Quando, em Maio de 1453, Maomé II, "O conquistador", entra em Constantinopla não sabia que estava a interromper importantes debates sobre o sexo dos anjos, promovidos pelo senado do Império Romano do Oriente, que via assim o seu fim.
Certamente que para os senadores romanos o assunto era muito importante!
Mas acima da importância que estes lhe atribuíam estaria, com certeza, a importância da sobrevivência do seu estado.
Isto para derivar para o actual "caso alemão". Muito acima das razões que pudessem justificar a dependência a 45% da economia alemã do gás russo, está a perenidade da Democracia!
E quais os factores "sexo dos anjos" que os dirigentes alemães consideraram nessa comprometedora decisão?
A crença do Schroeder do empenho do ex-KGB Putin em cumprir promessas?
O interesse financeiro de Schroeder em ser nomeado presidente da russa Gazprom?
A pressão do capital alemão em ter combustível barato para competir internacionalmente?
A pressão climática para colocar fim aos restantes combustíveis tradicionais?
Qualquer que fosse a motivação, pessoal, económica ou ambiental, o mais elementar bom-senso no interesse do sistema democrático NUNCA poderia permitir tamanha dependência de um só fornecedor externo, de matéria fundamental à cadeia de produção nacional.
Um erro infantil cometido por dirigentes considerados dos mais pragmáticos, numa das maiores potências económicas globais.
Que a História o registe. E sublinhe!
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