Cada um de nós gosta de se considerar civilizado. Proceder com gestos e atitudes que nos pareçam eticamente correctos sempre que em causa estejam situações de mútua convivência.
Porém, há dois tipos de pessoas com quem a deferência ou a cordialidade se mostram difíceis: Os que não foram despertados para tais princípios na juventude, e os que os conhecendo, pretendem do vizinho civilizado tirar partido.
Sentem-se normalmente no dia a dia pela infiltração forçada numa fila de trânsito, ao se fazerem acompanhar de crianças de colo visando prioridade de atendimento, os que navegam de trotinete aos pares e ignorando semáforos vermelhos, os que passeiam o cão "não reparando" este ter deixado um có-có no passeio onde muitos outros passam.
O civilizado, normalmente, nada diz ou faz perante estas crónicas situações e, muito menos qualquer força policial. Em consequência "os golpes" vão pagando e aumentando em número. Todos o sabem, todos os vêem. Todos viram a cara...
E aqui a questão: Até que ponto a civilidade pode ser confundida submissão?
O selvagem toma por cobardia a atitude civilizada. Foi isso que concluíram Putin e os seus apoiantes que, convictos da superioridade da sua força, face à aparente cobardia alheia, tentaram fazer prevalecer a sua vontade e interesse pessoal.
Putin deu-se mal... Até quando?