Vivemos num tempo marcado por inversões simbólicas e aéticas profundas, onde figuras como Trump, Hamas e Greta Thunberg se tornam ícones de um mundo em crise — não pelas soluções que propõem, mas pelas tensões que representam.
Donald Trump, com traços amplamente associados à psicopatia social — ausência de empatia, manipulação, culto do ego — tornou-se modelo de sucesso político. A impunidade com que actua projeta uma nova ordem: quem grita mais alto, mente melhor e domina os media vence, independentemente das consequências.
O Hamas, grupo terrorista que instrumentaliza o desespero e a religião, tornou-se um símbolo de resistência para uns e de horror para outros. Em vez de vias diplomáticas ou políticas, a violência torna-se ferramenta legítima num mundo que nunca conheceu o respeito devido à justiça e à construção democrática. O recurso à brutalidade deixou de ser excepção: é estratégia, celebrada e apoiada em manchetes mediáticas.
Greta Thunberg, por outro lado, representa a apropriação de uma condição neurológica – o espectro do autismo – como força moral e legitimadora de uma mensagem. A sua obstinação ecológica, embora relevante, tornou-se símbolo de um discurso único, intolerante, quase religioso. A obsessão, aqui, é glorificada como pureza, num mundo que já não tolera nuances.
Vivemos em distopia, onde o crime já não choca, o extremismo se justifica e a rigidez mental se transforma em virtude.
O trabalho árduo cede espaço ao oportunismo, a construção à destruição, o diálogo ao grito.
Esta sociedade, cada vez mais hedonista e improdutiva tenta adiar o confronto com a decadência, que ela mesma alimenta.
O futuro não é incerto: vem aí a factura inevitável de uma ética socialmente dissolvida, a par da imoralidade mediaticamente promovida !
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