMLisboa vai criando postos de trabalho inútil, sacrificando os impostos dos lisboetas.
E estes vão votando em quem é cumplicemente indiferente à situação?