As equipas mantinham os jogadores durante anos, como quem cultiva uma vinha: com tempo, paciência e amor à camisola.
Os adeptos iam ao estádio, compravam bilhetes e, imagine-se, sustentavam os clubes com a sua paixão.
Hoje é outro o campeonato. Literalmente.
Mais de trinta anos depois, os títulos europeus são lendas contadas aos netos.
Os jogos? Estão todos na TV, embrulhados em horas de programas onde ex-jogadores viram filósofos, os canais perseguem autocarros como se fossem carruagens reais e onde se discute, com ar sério, quantas vezes um lateral pisca o olho antes de cruzar.
Os grandes protagonistas?
Já não são os craques. São os intermediários!
Vendem sonhos, compram ilusões e levam comissões.
Muitas...!
Têm carteiras cheias, clubes com dívidas e uma fé inabalável: a de que a torneira, da alienação, nunca secará...
Há emblemas que trocam de equipa como quem troca ilusões: Uma nova a cada semana.
O dinheiro corre veloz, muitas vezes em direção a sítios onde o sol brilha mais... e os impostos menos.
Gosto de futebol. Ainda.
Do jogo, da bola, do grito espontâneo.
Agora, apaixonar-me por este circo financeiro?
Obrigado, mas passo.
Prefiro um jogo entre amigos. Sem VAR...
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