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sexta-feira, 21 de outubro de 2022

As aves canoras.

     Vendo o "eixo do mal" hoje, a começar com o cadáver político do PPCoelho, um abutre-liberal da política nacional que, como todos os liberais, foi incapaz de colocar na prática uma teoria, obviamente medíocre, aprendida na escola.

    O desastre que representaram os 45 dias de liberalismo no UK provocados pela inépcia da primeira-ministra Liz Truss e do ministro, tido como excelente académico, Kwasi Kwarteng deviam merecer a mais completa análise desta aberração teórica. 

    Mas este programa não tem capacidade para isso. Prefere falar no, improvável, regresso de um licenciado em economia aos 42 anos, numa universidade privada, que deixou o país com uma dívida pública externa de 133% do PIB.

    Porque falo em embuste teórico? Porque é o próprio mercado que endeusam, quem condena as suas patéticas iniciativas práticas.

    Retirar os impostos aos ricos, privatizar a segurança social, a saúde, a educação... é uma política de terra queimada, tal como o foi a de nacionalizações comunistas em 1975.

    O liberalismo é um embuste da extrema-direita tal como as       nacionalizações, foram um embuste de extrema-esquerda!

    Ouvi, com paciência, o sempre agitado Daniel Oliveira, afirmar que o Costa não tinha feito nenhuma reforma estrutural. Mas, Daniel, quem as fez? E, se exiges que o primeiro-ministro António Costa as faça, diz com que projecto, com que financiamento, em quanto tempo, com que custos sociais?

    Não sabes? Então, homem, porque falas? Não és político? Então porque exiges patetices ao António Costa? Falar é fácil. Ter ideias válidas é mais difícil...

    Interessante foi não ouvir uma palavra no programa sobre a nova conduta para hidrogénio verde que António Costa e Pedro Sanchez conseguiram hoje negociar com Emmanuel Macron...

    

    



quinta-feira, 20 de outubro de 2022

As "notícias" convenientes.

 

    Nada tenho pessoalmente contra os media. Creio mesmo que são essenciais no desenvolvimento dos sistemas democráticos como pilares fiscalizadores e esclarecedores de situações que o mereçam.

    Já contra a libertinagem de imprensa, tenho tudo. 

    Ninguém duvida da completa dependência económica privada dos media - a RTP, além desta, é subsidiada pelo estado anualmente, com parte importante dos 200 milhões de euros para o audio-visual, pagos por nós mensalmente na factura de electricidade - obrigando-os a reduzir, tanto quanto possível, notícias desagradáveis aos seus accionistas, focando a insinuação, o destaque, a repetição dos temas diários de conversa social, apenas e só, sobre os apregoados erros do estado democrático. 

    Incrivelmente este é o único sistema político que encolhe os ombros à libertinagem mediática.

    Hoje ainda, a divulgação mediática de um ofício da fornecedora de 45% do gás adquirido pela Galp (mais um erro astronómico de gestão de fornecimento em favor do lucro da empresa), apresentando como motivo da falha de futuras entregas de gás, as consequências de inundações que ocorriam na Nigéria.

    Ocorriam? E ninguém sabia de nada? Pensei logo em desculpa de mau pagador da Nigéria LNG, para não cumprir o contracto com Portugal e conseguir melhores preços num mercado em escassez do produto.

    Mas não! Dois dias após o ofício da empresa se tornar público, os media nacionais incluíram nos noticiários grandes inundações na Nigéria, os quais já teriam provocado 600 mortos e o caos generalizado nesse país.

    Porém, nada haviam referido. Não interessaria aos seus accionistas aquela desgraça. Outras mais suculentas, encheriam os noticiários. 600 mortos? Não têm interesse mas, um assassínio qualquer em terras lusas, dá direito a reportagem local e é repetida várias vezes por dia (Nem refiro o estafado racismo aparente). Só aquando do surgimento do aviso da provável falha de fornecimento é que as cheias na Nigéria foram referidas. Como notícia. Requentada, claro.

    Também será esclarecedor da moralidade mediática, os vencimentos principescos pagos a quem diariamente dá a cara repetindo ser o salário mínimo muito baixo...

    Libertinagem e liberdade de imprensa não podem ser confundidas. 

    Aqui, como em qualquer sector da vida, libertinagem deve ser reprimida. 

    Só liberdade com responsabilidade, pode existir.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

A desculpa verde de Merkle.

    

    Ontem assisti a Angela Merkel, na sua passagem por Lisboa, respondendo a um jornalista, afirmar que não estava arrependida por ter colocado a Alemanha na dependência dos gás russo da Gazprom em 43%, durante os 16 anos que foi Chanceler.

    Justificou a sua posição por esta opção ser a que melhor combateria as alterações climáticas (ACs) previstas, penso, pelo IPCC (Intergovernamental panel on climate change). 

    (Talvez um dia perca tempo e continuando a abusar da paciência dos meus leitores, consiga explicar o porquê, de os relatórios do IPCC/ONU, com contribuições de 230 cientistas de 66 países (2014), não são assinados por ninguém... Ainda assim, vão controlando nos nossos dias a actividade política global...)

    Esquecendo que Merkel, apanhou em andamento o combóio que Gerhard Schröder, anterior chanceler (1998-2005) em coligação com os Verdes, tinha posto em andamento - provavelmente, visando o lugar de presidente da Gazprom que Putin lhe havia oferecido - ela evidenciou sempre clarividência e bom-senso na generalidade das decisões que, pela Europa e pela Alemanha, teve de tomar entre 2005 e 2021.

    Estranho é, como qualquer gestor entenderia, ser a dependência de uma empresa de um único fornecedor em 43%, um risco demasiado alto uma vez qualquer falha deste, ser praticamente irreparável a curto prazo comprometendo o desempenho. Tal é muito mais grave, tratando-se de um país. Mais grave ainda, de um país tido como força motriz para um continente.

    O argumento de combate às alterações climáticas não pode servir a qualquer político eleito. Nenhum é eleito para defender as ACs à custa do sacrifício da economia ou da protecção social.

    Mas Merkel sempre se inclinou politicamente aos aplausos do histerismo verde que justificavam a sua governação. Que condenaram paulatinamente o uso do nuclear, do carvão, do petróleo, restando o gás russo contra o qual, poucos ou nenhum inconveniente manifestaram. 

    Até parece que os Verdes alemães eram, são, grandes amigos de Putin...



quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Hipocrisia, inépcia ou simples ignorância?

     Porque será que só agora os media relatam pedofilia de padres da igreja católica?

    Na primeira metade do século XX, onde já existiam media embora subservientes aos poderes instituídos, sabia-se do facto de essa instituição apenas admitir indivíduos com voto de celibato, a tornava como destino plausível, para portadores de desvios sexuais à normalidade.

    A moral de fachada da sociedade ocidental de então era em tudo, muito semelhante à das sociedades menos evoluídas da actualidade. Sem ponta de tolerância para qualquer comportamento desviante. Penas de prisão, ostracismo, ridicularização e humilhação pública eram e são praticadas.

    Difícil será entender como só agora os media, e apenas na justa medida que os assuntos aparecem nas várias justiças, os colocam nas suas páginas e debates em televisão. Onde terá estado, durante décadas, o jornalismo de investigação?

    E em que medida as sociedades que encaram a pedofilia, a limitam? O Código Penal Português, no seu artigo 171, nºs 1 e 2 pune esta prática sexual com um máximo de 4 anos de prisão. Dou de barato 4 anos compensarem para a lei vida(s) estragada(s)...

    Mas digam-me os doutos incriminadores: Depois de 4 anos de clausura o criminoso, porque punido, vai alterar a sua conduta sexual? Deixará de ser pedófilo?

    A gritante resposta é NÃO! 

    Aqui, sou favorável à chamada "castração" química (cq). O peso da palavra castração inibe que o processo, por ignorância ou limitação mental, coloca de lado a possível solução que a ciência hoje disponibiliza. A cq mais não é que uma injecção* com efeito de reduzir a líbido até um ano, após o qual o injectado a recupera totalmente, tendo de ser renovada.

    Por isso, solicito às entidades responsáveis mais conhecimento, respeito pelos cidadãos e menos demagogia.

    Claro que os media não falam deste assunto. Preferem crucificar o Presidente da República o qual, por razões que agora aqui não comento, por ter um espírito solidário-cultural mal resolvido, hoje teve - desnecessariamente - palavras infelizes sobre o assunto.

    Continuam, os media, sem serem parte da solução mas, vendem muita publicidade. E isso é que lhes interessa, verdade?

    

*https://pt.wikipedia.org/wiki/Castra%C3%A7%C3%A3o_qu%C3%ADmica

domingo, 9 de outubro de 2022

Iniciativa Libertária

     O aparecimento da IL no parlamento é, talvez, o maior perigo  no horizonte político nacional.

    Os membros da IL são, convictamente, "Chicago Boys". Gente que acredita que o mundo deveria não ter estados... 

    Para o seu "guru", Milton Friedman - Nobel, imerecido, de 1976, creio - olhava as sociedades como vítimas da voracidade estatal. Para este senhor, os "estados" mais aproximados da sua teoria seriam as, então colónias, Hong Kong e Macau, onde a governação era praticamente inexistente. 

    Do género: Queres saúde? Paga-a totalmente. Queres educação? Paga-a totalmente. Queres habitação? Nem sonhes com apoio do estado...

    Macau e Hong Kong eram então, e são-no hoje, regiões vivendo da banca offshore e do jogo que garante os valores que as minimalistas autoridades legais necessitam.

    Friedman foi assessor do ministro da economia de Pinochet - golpista que derrubou Allende em 1973 - propondo medidas radicais que em pouco tempo conduziram à dificuldade do Chile em exportar e à rebelião nas ruas.

    Ser liberal é, politicamente, ter um espírito aberto a todas as opções.

    Ser "liberal" economicamente é ser adepto, apenas, da anarquia social.

    Como Friedman disse: "O único objectivo de uma empresa é dar lucro." Não será ter de pagar impostos, ter qualquer tipo de inserção social ou responsabilidade para com os seus trabalhadores.

    Dar lucro, é o mantra deste teórico nobelizado, ainda que tal destrua tudo à sua volta : Pessoas, ambiente, estruturas...

    Liz Truss é a actual cara do liberalismo económico na europa. Conquista o poder no UK até Janeiro de 2025, se o Partido Conservador britânico assim o entender. 

    Truss, nomeou um dito génio das finanças, Kwassi Kwarteng (KK), para seu ministro. Que decidiu KK no plano de recuperação apresentado ao parlamento britânico? Descida dos impostos aos grandes vencimentos, superiores a 150.000 libras (171.000 €) anuais e apenas a estes. 

    Consequência: afundou a libra em mínimo histórico, nos "esquerdistas" mercados, obrigando o Banco de Inglaterra a intervir...

    Este o procedimento social da liberalidade económica. 

    Lobos sanguinários disfarçados de cordeiros...


    

    

    

sábado, 1 de outubro de 2022

Putin, o valente.

     Hoje conhecemos, melhor que nunca, Vladimir Putin.  O homem que sabotou a Europa. Que era fornecedor de 43% da energia que a Alemanha, a maior economia europeia, necessitava. Que é insensível à morte de centenas de crianças, bombardeia caravanas civis, esconde cadáveres, força referendos.

    A História, tal como a Hitler e outros, nunca conseguirá reproduzir suficientemente a loucura ambiciosa destes maníacos que assaltam o poder. Putin, espião do KGB e ex-chefe do FSB (serviços secretos russos antes e após 1989) viu a sua oportunidade de poder, na fraqueza alcoólica de Bóris Ieltsin.

    Uma vez lá, comprou um ex-primeiro-ministro alemão, Gerhard Schröder, dando-lhe a presidência da Gazprom. Tranquilizava os alemães e ganhava um amigo poderoso. Tal como fez com os seus companheiros ex-KGB, torna-o em mais um oligarca, assim apelidados os ladrões ostensivos no poder na Rússia que, como é hábito, escondem as suas fortunas em offshore.

    Mas uma cabeça formatada pelo KGB não esquece, não é capaz de esquecer, a "grandeza" do império soviético. E Putin, tinha o ardente desejo de dar à Federação Russa, os territórios que as nações libertadas por Gorbatchev em 1989, exigiram como seu. 

    Claro que Putin não vai pessoalmente para a guerra. 

    Claro que os familiares de Putin também não. 

    Como qualquer autocrata limita-se a declarar guerra. Os filhos de outros que morram e fiquem estropiados. O "herói" fica atrás para cantar o hino e receber palmas. 

    As centenas de crianças vítimas mortais de bombardeamentos "aleatórios", eram vidas menos importantes que as de Putin e seus familiares, suas riquezas ou ambições? Para o ditador, apenas peões neste xadrez de loucura.

    E assim, termina a evolução pacífica e exemplar da Europa. Bandidos que consigam chegar ao poder, podem desfazer qualquer sonho. O espantoso, é que o conseguem mesmo por via de eleições em países ditos democráticos, onde se não controla a ambição à solta. Como é possível fazê-lo?

    Muitos sabem como. Mas quem tem o poder nos sistemas ditos democráticos, nem os quer ouvir.

    Para eles está bem assim, estão no poder... Até ver...