Gosto, bastante, de futebol.
Mas ainda tenho a frieza suficiente para me defender do envolvimento emocional para onde, me pretende arrastar quem pessoalmente, lucra milhões com emoções das multidões.
Regra geral: Quem consegue conquistar pela paixão, multidões
está particularmente bem colocado para enriquecer, e muito.
Todas as organizações que, ao longo da História, arrebataram pela emoção milhões de adeptos, angariaram biliões para os seus dirigentes gerirem da forma que consideraram mais útil. Particularmente, para eles...
É típico, após a conquista de qualquer presidência de clube de futebol de destaque, o seu presidente passar a decidir sobre negócios de milhões.
E, excepto caso que eu desconheça, torna-se rapidamente mais poderoso, mais influente e mais mediático.
Mesmo dirigentes tidos como honestos, se auto-atribuem - perante a morna passividade de assembleias gerais - vencimentos distantes das suas capacidades académicas, profissionais ou sociais, até aí demonstradas.
Passam a contactar e a serem contactados por indivíduos, agentes intermediários, propondo negócios atrás de negócios:
- Compra e venda do passe de jogadores sem qualquer interesse prático para o clube ou sem real qualidade, apenas para alguém ganhar comissões por tais compras.
- Passagem facilitada de dinheiro para offshore, onde quer o clube contratante quer o jogador contratado têm contas bancárias abertas, transitando verbas de uma para a outra, longe do alcance do controlo financeiro do país onde exercem actividade.
O futebol entranhou-se de tal modo nas sociedades, que nenhum político dispensa o apoio, directo ou discreto, do(s) clube(s) de futebol do seu círculo eleitoral...
Mas recordemo-nos: Quem, fundamentalmente por paixão vota, só pode aguardar desilusão...
Quando Cristiano Ronaldo ganhava no Real Madrid €2.000.000, já recebia em um só mês mais do que eu ganhei em 40 anos de trabalho..
Que Cristiano ganhasse muito mais do que eu, certo, certíssimo, entendo perfeitamente.
Quem tem ou desenvolve méritos especiais, deve ter maiores contrapartidas.
Agora que ridicularize uma vida de trabalho útil, apenas com um mês de espectáculo de utilidade duvidosa, não consigo entender!
Talvez por isso eu sorria, quando penso no dia em que o Cristiano for candidato à presidência da República e, creio, a lógica de apoio à candidatura já começou com a compra do Correio da Manha...