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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

A resiliência dos poderes não democráticos, em Democracia.

Um texto que me parece capaz de suscitar reflexão:

Democracia, como eu a entendo, é um sistema dependendo - tão completamente quanto possível - da eleição directa pela globalidade dos eleitores, dos seus poderes fundamentais, os quais condicionarão a vida desses cidadãos-eleitores nos quatro anos seguintes.

Porém, tal não acontece!

Refiro-me aos órgãos de soberania Governo e Tribunais, o primeiro apenas designado pelo primeiro-ministro e o segundo, eleito por um agregado apelidado de Conselho Superior da Magistratura (CSM) composto pelo lobby judiciário, 8 elementos, 47%, um grupo de 7 deputados e 2 elementos nomeados pelo PR, 53%.

Acresce que há um Presidente - elemento do lobby judiciário - que em caso de empate nas votações tem voto de qualidade. Ou seja, bastará uma abstenção por parte dos representantes indirectos do Povo - não eleitos para o cargo por sufrágio universal - para o lobby judiciário ter maioria.

Mas, pior ainda que o descrito, será a total falta de democraticidade do chamado quarto poder: os media.

De facto, os media não estão sujeitos a qualquer escrutínio e não têm limite temporal de existência. 

Dependem completamente das decisões dos respectivos Conselhos da Administração, designados pelos acionistas (capitalistas) que detêm a maioria das ações. Uma excepção: a RTP porém, também ela obrigada a concorrer com os arautos do capital, embora custe a todos nós cerca de 190 milhões de euros anuais.

Os media influenciam decisivamente a opinião pública conduzindo-a de acordo com a sua interpretação, necessariamente conveniente, dos factos.

E o que entendo por "interpretação conveniente"? 

A potencialmente polémica, claro!

Os media através de "convidados" pagos - ontem médicos, hoje generais, amanhã juízes (?) - após os ouvir, tendem a concluir com a "realidade conveniente".

Pouco importa a repetição ou a relativa importância do dito para a opinião pública. 

Em seguida são promovidas "mesas redondas", geralmente com elementos igualmente pagos, com jornalistas interpretando, discordando, concordando ou elaborando cabalas com total impunidade, dirigidas a milhões de ouvidos, torcendo o pensamento dos ouvintes para medos e suspeitas convenientes, ainda que irreais. 

Repetidas a cada hora, durante mais de um dia.

Haverá sempre quem diga: "Havendo vários canais, caso um não me agrade, teremos outro...". 

A questão será: Os diferentes canais em sinal aberto, têm todos a mesma lógica comunicacional. Polemizar e repetir  notícias por forma a atrair o maior número de audiência, razão dos mais ou menos altos valores, pelos quais vendem a publicidade seu principal sustentáculo.












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