Acesso Universal e Responsabilidade Financeira
Portugal assegura que todos os indivíduos, independentemente da sua nacionalidade ou situação legal, têm acesso aos cuidados de saúde essenciais. No entanto, a responsabilidade financeira por esses cuidados varia conforme o estatuto do indivíduo:
Imigrantes com Autorização de Residência: Estes indivíduos são registados no Registo Nacional de Utentes (RNU) como "registo ativo" e têm acesso ao SNS nas mesmas condições que os cidadãos portugueses, incluindo a aplicação de taxas moderadoras quando aplicável.
Imigrantes sem Autorização de Residência: Aqueles que não possuem autorização de residência ou estão em situação irregular podem aceder ao SNS mediante a apresentação de um documento da Junta de Freguesia que comprove residência em Portugal há mais de 90 dias. São registados no RNU como "registo transitório" e são responsáveis pelo pagamento dos cuidados recebidos, exceto em situações que possam colocar em risco a saúde pública, onde os cuidados são prestados nos mesmos termos que para qualquer cidadão.
Mecanismos de Ressarcimento
Para minimizar o impacto financeiro no SNS, Portugal implementa mecanismos que permitem identificar a entidade financeiramente responsável pelos cuidados prestados a cidadãos não residentes. Isto possibilita que o Estado português seja ressarcido das despesas incorridas no tratamento de indivíduos que têm cobertura de saúde noutro país, assegurando a reciprocidade e a responsabilidade fiscal entre nações.
Dados Financeiros e Sustentabilidade
Embora não existam dados públicos detalhados que quantifiquem o custo exato do atendimento a imigrantes no SNS, as políticas vigentes garantem que:
Os imigrantes contribuem para o financiamento do SNS através de impostos e taxas moderadoras, quando aplicável.
Os acordos internacionais e os mecanismos de faturação entre países permitem o ressarcimento de despesas, aliviando a carga financeira sobre o SNS.
Além disso, o acesso universal aos cuidados de saúde promove a saúde pública e previne a propagação de doenças, o que, a longo prazo, resulta em economias significativas para o sistema de saúde.
Conclusão
As medidas implementadas pelo SNS garantem que o atendimento gratuito a imigrantes não compromete significativamente a sua sustentabilidade financeira. A combinação de acesso universal, responsabilidade financeira diferenciada e mecanismos de ressarcimento assegura que o sistema continue a funcionar de forma eficaz, cumprindo os princípios de equidade e justiça social que o orientam.
Para uma compreensão mais aprofundada sobre o acesso de imigrantes aos cuidados de saúde em Portugal, recomenda-se a consulta do estudo da Entidade Reguladora da Saúde.