sexta-feira, 27 de junho de 2025

Black-out tri-geracional

 
Dividamos os humanos por grupos de 3 (três) gerações: Avô, pai, neto. (Casos há, raros, onde o bisavô existe).
Quando a transmissão do conhecimento era apenas por via oral - a prensa de Gutemberg data de 1450, marca o início do Renascimento - não havia livros ou jornais nem os mass media que se seguiram. 
O conhecimento transmitido baseava-se na experiência familiar, no básico para subsistência e em lendas.

Vivem-se hoje tempos opostos: 
O passado é baseado em factos registados e o futuro ensinado por meios inovadores muito além de qualquer âmbito, familiar ou escolar.

Existem porém, laços de confiança na palavra do pai ou do avô, insubstituíveis.

Já em relação ao bisavô, nada o liga ao bisneto. 
O passado pelo bisavô entra apenas no imaginário infantil e nebuloso do bisneto como mais uma, nas suas várias recordações: porque não o viveu, entendeu ou sofreu.

Para o neto, o conhecimento situa-se entre dois muros:  Um, a montante, o nascimento do avô e outro, a jusante, o fim da sua vida.

Devido a este espartilho imposto entre vivência sentida e história contada, a personalidade forma-se optando, quase sem excepção, apenas pela avaliação do pessoalmente sentido.

Se vive tempos de Paz tende a minimizar outros, de guerra.
Se vive tempos de abundância esquece que existiram tempos de fome.
Se vive tempos de prosperidade, esquece que antes de si outros, na sua família, imigraram para sobreviver à escassez.
Se viveu tempos de bancarrora, tende a denunciá-los.
Se viveu tempos inflaccionários, tende a recordá-los.

Entretanto, descuida decisões estratégicas que impeçam o regresso de tempos difíceis, minorizando as duras experiências da vida que até aí, o trouxeram...






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