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quarta-feira, 23 de março de 2022

A Europa e a energia II.

 

Do último post, ressalta uma diferença significativa:

Embora com menos 20 milhões de habitantes e um PIB (2021) de 36.520€ per capita, a França dá hoje à Europa uma muito superior perspectiva de desenvolvimento do que a Alemanha com seus 83 milhões de habitantes e um PIB (2021) de 49.920€ per capita, 37% acima do francês. 

A razão residirá no erro estratégico alemão de, ao invés de apostar decisivamente na sua autonomia energética, optou pelo imediatismo fácil da compra de hidrocarbonetos ao exterior, tornando dependente dessa aquisição quase 50% da sua economia. 

Porque a Alemanha o terá feito? 

Pela corrupção dos dirigentes alemães que beneficiaram com esse negócio. Pela passividade dessa mesma clique dirigente em desenvolver alternativas que, protegendo o ambiente, assegurassem também a independência energética alemã. Pela exigência eleitoral dos partidos verdes em terminar rapidamente com centrais a carvão, gasóleo e nucleares, sem planeamento alternativo sustentado.

Fácil será concluir que tudo correu da melhor forma para Putin. 

Financiou a sua economia anémica, preparando e consumando diversas agressões militares a vizinhos.

Uma vez mais a ambição, corrupção e megalomania de aventureiros no poder, provocaram a morte a muitos e condenaram o futuro a todos.

A Democracia não pode continuar a permiti-lo !!!




 



terça-feira, 22 de março de 2022

A Europa e a energia!

 

Emmanuel Macron anunciou no seu programa para as eleições presidenciais francesas que ocorrerão em Abril próximo, que a França será o primeiro grande país da Europa a sair da dependência do gás e do petróleo e, por conseguinte, da dependência energética exterior.

Para tal, além das 58 centrais de fissão nuclear existentes, Macron irá construir mais 8, construirá 50 parques eólicos offshore e aumentará 10 vezes a produção fotovoltaica. A França será assim a primeira grande economia com carbono zero, energeticamente independente e oferecendo a potenciais investidores a melhor estabilidade de preços de energia a longo prazo.

Portugal, segundo a DGEG (Dir. Geral de Energia e Geologia), melhorou entre 2009 e 2019, em 7%  a sua dependência do exterior - actualmente em mais de 70% - o que, a este ritmo, demorará mais 70 anos a sua independência de hidrocarbonetos, da instabilidade das fontes de abastecimento, da dependência do seu valor nos mercados internacionais e do seu total contributo para a - emergente - descarbonização.

Também a DGEG informa que Portugal é o 8º país da UE com maior dependência energética do exterior.

A França tem 58 reactores nucleares, a Alemanha 8, Bélgica 7, China 38, EUA 99, Finlândia 4, Japão 42, Eslováquia 4, Espanha 7, Suiça 5, Portugal 0.

No mundo há actualmente 448 reactores nucleares.




segunda-feira, 21 de março de 2022

A ausência de causas é inimiga da Democracia.

 

Nos últimos anos todos temos assistido à eleição de indivíduos usando expressões exageradas, mentiras evidentes e motivos primários para se fazerem eleger.

Refiro perfis estranhos como Trump, Bolsonaro ou David Cameron. Qualquer destes políticos seria esmagado, 30 anos antes, logo no arranque das suas candidaturas, fosse pela sua conduta pessoal, pela verborreia típica ou pela completa ausência de causas ou objectivos positivos.

Porque são então eleitos no século XXI?

Parece que o eleitorado mais jovem é atraído por promessas - até agora falsas - de satisfação rápida dos seus anseios. No passado, as pessoas sonhavam construir o futuro para os filhos mas, agora, parecem pretender arrecadar rapidamente, especialmente para si, tudo o que possam ter desejado. 

De nada lhes parece importar comparar o que possuem, com o pouco que seus pais e avós tinham, quando sonharam - e conseguiram - um futuro melhor.

Os perfis políticos que mencionei, ao cavalgarem a avidez transformada em política, prometem para amanhã a satisfação de sonhos, entregando - uma vez no poder - verdadeiros pesadelos.

O que existe nos partidos políticos que limite a chegada ao poder de mentirosos, sociopatas ou narcisistas?




 


domingo, 20 de março de 2022

A NATO não avançou para o leste europeu !!!

 

Que fique claro: A NATO não avançou para o leste europeu, após 1989. 

Foi a implosão do império soviético, a miséria a que a ditadura dita comunista sujeitou, durante 70 anos, milhões de humanos, quem os obrigou a ver na NATO a alternativa possível para que o regime que os submeteu, não regressasse mais.

A Rússia e a China não podem nem devem alterar a História do século XX!

Foram ditaduras ferozes com milhões de prisioneiros e mortos, subemprego, fronteiras internas e externas fechadas, povos sem qualquer qualidade de vida, várias famílias vivendo num único apartamento, supermercados com prateleiras vazias, mercados automóveis de uma só marca, sempre atrasados tecnologicamente face ao Ocidente, pelo menos, em 30 anos.

Recorrem, uma vez mais, à tecnologia que o Ocidente desenvolveu para controlar, reprimir e encarcerar todos os que agora se revoltam contra as oligarquias obscenas que, descaradamente, vivem roubando bens nacionais ou alimentando-se de corrupção.

É necessário mostrar a força da razão as esses autocratas medievais!

Boicote completo a todos os produtos oriundos da Rússia e da China.

Congelamentos absolutos, pelo mínimo de 50 anos de todos os bens de oligarcas e fortunas de indivíduos naturais desses países incluindo direito à sua reclamação por herança.




quinta-feira, 17 de março de 2022

Como os "espertos" ganham dinheiro.

 

São públicas as aquisições, pelo estado português, de hidrocarbonetos em quantidade suficiente para suprir  as carências do consumo corrente durante dois meses.

Ou seja, se hoje fosse interrompido todo o fornecimento externo, o país - a consumir normalmente - estaria protegido por abastecimento para os dois meses seguintes.

Ora, o conflito armado Rússia-Ucrânia iniciou-se a 24 de Fevereiro e fala-se hoje, 17 de Março, em avançadas negociações de paz. 3 semanas se passaram.

Nestas três semanas assistimos impotentes ao aumento nos postos de combustível de 25 cêntimos em litro de combustível. Aumento esse não sobre os combustíveis já adquiridos pelas distribuidoras, mas induzidos pela propaganda mediática de aumento, nos mercados internacionais, de valor semelhante. O cartel do sector aproveitou...

Questões:

 - Porque hão-de os armazenistas, distribuidores e retalhistas de hidrocarbonetos aumentarem de 25 cêntimos o litro de combustível que adquiriram há, pelo menos, dois meses atrás, quando o compraram e esses aumentos ainda não tinham ocorrido?

 - Porque farão os mass media de altifalante dos mercados internacionais no tema? Será porque o loby do sector os financia fartamente com publicidade?

Ao liberalizarmos qualquer coisa, só podemos esperar ESPECULAÇÂO sobre ela. A imoralidade lucrativa é a alma do privado. Os consumidores, os imbecis pagantes. 

Que terá acontecido à ética nos negócios e à justiça e bom-senso que lhe deviam estar associados?

























terça-feira, 15 de março de 2022

Os DsDT (Donos Disto Tudo).

 

Quem culpa os políticos de oportunismo, corrupção, compadrio, que epítetos reservará para os herdeiros de colossais fortunas acumuladas ao longo de séculos e que sempre detiveram o poder financeiro?

Receio que os considerem apenas pessoas de bem. Bem nascidas, bem protegidas, melhor inseridas.

Não consideram compadrio que fortunas colossais transitem incólumes de pais para filhos de geração em geração.

Tão pouco se incomodam com a facilidade com que colocam fortunas em paraísos fiscais. 

Nem se revoltam quando verdadeiras toupeiras da finança escavam o estado, ao arrepio de descaradas omissões legais, para ocuparem postos-chave facilitadoras de interesses, manterem seus privilégios ou os subsidiarem com sangria de impostos.

E tudo isto porquê?

Porque o estado é um constante alvo dos media. Mas os interesses privados, por mais escandalosos que possam parecer, nunca são do interesse sistemático dos media, a menos que sejam casos de polícia. 

Políticos da esquerda à direita, parecem vergar-se ao dinheiro e as suas cúpulas, não raramente, são cúmplices de obscuros interesses das famílias financeiras. Ligados aos grandes escândalos financeiros ocorridos em Portugal nos últimos 20 anos, estão ligados governantes de todas as áreas do poder político.

Mas, conforme https://www.youtube.com/watch?v=OuzxncV9l3M a teia é imensa, mantém privilégios ancestrais e aparentemente NADA é feito para a mutilar...


(Para ver o vídeo coloque o cursor sobre o link e faça click).



sábado, 12 de março de 2022

4 Órgãos de Soberania na CRP. Mas apenas 2, têm a legitimidade democrática dada por sufrágio universal. PORQUÊ ?

 

A Constituição da República Portuguesa estabelece, no seu artigo 110º, 4 Órgãos de Soberania:

"Artigo 110º - 

1 : São órgãos de soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo e os Tribunais.

 2: A formação, a composição, a competência o funcionamento dos órgãos de soberania são os definidos na Constituição."

"Artigo 113º . 

1: O sufrágio directo, secreto e periódico constitui a regra geral de designação dos titulares dos órgãos electivos de soberania, das regiões autónomas e do poder local.

........"

Ora bem, se o artigo 113º da CRP diz ser regra geral de designação dos titulares dos órgãos de soberania, o sufrágio directo, secreto e periódico, como será possível que a regra geral se aplique apenas a 50% desses órgãos e os outros 50% sejam excepções?

Será para assegurar o controlo dos órgãos de soberania Tribunais e Governo pelos outros órgãos de soberania Presidente e Assembleia da República ?

Será por isso, que políticos e financeiros parecem imunes aos Tribunais, enquanto o Governo está dependente apenas do primeiro-ministro (e potencialmente dos seus interesses ocultos...), sem responderem nacional ou partidariamente ?

Ou seja, vivemos numa aproximação de Democracia, coxa em dois dos seus quatro pilares, aparentemente para quase total impunidade legal e fácil enriquecimento de alguns políticos e financeiros, como é público e notório.

Exclusividade de funções de deputados impõe-se além de, por exemplo, como a Democracia inglesa o exige, ninguém possa ser ministro sem antes ter sido membro do parlamento, o que só acontece após sujeito a escrutínio individual, pelo voto popular.