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domingo, 31 de julho de 2022

O BCE apoia a inflação na UE?

 

Já nos meus blogs de 9 e 11 de Março referi o "fenómeno da inflação", sua real dimensão inicial e o seu desmedido aproveitamento pela banca e comércio. Ou seja, quer banqueiros quer  comerciantes são quem mais ganha quando a inflação dispara.

Quase toda a restante sociedade, perde.

Numa sociedade onde quem mais lucra, é quem adquire maiores vantagens, estes sectores são quem propaga e justifica o fantasma inflacionário com desculpas esfarrapadas.

Que se passou nos últimos 20 anos de baixa inflação e mesmo deflação? Os lucros declarados dos bancos foram historicamente baixos e o comércio enfrentava, quase exclusivamente, a concorrência. Para quem não depende do negócio financeiro mas, da produção efectiva do seu trabalho, a vida económica - excepto em 2008, motivada também por histórica vigarice da finança internacional - o seu dia-a-dia, era estável. 

Veja-se hoje os aumentos dos lucros da banca e o aumento de preços no comércio. Compare-se com a alegada causa dos aumentos dos combustíveis. Lendo o meu post de 11 de Março, creio que ficará claro o aproveitamento oportunístico do aumento de preços.

O preço da prestação da casa aumenta? O da alimentação também? Os juros das dívidas - a pública também - sobem?

Não importa. Os donos disto tudo enriquecem. Enquanto os ordenados de quem produz perde, os de quem especula aumentam. E quem teria métodos de controlo para o evitar, pouco ou nada faz.

O BCE é claramente conivente com esta triste situação na UE. As recentes declarações do ministro alemão das finanças*, são bem um merecido açoite naquele organismo da UE.

*https://eco.sapo.pt/2022/07/01/alemanha-regressa-a-austeridade-em-2023-e-fala-em-sinal-para-bce/



sexta-feira, 29 de julho de 2022

Só temos mais um minuto...

     

    Esta, a expressão mais repetida pelos pivots de tv, depois de terem interrompido longa e repetidamente um convidado, com afirmações e comentários que me espantam pelo desconhecimento, agressividade e desconsideração que, não raramente, encerram.

    De facto, ao aceitar um convite para aparecer e tentar expor por escassos minutos a sua opinião num canal de tv, o cidadão até aí anónimo, vai encarar além do sentido olhar de várias centenas de milhar de espectadores, o agressivo à-vontade de um profissional, que diariamente faz da áspera inquirição, a sua profissão.

    Voltando à frase que dá título a este post, é típico acabar a conversa com um convidado, alegando o pivot: "não temos mais tempo"...

    Mas não têm mais tempo, porquê? 

    Há conversas que até estão a ter interesse em se alongar...

    "Não temos mais tempo", porque precisamos dele para a publicidade que nos paga os principescos ordenados que recebemos.

    Assim, não temos mais tempo para, por exemplo, falar sobre a guerra na Ucrânia porque o Power Ear, a Minisom, a Audição Activa, o Vibrolex, o Calcitrim, a Telepizza, a Prosegur e outras igualmente importantes, têm prioridade "informativa" sobra a guerra, isto, várias vezes ao dia...

    Será possível que a Ucrânia e os sucessivos comentários sobre ela, apenas sirvam para atrair olhares dos distraídos para a "prioritária" publicidade que se segue?





sábado, 23 de julho de 2022

A quinta coluna soviética, a funcionar.

 

De "O expresso":

Costa avisa: cidades têm de se habituar a viver "sem esse corpo estranho que foi o automóvel" - Expresso - https://expresso.pt/politica/2022-07-22-Costa-avisa-cidades-tem-de-se-habituar-a-viver-sem-esse-corpo-estranho-que-foi-o-automovel-54087aeb


É espantoso o que dizemos sem avaliar consequências.
Que acontecerá à economia Ocidental sem a manufactura de aço, derivados de borracha, têxteis para bancos, vidros, impostos de compra, exportações, combustíveis, manutenção e outros sem os automóveis ou, apenas com eles para ministros e prs. de câmara?

Acaso não se apercebem de que estamos perante mais um ataque dos fantoches agora subsidiados por Putin, outrora pela URSS, para partir a economia Ocidental que outras tentativas como as árabes na primeira década de 2000, não conseguiram?

Quem iniciou o movimento "nuclear?, não obrigado" na década de 70, seguido das alterações climáticas no início da década de 90?

Que o PNSantos seja uma cabeça pouco pensante... tu, Costa, lá saberás. 
Mas que entres em histerismos para cortar sonhos e o bem estar possível, a toda uma classe média já sobrecarregada de impostos, para alimentar disparates práticos convenientes aos declarados inimigos do Ocidente, mais a imbecilidade que lhes é útil do PNSantos, parece-me imperdoável e.. politicamente suicidário.


A, alegada, Autoridade de Segurança Rodoviária-

Desde que conheço a sua existência, que a chamada Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ASR) é um local de despesa sistemática de dinheiro, sem qualquer racionalidade ou eficácia conhecida.

Todos entendemos que a enorme redução da sinistralidade rodoviária em Portugal caiu, desde que o país ficou repleto de auto-estradas pagas a 85% pela Comissão Europeia. 

Não pela eficácia da ASR, de quem por lá passou ou está.

Recordo quando superentendia à ASR, o agora recluso Armando Vara, esta já era uma agradável sinecura para quem gostava esbanjar dinheiro, na totalidade do Orçamento do Estado.

https://www.publico.pt/2000/12/01/politica/noticia/armando-vara-assume-toda-a-responsabilidade-pela-criacao-de-fundacao-para-a-prevencao-e-seguranca-2164

Quem será o chefe da ASR, Rui Ribeiro, quanto aufere mensalmente, que méritos rodoviários terá o seu curriculum vitae, para ir à Sic informar que a duplicação de radares em Lisboa reduziu a mortalidade na capital? Quantas mortes ocorreram em Lisboa desde 01/06/2021 a 23/07/2021 (53 dias), para esse sr. alegar que os radares reduziram de 01/07/2022 a 23/07/2022 (53 dias) a mortalidade em Lisboa?

Que falta fará a este país e aos seus cidadãos os 156 funcionários da ASR, que suga o apertado Orçamento de Estado? 

A ASR recebe 30% dos valores das multas passadas, 30% para a entidade autuante e 40% para o fisco. Uma verdadeira manjedoura, faltava só inventar como enchê-la:

Nasceu e incrementou-se o negócio dos radares...!

- 40% para o Estado, ou seja, para o Ministério das Finanças;
- 30% para a entidade em cujo âmbito de competência fiscalizadora for levantado o auto de contraordenação (PSP ou GNR);
- 30% para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

https://www.gqportugal.pt/a-receita-que-o-estado-caca-com-as-multas#:~:text=As%20multas%2C%20coimas%2C%20taxas%20e,quase%2090%20milh%C3%B5es%20de%20euros.

Já agora: Onde está plasmado o Relatório e Contas da ASR?


Como já disse:

Eu, votarei nas próximas eleições para a CMLisboa no candidato que me assegure acabar com esta descarada palhaçada! Espero que façam o mesmo!

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Estado do direito.

Este, um tema que eu preferiria não abordar...!

Mas, porque acredito no artigo 37 da Constituição da República Portuguesa e na necessidade tantas vezes sentida, de fazer apesar da Lei não o permitir, que sobre ele passo a escrever.

Ponho de lado as dimensões criminais, sociais ou de mera funcionalidade da Lei. 

Falarei apenas da sua dimensão política. 

E pergunto: De que valerá eleger políticos em democracia, se a Lei os inibe de actuar em situações determinantes para o futuro dos povos? 

De facto, vivemos no Império da Lei. Melhor, no Império da Interpretação da Lei***. Sim, porque "logo no primeiro ano de direito, o aluno aprende que a Lei é uma coisa que cada um interpreta como entende"... 

Claro que a interpretação da Lei é função do entendimento de quem com ela,  dela e para ela vive.

Ou seja, as democracias são constituídas por Órgãos de Soberania eleitos directamente pelos eleitores porém alguns, não sendo directamente eleitos, particularmente, o Órgão de Soberania Tribunais que tutela a aplicação Lei e que limita, adia e complica quando entende, qualquer opção política.

Ou seja, os eleitores elegem políticos mas estes, ficam sujeitos a um Império: o da interpretação da Lei, pelos seus profissionais, claro.

Exemplifico: Como pode a Lei nas suas múltiplas facetas, ambiente, autarquias, jurídicas, sindicais ou outras, inibir, há 50 anos, quem é democraticamente mandatado para decidir, se veja impossibilitado de o fazer porque a Lei, numa das suas múltiplas facetas, o impede?

Poderá alguém afirmar: Mas são os políticos directamente eleitos, deputados, quem elabora a Lei. Mas é mentira

Os deputados votam apenas as propostas de Lei elaboradas por alguém... 

Mas quem? O legislador. E quem é o legislador? Ninguém sabe... **

Mas é fácil considerar que será um ou vários elementos do Império Interpretativo da Lei que, na proposta de Lei que apresentam, redigem um texto "à sua maneira" ou seja, da forma para si mais conveniente para posteriores - e rentáveis - actos de litigação, inibição e adiamento de decisões politicamente necessárias para avanço de estruturas sociais.

E porque existe e tem tanto poder o não directamente eleito Império Interpretativo da Lei? 

A Pordata* informa-nos, por exemplo, que desde 1960 até agora, o número de advogados multiplicou-se por 17,27: De 1.964 passou aos actuais 33.937. 

Di-lo, com o desplante que a impunidade lhe permite, a Ordem dos Advogados. E o que terá provocado este aumento de causídicos no país? 

A população aumentou? As quezílias pessoais aumentaram? A defesa do cidadão em tribunal  exige equipas de advogados? Os advogados produzem alguma coisa para incremento das exportações nacionais? Sabemos que não...!

Um motivo possível, e provável, será formarem advogados (juristas à parte...), para lucro de algumas universidades privadas e justificação existencial de públicas, à média de 595 advogados por ano e, claro, arranjar-lhes emprego. Como? Legislando mais, demasiado e mal... 

Uma Lei que no passado, poderia durar dez ou mais anos sem qualquer alteração garantindo estabilidade legislativa, pode agora durar um ano - com preâmbulo insondável apontando dezenas de remissões - e, alegadamente, necessitar de actualização. E assim, se vai capilarizando a dependência geral da interpretação legislativa, com custos tremendos - também - na decisão política.

A instabilidade, demora e carestia da, alegada, Justiça - todos o reconhecemos - são dos maiores obstáculos ao desenvolvimento de um país. Mas os advogados, e os seus profs, têm emprego...

E continuam a formar 595 por ano?... Até quando?


*https://www.pordata.pt/Portugal/Advogados+total+e+por+sexo-245´

**https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_de_Portugal

***https://www.direitoemdia.pt/magazine/show/89 

(este último site é um hino aquilo a que chamam justiça)


domingo, 3 de julho de 2022

O ensino útil.

Ignoro se alguém conhece um plano das necessidades em licenciados, mestres e doutores para os próximos 10 anos. Eu, ignoro.

Admito mesmo que nunca, nenhum governo, o tenha feito.

Cada menina ou menino por volta dos seus quinze aninhos decide o seu futuro. Sem atender ao interesse do país, sem atender às suas reais capacidades - que desconhece - mas atendendo principalmente às palavras da família, das séries televisivas ou à opinião da colega de carteira junto a quem quer permanecer.

Aos governos, apenas interessa preservar a estabilidade social durante a legislatura. É-lhe, do ponto de vista político, indiferente o que se irá passar no país daí a 10, 20 ou 30 anos.

Daqui que planear quais os técnicos ÚTEIS ao país a mais de uma década lhes seja um exercício teoricamente interessante, mas inútil. 

Seria de aguardar uma revisão constitucional colmatasse esta falha temporal. Um órgão eleito, com poder, teria de manter um rumo institucional e operativo para o país uma vez decidido pelo Parlamento, qual seria. As alterações quadrienais de opções de fundo - muitas vezes provocadas pelo simples efeito de Oposição - apenas servem para atrasar, adiar, perder tempo e dinheiro.

E que se entenderá pela utilidade de um técnico no futuro? A forma mais ou menos produtiva como ele contribuirá virtuosamente para as exportações do país ou seja, a forma mais ou menos directa como contribui para o aumento das exportações.

Poderemos pensar que um advogado, um sociólogo, um psicólogo é sempre útil. Mas que intervenção terá nas exportações nacionais? Litiga, organiza, analisa? E daí, algum país no mundo quer adquirir tal serviço?

Um planeamento expansionista terá de incluir, no mínimo, 80% de graus superiores em áreas úteis (exportáveis). Se não houver esse cuidado, nunca o país poderá responder a desafios externos que lhe abram portas de exportação.

Porque hão-de os impostos nacionais, subsidiar graus superiores de educação que não ajudarão os portugueses a afirmarem-se como país mas, apenas satisfarão a vocação individual ou o interesse emigrante de quem o obtém? 

Os impostos dos nacionais portugueses apenas subsidiarão graus de educação superiores que lhes convenham pela sua utilidade ou complementaridade em termos de PIB. 

Todos os restantes, têm de ser da exclusiva responsabilidade financeira de quem os pretenda adquirir.








quinta-feira, 30 de junho de 2022

O, sempre, novo aeroporto de Lisboa.

     À parte a inabilidade política de P. Nuno Santos, digna dum filho pródigo financeiro, o tema aeroporto de Lisboa já tem barbas. Recordo Rio Frio, a Ota, Sintra, Montijo ou Alcochete como exemplos de interesses de lobbies especulativos que, conforme sopra a direcção do vento da nova localização, vão adquirindo a preço da chuva, terrenos nas proximidades.

    Como consequência do embate dessas pressões - financiadoras das campanhas eleitorais de partidos - nada se faz!

    Se dúvidas existirem, bastará consultar em nome de que entidades estão os prédios  circundantes a esses putativos aeroportos.

    Resta agora a António Costa decidir! 

    Não ao sabor cruzado de partidos, lobbies da construção, juristas, ambientalistas e afins que sempre se opõem por princípio até que, alegadamente, seus interesses financeiros sejam razoavelmente satisfeitos. Atrevo-me até a sugerir uma comissão mista "de acompanhamento" do projecto, com prazos "de acção" definidos.

    A. Costa tem de assumir o ónus político. É isso que a economia nacional dele espera e os portugueses que dela dependem, aguardam.

    Os interessados em que se adie agora para satisfazer a sua clientela no futuro, irão SEMPRE objectar. É mais do que tempo de alguém dar um murro na mesa...

    Fico a aguardar, sentado, claro.