De acordo com o CV da ministra Marina, ela tem 35 anos. Exerceu profissão de advogada estagiária e advogada, entre 2013 e 2015 após o que ocupou funções e cargos sempre ligados ao dr. Pedro Nuno Santos, sendo o último o de secretária de estado da habitação.
Nada tenho contra quem tenha como experiência profissional comum - não política - 2 anos de actividade.
Nada tenho contra um(a) ministro(a) com 35 anos de idade.
Mas tudo tenho contra quem consegue altos cargos da política ou do estado sem que para eles tenha sido nominalmente votado(a), sem que se conheça as linhas orientadoras da sua ação política específica ou sequer ser conhecido o seu pensamento político geral.
Tudo tenho contra quem conduza um Porche 911 e se afirme, publicamente, de esquerda, demonstre a maior inabilidade política num alto cargo desempenhado, desde a antecipação ao primeiro-ministro em declaração histórica, promessas caríssimas, felizmente nunca concluídas, de investimento em linhas ferroviárias sem haver público conhecimento do seu virtuosismo.
Tudo tenho, ainda, contra o descontrole político e pessoal na nomeação de altos dirigentes do estado.
António Costa poderá sentir que tem dívida de gratidão partidária para com Pedro Nuno Santos. Mas a maioria dos eleitores portugueses votou apenas em Costa para formar governo e governar.
Em mais ninguém!
Pedro Nuno Santos foi ministro, e outros o são, só por decisão de António Costa!
E o desrespeito, ainda que aparente, por pilares sociais de quem o elegeu, é e continuará a ser responsabilidade eleitoral, exclusiva, de António Costa.
António Costa é, talvez, o mais capaz de todos os chefes de governo que conheci. Mas está escandalosamente mal apoiado por escolhas que pensa ter de fazer, para pagar dívidas e manter calmas as águas partidárias.
Impõe-se um murro na mesa!
Em nome de uma Democracia mais forte, consistente e madura.
O país não pode ser um campo de treino para jovens inexperientes arvorados em ministros, por muito de esquerda e ambiciosos que se manifestem.