Que é, de facto, cultura?
Será apenas o que cada um de nós vai aprendendo ao longo da vida, moldado pelas experiências, pelas memórias e pelas lições que guardamos?
Ou será, sobretudo, o conjunto de valores, crenças e tradições que uma sociedade constrói, preserva e transforma ao longo do tempo?
Talvez seja também o reflexo das escolhas que fazemos, cada vez mais informadas por novos horizontes que se abrem diante de nós — viagens, leituras, encontros, debates.
Poderá ainda ser o que absorvemos, muitas vezes de forma acrítica, dos múltiplos noticiários, redes sociais e vozes que nos invadem a cada instante, moldando opiniões, medos e sonhos?
Cultura será a música que herdamos dos nossos avós, mas também o silêncio que aprendemos a respeitar quando ouvimos o outro.
É o livro antigo na estante e o artigo digital partilhado em segundos.
É o quadro num museu, mas é também o mural na rua, o grafiti, o protesto pintado num muro esquecido.
É a tradição, mas é também ruptura.
É festa e é luto.
É aquilo que aceitamos sem questionar, mas, mais ainda, o que decidimos reinventar.
Talvez cultura seja, em essência, a ponte entre o que fomos, o que somos e o que sonhamos ser.
Será a imagem da herança pela qual, o futuro nos avaliará!
Um património vivo, frágil e forte, que se alimenta de liberdade, de diversidade e, acima de tudo, de diálogo.
Num tempo em que a informação se confunde com opinião, urge voltar a perguntar: que cultura queremos construir?
Uma cultura de consumo rápido e descartável ou uma cultura de sentido, que educa, inspira e emancipa?
É sobre isto que devíamos conversar mais — nas praças, nas escolas, em casa, na política.
Porque, no fim, a cultura é a expressão mais fiel da nossa humanidade.
Mas será, sempre, o espelho do mundo que decidirmos deixar a quem vier depois de nós.
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