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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

"Cultura woke"

A cultura woke, frequentemente associada à conscienlização e luta contra injustiças sociais, raciais e de género, é um fenómeno cultural que se popularizou em gerações mais recentes, especialmente entre os millennials e a Geração Z. No entanto, as gerações anteriores (como baby boomers e a Geração X) frequentemente enfrentam dificuldades para aceitar os princípios e pautas dessa cultura. Essas diferenças podem ser explicadas por diversos fatores socioculturais e históricos.

Diferenças entre gerações

  1. Contextos históricos distintos:
    Gerações anteriores cresceram em períodos com valores sociais diferentes, muitas vezes mais conservadores. Mudanças rápidas nos discursos sobre identidade, gênero, sexualidade e raça podem parecer desafiadoras para aqueles acostumados a padrões culturais mais tradicionais.

  2. Foco em individualismo vs. coletivismo:
    A cultura woke enfatiza a responsabilidade coletiva para lidar com problemas estruturais, enquanto gerações anteriores tendem a valorizar o mérito individual como solução para  adversidades.

  3. Mudanças no discurso público:
    O vocabulário associado à cultura woke, como "privilégio", "lugares que se autojustificam" e "cancelamento", pode ser alienante ou mal compreendido por gerações que não tiveram contato com essas ideias em sua formação.

Fragilidade eleitoral dos temas woke

Embora os princípios da cultura woke sejam amplamente defendidos por jovens, eles enfrentam desafios para ganhar apoio eleitoral generalizado. Isso ocorre porque:

  1. Polarização ideológica:
    Muitos eleitores percebem os temas woke como extremistas ou descolados da realidade quotidiana, o que dificulta a criação de consensos amplos.

  2. Resistência cultural:
    Em sociedades mais tradicionais, a adoção de valores progressistas enfrenta forte resistência, especialmente em temas como direitos LGBTQIA+, diversidade racial e equidade de gênero.

  3. Eficácia limitada na comunicação:
    A linguagem ativista da cultura woke pode ser vista como exclusivista, alienando eleitores que não entendem ou discordam desses conceitos.

Dificuldades de aceitação pelas gerações anteriores

  1. Mudança como ameaça:
    Para muitas pessoas mais velhas, as mudanças trazidas pela cultura woke podem ser percebidas como uma rejeição direta dos valores que eles defenderam ao longo de suas vidas.

  2. Preconceitos enraizados:
    Questões como racismo, sexismo ou homofobia eram naturalizadas em gerações anteriores. A desconstrução desses preconceitos exige esforço, o que pode gerar resistência ou negação.

  3. Percepção de fragilidade:
    A cultura woke é, às vezes, criticada por priotizar a sensibilidade e o respeito em detrimento do que algumas gerações mais velhas consideram ser resiliência ou liberdade de expressão.

Caminhos para o diálogo intergeracional

  1. Educação e paciência:
    Incentivar conversas abertas e respeitosas pode ajudar a diminuir o abismo entre as gerações. Explicar o propósito das causas woke sem impor ideias é essencial.

  2. Conexões práticas:
    Mostrar como os temas da cultura woke impactam positivamente a vida quotidiana, como a luta por equidade salarial ou combate à discriminação, pode torná-los mais tangíveis e aceitáveis.

  3. Valorização de experiências compartilhadas:
    Reconhecer as conquistas e desafios enfrentados por gerações anteriores pode abrir espaço para que essas mesmas gerações sejam mais receptivas às tendências atuais.

A cultura woke não é apenas um fenómeno geracional; é parte de um debate mais amplo sobre os valores e a direção que as sociedades contemporâneas devem adotar. Avançar nesse diálogo requer empatia, flexibilidade e disposição para a troca de ideias.

Também a rapidez com que a cultura "woke" se pretender impôr, é contrária à formação cultural tradicional, mais lenta, de absorção e prática de novas tendências.

A cultura "woke", será mais uma tentativa de revolução "woke" pois aparece e tende a impôr-se afrontando culturas bem consolidadas e maioritárias na sociedades ocidentais.




quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Imigrantes e sustentabilidade do SNS.

Acesso Universal e Responsabilidade Financeira

Portugal assegura que todos os indivíduos, independentemente da sua nacionalidade ou situação legal, têm acesso aos cuidados de saúde essenciais. No entanto, a responsabilidade financeira por esses cuidados varia conforme o estatuto do indivíduo:

  • Imigrantes com Autorização de Residência: Estes indivíduos são registados no Registo Nacional de Utentes (RNU) como "registo ativo" e têm acesso ao SNS nas mesmas condições que os cidadãos portugueses, incluindo a aplicação de taxas moderadoras quando aplicável. 


  • Imigrantes sem Autorização de Residência: Aqueles que não possuem autorização de residência ou estão em situação irregular podem aceder ao SNS mediante a apresentação de um documento da Junta de Freguesia que comprove residência em Portugal há mais de 90 dias. São registados no RNU como "registo transitório" e são responsáveis pelo pagamento dos cuidados recebidos, exceto em situações que possam colocar em risco a saúde pública, onde os cuidados são prestados nos mesmos termos que para qualquer cidadão. 


Mecanismos de Ressarcimento

Para minimizar o impacto financeiro no SNS, Portugal implementa mecanismos que permitem identificar a entidade financeiramente responsável pelos cuidados prestados a cidadãos não residentes. Isto possibilita que o Estado português seja ressarcido das despesas incorridas no tratamento de indivíduos que têm cobertura de saúde noutro país, assegurando a reciprocidade e a responsabilidade fiscal entre nações.



Dados Financeiros e Sustentabilidade

Embora não existam dados públicos detalhados que quantifiquem o custo exato do atendimento a imigrantes no SNS, as políticas vigentes garantem que:

  • Os imigrantes contribuem para o financiamento do SNS através de impostos e taxas moderadoras, quando aplicável.

  • Os acordos internacionais e os mecanismos de faturação entre países permitem o ressarcimento de despesas, aliviando a carga financeira sobre o SNS.

Além disso, o acesso universal aos cuidados de saúde promove a saúde pública e previne a propagação de doenças, o que, a longo prazo, resulta em economias significativas para o sistema de saúde.



Conclusão

As medidas implementadas pelo SNS garantem que o atendimento gratuito a imigrantes não compromete significativamente a sua sustentabilidade financeira. A combinação de acesso universal, responsabilidade financeira diferenciada e mecanismos de ressarcimento assegura que o sistema continue a funcionar de forma eficaz, cumprindo os princípios de equidade e justiça social que o orientam.

Para uma compreensão mais aprofundada sobre o acesso de imigrantes aos cuidados de saúde em Portugal, recomenda-se a consulta do estudo da Entidade Reguladora da Saúde. 





















domingo, 15 de dezembro de 2024

"Racismo"!

Tenho de admitir que estou farto!
Branco olha... É racista.
Branco fala... É racista.
Branco à frente na fila?... É racista.
Branco protesta... É racista.

Na indignidade da palavra, a raça negra revela todo um vazio de autoestima, invisível em qualquer outra comunidade imigrante.

Será que por sendo a comunidade imigrsnte mais antiga em Portugal, se vê ultrapassada pela dos europeus de leste, chinesa, brasileira, indiana... que preferem inserir-se laboralmente, educar filhos, pagar impostos em vez de darem prioridade a lançar a culpa e impropérios aos hospedeiros pela sua incapacidade social, profissional e académica?



sábado, 7 de dezembro de 2024

Miguel Sousa Tavares

Hoje acordei e, entre o sono e o despertador, a realidade bateu-me:

Entre mim e o Miguel Sousa Tavares há diferenças nítidas: Ele é galã eu não, ele é louro eu não, ele fuma eu não, ele gosta de touros eu não, ele é do FCP eu não...

À parte tudo isto, e outras coisas mais, tendo a concordar com: A inclinação centrista democrática, inconformidade política, injustiças da "justiça", poder das religiões na política.... e mais!

Agora que os media decretaram "caça" aos possíveis candidatos a PR, introduzo o meu: Miguel Sousa Tavares !

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Democracia!

Afinal o que é Democracia?
Em que tipo de terreno o sistema político eleito regularmente pelo Povo assenta os seus pilares?

As eleições regulares reflectem a expressão política da vontade popular?
Porquê os deputados não são individualmente eleitos por distrito, concelho ou grupo de concelhos, antes de serem obrigatoriamente nomeados para a lista nacional?
Acaso os deputados deverão maior obediência aos dirigentes dos seus partidos do que a quem os elegeu?
Porquê a insuficiência de metas, de prazos e de quantificações financeiras incluídas num programa eleitoral, não são legalmente puníveis?

Será porque quem faz as leis, se sente com o privilégio de não ter de cumprir promessas que livremente faz, saindo sem penalidades da situação que criou?

Quem se aproveita da visível  insuficiência eleitoral para conseguir dobrar, adiar, adulterar a vontade popular livremente expressa?

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Sindicalismo.

Desde que existem sindicatos livres em Portugal a estratégia sindical é a mesma:
Greves, regulares, anuais...

Recordemos que em quase todos os países democráticos que passaram por períodos assinaláveis de crescimento, existiu um fator comum: pacto social.
Ou seja, os sindicatos ou suas federações nesse país, negociaram com os governos valores objetivados a médio prazo, tornando possível a governação sem solavancos económicos a prazo.

Deste modo, foi possível também aos sindicatos estruturarem-se para apoios sociais e comunitários aos seus membros sendo, simultaneamente, parceiros no desenvolvimento económico.





terça-feira, 5 de novembro de 2024

Um planeta, vários níveis de civilização.

Certamente, todos concordamos que vivemos no planeta Terra. 

Mas em qual parte do planeta? 

    1 - Se no chamado Ocidente (designação que atribuo ao conglomerado Austrália, Canadá, Coreia do Sul, EU, Israel, Japão, UK e USA)  poderemos assegurar que desfrutamos de um mundo confortável, onde os suprimentos alimentares estão garantidos, a segurança geral assegurada e direitos humanos aceites. Chamaria a este, nível civilizacional NC 1.

    2 - Já nos chamados Bric (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) poderemos admitir suprimentos alimentares maioritariamente satisfeitos, segurança geral tensa e direitos humanos parcialmente compreendidos. NC 2.

    3 - O Médio Oriente (onde me atrevo a incluir, para efeitos desta classificação a quase totalidade de países islamitas) poderemos pensar em suprimentos alimentares básico falíveis, insatisfatória segurança social e direitos humanos ignorados, particularmente para as mulheres. NC 3.

    4 - Em qualquer outro país de África, além dos mencionados, nem alimentação, nem água potável nem nada sobre os valores globalmente assinaláveis são, sequer, considerados. NC 4.

Estes quatro patamares civilizacionais são facilmente observáveis seja pela história desses países seja pelos sistemas políticos aí existentes os quais, naturalmente, demonstram desrespeito pelos cidadãos. 

Com este texto pretendo evidenciar porque é difícil qualquer plataforma de entendimento recíproco, para uma pacífica convivência global.

Esta convivência tornou-se muito mais complicada com a vulgarização do conhecimento generalizado de qualquer modus vivendi, possibilitado - Barack Obama dixit - pela disseminação massiva de telemóveis e computadores. As partes pobres da população mundial terão pensado: "Como é que eles têm tanto e nós tão pouco?" Como qualquer humano, não ficará interessado em compreender se tal se deverá a um processo evolutivo natural, catalisado pelos Descobrimentos espanhóis e portugueses nos séculos XV e XVI... 

Ele apenas sente que a sua vida, sendo uma migalha na História, tem direito a ser melhor para si, já.

Vira-se então para os seus dirigentes: "Porquê?", pergunta. E a resposta provável que ouvirá será: 

Porque eles nos colonizaram, escravizaram, roubaram...

Mas, se entre os descontentes alguém se atreve a perguntar porquê os seus dirigentes são riquíssimos, vivem com mais meios que a esmagadora maioria dos ocidentais e é no ocidente onde está a grande parte dos seus bens, dinheiro e filhos a estudar... o regime político castigá-lo-á e o regime religioso o amaldiçoará caso, estes não sejam um e o mesmo...

Com o apoio à Primavera Árabe, 2010, o Ocidente tenta apoiar a instalação de Democracias em vários países árabes. Porém, aquele ainda não era o momento histórico para o fazer. Sendo embora a Democracia o mais tolerante e avançado dos regimes existentes  - o atraso cultural que estimo em 50, 100 e mais de 200 anos respectivamente para o segundo, terceiro e quarto grupo civilizacional - fez abortar a tentativa.

Como será possível que multidões de africanos, arrisquem a sua vida e a de seus filhos em tentativas, regra geral frustradas, de entrar na Europa e não construam condições para provocarem nas suas origens, verdadeiras revoluções francesas, que lhes permitiriam conseguir um futuro mais justo?


Ao estabelecerem as Nações Unidas, na lei internacional, a existência de cerca de 200 países soberanos, esta organização pouco mais conseguiu que condenar indefinidamente os povos da maioria deles à pobreza, a baixos índices de alfabetização, à submissão a ditaduras político-religiosas.

Também parece eternizar, pela indiferença, a existência de "países offshore" - locais que pouco mais são do que receptadores, impunes, do produto do crime financeiro internacional - desde o tráfico de droga ao de órgãos humanos - sem que os países vítimas desses crimes os possam incomodar...

Ou seja, nos que acima designo por quarto mundo e alguns do terceiro, as ditaduras nacionais estão a salvo de intervenções estrangeiras e poderão continuar, sem receios, a submeter violentamente os seus povos. No que designo por primeiro mundo, o crime financeiro estará salvaguardado e pode tranquilamente continuar como até aqui.

Perante esta sinuosa incapacidade com que enfrenta dramas da Humanidade, a ONU diária e constantemente opta por referir o alarme climático... Esta Organização não está preocupada com o futuro dos humanos desfavorecidos no planeta mas sim em dar continuidade e portos seguros a ditadores políticos e saqueadores financeiros existentes no globo.

Esta política global, só poderá conduzir a mais revolta, mais miséria, mais migração, mais mortes.


Diz-nos a História que uma das maiores economias dos nossos dias - Japão - económica e militarmente arruinada em 1945, foi decisivamente impulsionada pela Democracia dos EUA nos trinta anos seguintes. Este o mais rápido e significativo salto civilizacional na História, conseguido em Paz. As economias que ficaram então sob a esfera de forte influência soviética, tendo sofrido menores efeitos da II guerra mundial, em que lugares do ranking económico mundial se encontravam em 1991, ano da queda do muro de Berlim?

É o nível de vida das populações que define os mais convenientes sistemas políticos

Não palavras de narcisistas visando o seu poder pessoal, ainda que ornamentadas de boas intenções!