Há cerca de duas semanas, diariamente, o Correio da Manha (CM) lança um escândalo no Governo.
Primeira página e ecos corrosivos em tudo o que é media. Aliás, os media nunca falam de política governativa mas só nos podres dos seus executantes...
Divulgar, comentar, sugerir, comparar, inferir... Nem pensar. Isso não é jornalismo. Jornalismo será, apenas, vender veneno. Veneno e publicidade é o que os leitores gostam, consomem e merecem.
Claro estará, tudo de irregular ou criminoso praticado por eleitos ou indivíduos por eles designados, deve vir a público mas por investigação do Ministério Público e posterior julgamento.
Os media, nos sistemas democráticos, dirigem a liberdade de imprensa para os esgotos da libertinagem, perseguição e comercialização típica das sociedades comerciais privadas, que o são, com um objectivo exclusivo: lucro.
Duas questões:
- A corrupção só começou agora? Onde estavam os media nos últimos 50 anos?
ou
- A corrupção sempre existiu e aos donos (accionistas) dos media não interessava o seu conhecimento?
A opinião pública está mais alerta agora? Mas quem a alerta? Não são os media, na medida em que isso lhes interessa ou seja, lhes dá dinheiro legal e, quem sabe, dinheiro por debaixo da mesa?
Porquê os escândalos propaladíssimos nos corredores políticos e jornalísticos, antes de serem conhecidos pela opinião pública, no BPN, BES, BCP, Banif que custaram aos nossos impostos mais de 20.000 milhões de euros, só mereceram intervenção jornalística após entrada em acção do MP?
Mas os escândalos da Alexandra Reis, do Miguel Pinho, do Miguel Alves... que, no conjunto, não atingem 1 milhão de euros, são alvos de perseguição diária, telejornais, comentários aventureiros e especulativos de colegas jornalistas... enfim, um festim de matilha.
Esta corrosão sitemática, em quê ajuda o sistema democrático?
Acaso os media, com a sua conveniente interpretação de liberdade de imprensa, ajudam a estabilizar, moralizar ou credibilizar a Democracia?
Porque não fazem eles campanha pela submissão obrigatória anual de políticos eleitos e nomeados, a um polígrafo digital?
De que tem eles medo? Que submetam ao polígrafo também jornalistas?
E eu a pensar que quem divulgava mentiras eram só as, novas, redes sociais...